Um Raw Air pintado com as cores austríacas | Saltos de Esqui

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Após passagem pela Finlândia, eis que a Taça do Mundo de Saltos de Esqui estacionaria em solo norueguês. Em disputa a sétima edição do torneio Raw Air, uma competição de dez dias com paragem em:  Oslo, Trondheim e Vikersund. Realçar que pela primeira vez ao longo da história do referido certame os atletas teriam de passar por todos os tipos de trampolim, desde os K-90 até aos gigantes!

Num evento em que todas as rondas, inclusivé as de qualificação, contaram para a geral aqui ficam os cinco momentos que considero preponderantes ao longo desta verdadeira “maratona” de saltos!

 5- Condições traem Koba logo de entrada

Um dos nomes com aspirações à conquista do evento, ainda que não numa primeira linha de candidatos, o nipónico Ryoyu Kobayashi é um daqueles saltadores com quem à que contar para os grandes momentos. Longe de adorar estruturas gigantes, razão pela qual não o colocava entre os nomes com maior capacidade para embolsar o caneco, a verdade é que o asiático ficaria ainda antes de Vikersund arredado de qualquer chance de voltar a erguer o prato gigante. Vítima, não única, de uma prova bastante difícil em Oslo, era e falhando a ronda final que o samurai se despedia logo ali da geral da competição no Holmenkollen. Revelando um espírito de luta, abnegação e uma força mental extraordinária venceria o primeiro de dois dias em Trondheim, no caso em trampolim normal, voltando a ficar aquém tanto em trampolim grande nessa mesma localidade como nos voos em Vikersund. Fica a clara ideia de que Ryoyu parece ter desacelerado , focando-se somente na defesa da segunda posição global,  posto que parece ir aguentar visto faltar apenas três competições em Planica. Com o balanço a ser longe de razoável, tendo em conta os padrões de exigência e perfeição normalmente profetizados pelo atleta do país do sol nascente, veremos se esse modo gestão se manterá ativo para a festa final na Eslovénia ou se por outro lado o samurai terá capacidade, força de vontade e físico para impressionar nos voos provando assim que este Raw Air foi apenas uma pedra no caminho. Evidenciará  ele o estofo de grande campeão que todos sabemos possuir?

4- Vikersund fez Hoerl perder ambições de pódio !

Um dos nomes em melhor forma ao longo das semanas mais recentes na Taça do Mundo de Saltos de Esqui. Foi desde início que o jovem de Vischofshofen , Jan Hoerl mostrou ter mais que capacidade para ombrear com os melhores no torneio nórdico. Claramente  em forma tanto em Oslo como em Trondheim, sendo segundo da geral à chegada a Vikersund,  comprovou  então algo que já aqui havia dito: os voos de esqui ainda são o seu “calcanhar de Aquiles” tendo perdido aí todo o fulgor, pujança e confiança  que possuía  até ao referido desaire. Sempre muito contraído, desconfortável e pouco confiante no maior trampolim do mundo, provou ainda ter bastante para crescer, afinar e melhorar nesta especialidade. Caso consiga revelar progressos assinaláveis em estruturas maiores, pois então terá tudo para ser mais um nome de monta na história da seleção austríaca de Saltos de Esqui. Terminando mesmo assim dentro dos cinco melhores da geral do certame, tal experiência deu-lhe, certamente, ferramentas, ensinamentos e bagagem para o futuro. Um dos seríssimos candidatos ao grande globo na próxima temporada. Estará ele à altura das espectativas, superando o quarto posto da temporada ainda em vigência? Se não o conseguir , tal não se deverá a falta de talento!

3- Peter Prevc não desiste de tocar o “potinho de mel” uma última vez!

Se tantas e tantas vezes assistimos, nas mais diferentes modalidades à retirada de atletas que acabam por o fazer por uma porta não tão grande quanto mereceriam, aqui estamos em presença  de algo totalmente diferente e até incomum! Certo é que após anunciar a retirada no final da presente temporada, o antigo vencedor de um globo de cristal como que voltou a apresentar os resultados que o levaram à obtenção de tal feito. Presença regular em pódios desde então, mostrou ao longo deste Raw Air que possui mais que argumentos e capacidades para almejar despedir-se como merece, com um derradeiro triunfo! Mais uma vez à beirinha de o conseguir, travado apenas por Kobayashi , o esloveno acabou por ser aquele que mais sombra fez a um inalcançável Stephan Kraft, demonstrando ser alguém extremamente versátil e com capacidade para se bater  regularmente com os melhores . Se estas prestações recentes o farão refletir quanto ao futuro não sabemos, certo é que a saltar desta forma o veterano faz ainda inveja a muitos bem mais jovens! Melhor saltador  esloveno de sempre , fechará com chave de ouro uma carreira marcada pelo êxito, pelo sucesso e pelo profissionalismo?

