Do céu ao inferno em poucos segundos | Saltos de Esqui, Lahti

No fim de semana que agora terminou, a Taça do Mundo de saltos de esqui viu serem cumpridas as etapas 17 e 18, com a ação a ter lugar na Finlândia, mais em concreto em Lahti.

O trampolim utilizado foi o Salpausselka, um HS 130, cujo tamanho é de precisamente 130m e com um K-point situado nos 116m. Já o record é pertença de Johann André Forfang  que em 2017 fixou essa marca nos 138m.

A sexta feira (dia 22) ocasião em que se deveria ter realizado a qualificação para a compita a disputar no domingo (dia 24), acabaria por ser um dia de descanso para os “homens pássaro”. Tudo devido a um vento fortíssimo que ia soprando a mais de 10m/s, facto que até poderia tornar-se perigoso para a integridade física dos saltadores, deixando a organização sem outro remédio, a não ser o de adiar essa ronda qualificativa.

Assim sendo a prova por equipas teve as honras de abrir o fim de semana Finlandês. Esta competição seria a terceira do género durante a presente temporada, isto após os dois triunfos da “armada” austríaca (ambos em terras polacas, o primeiro em Wisla e o segundo em Zakopane).

Na manga inicial da ronda inaugural, foi a seleção nipónica, por intermédio de Yukiya Sato com 128m a sair na frente, contudo e, diga-se sem nenhuma surpresa, o rendimento dos demais membros do quarteto foi insatisfatório, com a equipa do “país do sol nascente” a terminar a ronda inaugural, relegada para a quinta posição.

Na liderança ia estando, ao cabo das primeiras quatro mangas o quarteto da Noruega, constituído por Marius Lindvik, Robert Johansson, Daniel-André Tand e Halvor Egner Granerud.

A equipa polaca formada por David Kubacki, Piotr Zyla, Kamil Stoch e Andrzej Stekala, que ocuparam praticamente durante toda a primeira ronda a vice-liderança, viam-se agora a cair na classificação, por conta de um mísero registo rubricado por David Kubacki, apenas 116m, empurrando desta forma a equipa até ao degrau mais baixo do pódio.

O quarteto germânico, fazia precisamente a trajetória inversa, tendo chegado a “navegar” fora dos cinco primeiros lugares, vindo sempre em subida, terminando a ronda número um, na prata. De destacar ainda que o salto mais distante desta ronda de abertura, havia sido executado pelo veterano esloveno Peter Prevc, 130.5m, no entanto incapaz de levar a sua formação a melhor do que um sexto lugar. A até então imbatível, em competições da especialidade no decurso da temporada vigente,  Áustria essa ia apenas assegurando o quarto posto.

Finlândia e Suíça, eram os restantes conjuntos que haviam garantido vaga, para realizarem mais quatro registos, neste Salpausselka, com os ainda “verdinhos” atletas dos EUA, a serem a nação que ficava pelo caminho.

Numa ronda final em que o “samurai” Yukiya Sato se voltou a evidenciar, com uns impressionantes 131.5m, acabando por ser o voo mais longo nesta fase da competição. A vitória sorriu mesmo à equipa norueguesa, não obstante Halvor Egner Granerud ainda ter assustado com uns parcos 122m que, contudo, garantiram o triunfo do país nórdico.

Polónia e Alemanha, ocuparam por esta ordem os restantes metais de pódio, com a Áustria a terminar somente em qaurto lugar.

A tabela classificativa da derradeira ronda contou ainda e por esta ordem com: Japão quinto, Eslovénia sexto, Suíça sétimo e Finlândia, que a “saltar em casa” não conseguiu ir além de um oitavo lugar.

Na Taça das Nações é agora a Noruega  quem lidera, seguida da Polónia, que averbou três pódios em outras tantas competições, não tendo ainda ascendido ao degrau mais alto do mesmo. Já a anterior primeira classificada, a equipa da Áustria, vê-se agora cair até ao terceiro posto.

