Revolução Dahlin dá mais poder ao CAS

    Há quase um ano, depois de um dos períodos mais conturbados da sua história, o Biatlo passou a ter Olle Dahlin como seu líder. Cumprido o objetivo inicial de dar de novo estabilidade à IBU, o sueco e a sua equipa passaram à fase seguinte e revolucionam a organização da modalidade, com o Congresso extraordinário realizado em outubro a trazer muitas mudanças.

    Em Munique, os congressistas aprovaram por unanimidade um documento (‘Target 26’) que define os novos passos a dar para o futuro do Biatlo, bem como uma nova Constituição e um novo Código de Integridade para a IBU.

    Congressistas deram um apoio claro às propostas de Dahlin
    Fonte: IBU

    Uma das deliberações fulcrais foi a criação da Unidade de Integridade, que procurará garantir maior transparência e ética na governança do desporto, de forma a evitar a renovar a credibilidade do Biatlo após o escândalo de 2018. Um dos fatores mais positivos deste novo órgão é o facto de estar em curso o recrutamento externo do seu Diretor.

    Outra ação fundamental foi a de que os casos anti-doping na modalidade passarão a ser julgados pelo CAS. Dois factores são especialmente relevantes ao analisar os efeitos desta decisão.

    Desde logo, reforça-se o poder do CAS. O tribunal arbitral suíço tem já um poder considerável no mundo do desporto, mas algumas modalidades continuam a insistir em, pelo menos em primeira instância, gerir as quebras aos regulamentos internamente, pelo que passar a ser o órgão jurisdicional de referência num dos mais importantes Desportos Olímpicos de Inverno é um bom indicador para a instituição.

    Ademais, é um importante ponto para credibilizar o anti-doping no Biatlo. O que a prática vai mostrando é que as Federações que insistem em decidir estas questões internamente ou são demasiado tolerantes e raramente avançam para condenações, ou são excessivamente punitivas e não protegem suficientemente os direitos dos atletas. Nisso, o CAS tem um historial de justiça bem estabelecido e, apesar de não ser perfeito, é a escolha razoável para decidir sobre estes temas.

    Entre as outras medidas aprovadas, podemos referir as que visam melhorar o sistema de financiamento das Federações nacionais: a criação da Biathlon Academy para dar apoio prático aos dirigentes, bem como o aumento dos padrões dos eventos; a procura de soluções de sustentabilidade e a valorização do Biatlo de Rua como disciplina independente.

    Foto de Capa: IBU

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