2-Um dia fez toda a diferença para Huber!

Primeiro líder, surpreendentemente, desta sétima edição do Raw Air a quem a crítica especializada não deu o devido destaque ao seu bom desempenho  na abertura em Oslo, pensando tratar-se apenas de um daqueles dias de pura inspiração! Acusando , quem sabe, o peso do colete de líder do certame, o  que é facto, é que ao segundo dia vítima, tal como Koba, das desafiantes e perigosas condições de vento falhou a passagem à ronda final nessa jornada, com o austríaco a parecer arredado de um Top dez na geral. Rapidamente refeito de tamanho azar, foi demonstrando uma invulgar capacidade de motivação, resiliência e foco que começou tudo do zero e se colocou entre os favoritos ao caneco! Ameaçando já em eventos anteriores, sendo que já mais ficaria aquém do Top dez concretizou mesmo o que almejara: vencer! Após uma medalha de prata no evento matinal, seria saltando para lá dos 240m, constantemente, que “limparia” com aparente facilidade a derradeira prova do torneio. Suplantando Kraft ainda por boa margem e aproveitando algumas falhas de outros rivais, a verdade é que Huber concluiria em terceiro. Se na verdade  fica um amargo de boca por uma ronda que o pode ter impedido de alcançar o maior troféu da carreira, creio que o praticante de 31 anos terá de se sentir feliz, pois alcançou a segunda vitória na Taça do Mundo de Saltos de Esqui mantendo-se ainda na luta pela conquista do globo de voos que será entregue e decidido em Planica.

 1-Kraft volta a dar prova de incontestada autoridade

O maior favorito a conquistar pela terceira vez na carreira o prato gigante, desde cedo  o saltador de 30 anos mostrou ao que vinha! Muito sólido, regular e perfeito em cada atuação,  construiu rapidamente uma vantagem que se limitou a gerir e dilatar! Como se já não fosse pouco as 13 subidas ao degrau mais alto do pódio ao longo do presente campeonato e as 43 em todo o percurso na Champions, seria em Vikersund que selaria em definitivo a conquista , matemática, de algo que se adivinhava de algum tempo a esta parte: o embolsar pela terceira ocasião do grande globo de cristal. Ainda que já não lhe seja possível bater o record de vitórias numa só temporada, depois do sucesso de Huber, agora tentará igualar a marca de Peter Prevc. Numa jornada coroada também com a distinção de atleta de sempre com mais pódios na Taça do Mundo de Saltos de Esqui, 118, batendo Sara Takanashi, tal parece não contentar o “baixinho” que só pensará agora em Planica onde tentará conquistar o globo de voos de esqui, encerrando assim com chave de ouro uma temporada à qual só faltou o triunfo no Torneio dos Quatro Trampolins para ser perfeita! A dez do máximo de Schlierenzauer essa será a cereja que falta num bolo bem grande e recheado que tem sido a carreira deste vulto vivo dos trampolins!

Agora e à falta de dois eventos individuais para correr o pano sobre a temporada 23/24 da Taça do Mundo de Saltos de Esqui, a geral está desta forma: Kraft já arrecadou o céptro detendo neste momento a módica quantia de 2063 pontos. Ryoyu é segundo ao totalizar 1633 enquanto que Wellinger ocupa a terceira posição com 1459 pontos.

Nós voltamos a ler-nos na festa final em Planica sendo que voltarei na próxima semana com o que de mais relevante se passar ao longo de quatro dias frenéticos!

Até lá já sabe, fique bem, sempre na melhor companhia.

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Diogo Rodrigues
Diogo Rodrigueshttp://www.bolanarede.pt
O Diogo é licenciado em Ciências da Comunicação pela Universidade Lusófona do Porto. É desde cedo que descobre a sua vocação para opinar e relatar tudo o que se relaciona com o mundo do desporto. Foram muitas horas a ouvir as emissões desportivas na rádio e serões em família a comentar os últimos acontecimentos/eventos desportivos. Sonha poder um dia realizar comentário desportivo e ser uma lufada de ar fresco no jornalismo. Proatividade, curiosidade e espírito crítico são caraterísticas que o definem pessoal e profissionalmente.

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