O domingo inicialmente destinado apenas a uma competição individual, acabou por também acolher a qualificação, que havia ficado por realizar desde sexta feira, com o vencedor desta a ser o polaco Piotr Zyla, que foi o premiado com os 3.000 francos suíços.

Já mais a doer, isto é, na competição, assistiu-se a uma primeira ronda em que as marcas iam ficando um pouco aquém do desejável. No entanto Granerud quase selou a sua vitória, apenas ao cabo do salto inicial, logrando atingir 132m. Algo que o levou a construir uma vantagem de mais de uma dezena de pontos para os restantes competidores.  O germânico Karl Geiger e o norueguês Robert Johansson, eram os que mais perto conseguiam chegar do líder da Taça do Mundo de Saltos de Esqui.

Pela negativa o destaque ia sendo a performance dos saltadores da Polónia, com Zyla a defender a honra deste convento, apenas com a nona marca. Kubacki 12.º e Stoch 14.º, iam sendo outras grandes desilusões. De realçar ainda que Lindvik, recentemente coroado vencedor da etapa de Zakopane, não lograra sequer qualificar-se para a ronda final, assinando apenas o 33.º registo.

Numa última ronda, em que se assistiu a uns 128m aparentemente fáceis de  ultrapassar, da autoria do japonês Ryoyu Kubayashi, mas que, contudo, permitiram ao ex vencedor da “Champions dos saltos de esqui” conquistar quinze postos, desde o 24.º até ao nono.

Seguidamente vimos mais um exemplo de que no desporto não há lugar a vitórias antecipadas. Granerud a necessitar de apenas voar na casa dos 120m, foi e como se costuma dizer na gíria popular com “demasiada sede ao pote”, terminando por assinar 137m,distância esta que acabou por se revelar inócua, pois o atleta foi ao chão ainda durante a zona de avaliação. Algo que o penalizaria de forma irremediável nas notas de estilo, levando este a concluir fora dos lugares de pódio.

De “boca aberta” com tudo isto, perplexo com o que acabava de ver, o compatriota de Granerud, Robert Johansson, desportista de 30 anos, natural de Oslo, foi quem somou a terceira conquista de toda a carreira, após ter vencido em 18/19, na sua cidade natal. Os restantes lugares de pódio foram para os saltadores alemães: Karl Geiger em segundo e Marcus Eisenbichler em terceiro. Em toda a linha falharam Stoch, apenas 16.º e Kubacki, 23.º.

Nas contas da geral, Granerud continua na liderança, mas agora com Marcus Eisenbichler a apenas 210 pontos: o norueguês contabiliza 1006 face aos 796 do atleta germânico. Stoch viu a reconquista mais complicada, com este resultado, somando agora 661 pontos.

Findado mais um fim de semana épico de saltos, a Taça do Mundo de Saltos de Esqui voltará em Willingen, na Alemanha, a partir da próxima sexta feira dia 29, para a realização da primeira edição do “Willingen Six”, em que todos os saltos (incluindo os das qualificações) valem pontos, para um mini torneio exclusivamente disputado nesta cidade.

O BNR como é hábito dar-lhe-á conta de tudo o que se passar de mais relevante nos saltos do trampolim olímpico de Willingen.

Foto de Capa: FIS Ski Jumping

Artigo redigido por Diogo Rodrigues

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O Diogo é licenciado em Ciências da Comunicação pela Universidade Lusófona do Porto. É desde cedo que descobre a sua vocação para opinar e relatar tudo o que se relaciona com o mundo do desporto. Foram muitas horas a ouvir as emissões desportivas na rádio e serões em família a comentar os últimos acontecimentos/eventos desportivos. Sonha poder um dia realizar comentário desportivo e ser uma lufada de ar fresco no jornalismo. Proatividade, curiosidade e espírito crítico são caraterísticas que o definem pessoal e profissionalmente.

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