Kobayashi vence e convence | Saltos de Esqui

Findada a passagem pela Alemanha, a competição entrava agora em solo austríaco com Innsbruck e Bischofshofen a serem os palcos previstos para as duas últimas etapas.

O DIA EM QUE O VENTO VENCEU

Com tudo a postos para que fosse a cabo a terceira etapa em Innsbruck, a capital do Tirol “acordava” super ventosa, com o tempo a estar para lá de mau. Fruto de condições atmosféricas tão dantescas, e mesmo depois de já se ter realizado a qualificação, a prova não teve outro remédio se não ser cancelada, algo que levou a que Bischofshofen tivesse de acolher uma prova extra.

MUDAVA-SE DE LOCAL, MAS A MÚSICA ESSA IA SENDO A MESMA

Dados os constrangimentos, foi com um dia de antecedência que o torneio rumaria ao Paul-Ausserleitner, uma estrutura de 142m com um K-Point localizado nos 125m e cujo record pertencia desde 2019 a David Kubachi,145m. O trampolim acolhia duas etapas do evento, começando pela de reposição de Innsbruck . Numa qualificação em que o vento e a neve, embora bem menos intensos do que o verificado na véspera, também marcavam a sua presença e em que dos 77 participantes na mesma já não constava o nome do detentor em título, Kamil Stoch, que uma vez arredado da luta pela revalidação do céptro optava por parar, pensar e refletir sobre o que  o conduzira a tamanhos desaires. Quem parecia imune a qualquer questão era Ryoyu que vencia nova qualificação saltando 141.5m,deixando o seu concorrente mais direto , Lindvik, a dois metros e meio, com Tande em terceiro registando 131m.  Ainda dentro dos cinco melhores de destacar os 134m de Granerud e os 131.5m de Geiger, quarto e quinto colocados. Eisenbichler, Wellinger, Sadreev, Cos e Hoerl eram os de mais integrantes do Top dez, numa ronda em que todos os consagrados carimbaram a sua presença na prova. Destaco os dececionantes saltos de Kraft, Kubacki e Lanisek, assim como as presenças da dupla estoniana e de Ipcioglu entre os 50 melhores.

Com a neve a subir de tom, mas com o vento a abrandar, quem liderava finalizada a ronda inaugural era o jovem Lindvik, com o viking a fazer 137.5m e a deter cinco pontos e meio de vantagem sobre Kubayashi que efetuara menos meio metro. O terceiro posto ia sorrindo a Granerud que averbara 135.5m. Por esta ordem: Geiger com 133m e Hoerl executando mais cinco metros eram presença entre os melhores cinco. Dentro dos dez mais, realço os nomes de Fettner, sexto e do regressado Hayboeck décimo. Quem comprometia seriamente um lugar entre o pódio do certame  era Eisenbichler, visto descontar 130m que lhe valiam apenas o 16º posto. Depois da ida às nuvens nas duas primeiras etapas, Kos via a discussão pelo título como uma miragem, após cair em pleno voo com os seus 138m a de nada lhe valerem, visto ter concluído a jornada em 25º lugar.

Quem dizia adeus à ronda final era Tande, não dando assim sequência ao realizado durante a qualificação.

RYOYU PRESTES A DECRETAR A SENTENÇA FINAL

Numa segunda ronda em que o Sr. polícia dizia em definitivo adeus à luta pela coroa fechando em oitavo, seria Kubayashi a somar três em três, beneficiando da débil aterragem de Lindvik que se  ficava pelos 135.5m, dois metros menos que o vencedor. Garantindo o bronze Granerud realizava marca igual à do compatriota. Geiger terminaria em quarto, seguido do duo austríaco Fettner e Hoerl igualados na quinta posição. Ainda de evidenciar a fase nada fulgurante vivida por Kraft, com o baixinho a terminar em 23º.

À entrada da derradeira etapa Ryoyu dilatava vantagem com esta a ser de 18 pontos face a Lindvik, enquanto que Granerud corria claramente por fora já a mais de 39.

SÓ UMA CATÁSTROFE PODERIA EVITAR A FESTA NIPÓNICA

No palco do dia anterior eram novamente 77 os inscritos na qualificação para a derradeira etapa do evento. Para variar um pouquinho, quem conquistava a liderança do apronto era o samurai com um salto de 137.5m, deixando Eisenbichler em segundo, não obstante  ter feito dois metros mais, porém rubricados de um portão superior. Os 134m de Lindvik valer-lhe-iam a terceira posição seguido de Hoerl e de Peier.  O décimo posto de Kubacki era a nota positiva de uma ronda em que Granerud 32º e Geiger seis postos atrás , sabiam que mesmo apurados seriam muitas as arestas por limar!

Com condições acima da média descolava uma ronda inicial que findava com Geiger na dianteira realizando 140.5m, deixando o surpreendente Huber com 136.5m a mais de três pontos, enquanto que o terceiro posto era de Yukiya Sato, que deslumbrava com um salto de 139m. Granerud ia sendo quarto, ao passo que o líder incontestado do certame era apenas quinto , após um salto seguro de 133m. De realçar ainda a oitava melhor marca de Eisenbichler que sonhava ainda com uma presença no pódio, e para a grande deceção, Lindvik, que era 23º perdendo em definitivo todas as chances de almejar à águia dourada!

DANIEL HUBER: O CONVIDADO DE LUXO NA FESTA DE RYOYU

Na ronda final o primeiro destaque vai para a ascensão de Lindvik até ao décimo posto, garantindo desta forma a segunda vice-liderança da carreira no evento. Com o bronze no torneio e a prata na prova ficaria Granerud, enquanto que Kubayashi somava a segunda águia dourada da carreira ao concluir num mais que suficiente quinto posto, rubricando 133.5m que selaram a festa do samurai. Contudo o grande vencedor, algo virgem em mais de 100 participações entre a elite da modalidade, seria Daniel Huber, que festejou como gente grande! Quem falhava arrecadando o terceiro posto no evento, sendo ausência do pódio na geral da competição era Geiger, ao saltar apenas mais sete metros que o K-point.

Tudo contado sobre a edição 70 deste emblemático torneio, é tempo, já neste fim-de-semana de os atletas voltarem a competir neste recinto  para a Taça do Mundo de Saltos de Esqui, classificação essa liderada também por Kubayashi que leva 841 pontos, mais 56 que Geiger, enquanto Granerud é terceiro  averbando 613 pontos.

Até lá fique bem, fique na melhor companhia!

Foto de Capa: FIS Ski Jumping

Diogo Rodrigues
Diogo Rodrigueshttp://www.bolanarede.pt
O Diogo é licenciado em Ciências da Comunicação pela Universidade Lusófona do Porto. É desde cedo que descobre a sua vocação para opinar e relatar tudo o que se relaciona com o mundo do desporto. Foram muitas horas a ouvir as emissões desportivas na rádio e serões em família a comentar os últimos acontecimentos/eventos desportivos. Sonha poder um dia realizar comentário desportivo e ser uma lufada de ar fresco no jornalismo. Proatividade, curiosidade e espírito crítico são caraterísticas que o definem pessoal e profissionalmente.

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