O renascer do “Samurai” | Saltos de Esqui, Zakopane

Foi em Zakopane que teve lugar mais um fim de semana da Taça do Mundo de Saltos de Esqui, a derradeira ronda antes dos mundiais de esqui nórdico. Como tal, nem estonianos, nem finlandeses, marcaram presença na competição polaca. O palco onde a prova teve lugar foi o Wielka Krokiewa. Este trampolim com um tamanho de 140m, tem o seu K-Point localizado nos 125m e o record está fixado pelo nipónico Yukiya Sato, nos 147m, a vigorar desde janeiro de 2020.

Zakopane recebia novamente a “Champions dos Saltos de Esqui” após ter servido de palco às etapas 15 e 16. Tal deveu-se ao facto de não ser possível realizar a prova, inicialmente agendada para o trampolim de Pequim, que albergará os Jogos Olímpicos de Inverno, marcados para o próximo ano, devido à situação pandémica.

De referir que, pela primeira vez nesta temporada, marcaram presença entre a elite do desporto os saltadores da nação Ucraniana, que normalmente atuam na Taça Continental, segunda divisão da competição a nível mundial.

Portanto, já com a qualificação cumprida, eram os noruegueses quem pareciam ter “atinado” com a estrutura Polaca. Robert Johansson vencera a qualificação com um registo de 137m, já o líder do certame, Halvor Egner Granerud, com 135m ficara em segundo lugar. Kraft, embora assinando um registo superior em meio metro ao de Granerud, contentava-se com o terceiro lugar desta prova qualificativa. Marcus Eisenbichler, que rubricou o 39º posto, deixava indicações de debilidade. Ainda digno de realce, o facto dos dois ucranianos terem conseguido carimbar lugar entre os 50 que no dia seguinte competiriam.

No sábado, as condições não eram as ideais. Nevava com bastante intensidade, sendo que ao longo da pista de aterragem, estavam colocados sopradores com a finalidade de irem retirando a neve  que se ia acumulando nas calhas do trampolim. Em termos de vento, o mesmo não se ia apresentando como um fator capaz de perturbar o normal desenrolar da disputa.

Finalizada a primeira ronda, era o líder do campeonato quem ia saindo por cima, rubricando 139m. O jovem esloveno Bor Pavlovcic era quem conseguia estar mais perto do atleta de Oslo que, depois de assinar 137m, registava uma diferença de somente uma décima de ponto, face ao nórdico.

Em terceiro, mas com a mesma distância de Bor, encontrava-se outro jovem que tentava obter o primeiro pódio da carreira, refiro-me ao atleta da casa Andrzej Stekala. A fechar o top cinco, as presenças na quarta posição do japonês Ryoyu Kubayashi e de Daniel André-Tand em quinto. O vice-líder da Taça do Mundo, Marcus Eisenbichler, da Mannschaft, ia quedando-se apenas pela 13º marca.

Outro país que ia deixando e muito a desejar, era a nação anfitriã: David Kubacki, 14º, Piotr Zyla em 15º e Kamil Stoch relegado para o 26º posto, eram por esta altura o espelho desta má prestação. O norueguês Johann André Forfang ou o germânico  Karl Geiger, embora qualificados para a ronda final, eram nomes que já estavam demasiado distantes para ambicionarem algo mais do que subirem poucas posições. O austríaco Daniel Uber devido a irregularidades com o fato, tendo consequentemente sido desqualificado falhou os derradeiros trinta voos. Tudo parecia ir ser discutido pelos três melhores da primeira metade da competição, mas só parecia!

Numa ronda final, na qual e que, de forma inexplicável, foi decidido pela organização baixar o portão, do 16 para o 13, quando nada o indicava, originou marcas muito menores e retirou espetáculo ao grupo final, os dez melhores da ronda inaugural. Foi então que, vindo de quarto, Ryoyu Kubayashi, acabou por vencer, somando o ouro.

Isto era algo que já não se verificava desde a época 18/19, temporada em que não só venceu o campeonato como foi capaz de subir por 16 ocasiões ao degrau mais alto do pódio. Assim o saltador de 25 anos de Sapporo Hokkaido, igualou o compatriota Noriaki Kasai com 17 triunfos, como o máximo vencedor do país do império do sol nascente, a deter maior número de êxitos no escalão máximo da modalidade.

Granerud, acabou por ser prejudicado  pelas condições que teve ao dispor e com uma marca na casa dos 129m, conseguiu apenas a sétima posição. No pódio tivemos ainda o local Andrzej Stekala, que ficando na prata, rubricou o primeiro pódio na Taça do Mundo, após desempenhos mais discretos nas pretéritas etapas.

Já no bronze e com uns impressionantes 141.5m, ficou o norueguês Marius Lindvik que ascendeu desde o décimo lugar, ainda a tempo de chegar às medalhas. Em quarto e quinto respetivamente ficaram Anze Lanisek e Bor Pavlovcic, ambos em representação da Eslovénia, com o segundo a perder gás e a não conseguir garantir aquele que a acontecer seria o seu terceiro pódio de forma consecutiva.

Apesar do relativo fracasso, Granerud acabou por ver a sua vantagem no topo do campeonato ser dilatada, uma vez que Marcus Eisenbichler se ficou apenas pela 14ª marca final, enquanto Stoch  se quedou somente pelo 20º lugar. O facto dos russos pontuarem e logo através de dois atletas, Mikhail Nazarov 22º e Evgeni Klimov, que voltou a competir, após mais de um mês de pausa em 25º conjuntamente com a primeira pontuação na Taça do Mundo do jovem austríaco, Ulrich Wohlgenannt, que mostrou que as quatro vitórias obtidas no fim de semana anterior em Willingen, a contar para a Taça Continental, lhe haviam dado a moral que necessitava, de modo a conseguir a afirmação no escalão maior.

Artigo redigido por Diogo Rodrigues

Foto de capa: FIS Ski Jumping

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O Diogo é licenciado em Ciências da Comunicação pela Universidade Lusófona do Porto. É desde cedo que descobre a sua vocação para opinar e relatar tudo o que se relaciona com o mundo do desporto. Foram muitas horas a ouvir as emissões desportivas na rádio e serões em família a comentar os últimos acontecimentos/eventos desportivos. Sonha poder um dia realizar comentário desportivo e ser uma lufada de ar fresco no jornalismo. Proatividade, curiosidade e espírito crítico são caraterísticas que o definem pessoal e profissionalmente.

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