Elisabete Jacinto: A heroína do asfalto

O INÍCIO NO “MONSTRO DO DESERTO”

Em 98 participa pela primeira vez no Rali Paris-Dakar, não terminando o exigente percurso  pois é forçada ao abandono fruto de um problema mecânico quando levava sete etapas percorridas. A mesma admitiria anos mais tarde que tal se devera à sua inexperiência .

No ano seguinte com uma KTM Rali, tenta novamente, mas desta feita foi o deserto a castigá-la quando à 8ª tirada  viu um “erg” de areia fina calar o motor da moto do construtor austríaco.

Com a persistência que todos lhe reconhecem a atleta volta a tentar aventurar-se nas dunas da Mauritânia em 2000 e em parceria com Mário Brás escrevem uma bonita história para o desporto Português, concluem entre os 50 primeiros à geral, com a piloto a terminar em 13º lugar na Taça do Mundo absoluta, arrecadando  o triunfo nas senhoras.

O ano veio ainda com uma novidade! Elisabete estreia-se  ao volante  de um automóvel, ao mais alto nível em Optiroc, com a jornalista Cecília Carmo no papel de co-piloto terminam a prova, mesmo que longe dos lugares da dianteira.

A portuguesa faz ainda algumas participações entre 2005/07 no Lisboa Dakar na categoria de camiões, mas a prova anulada em 2008 veio fazer com que este mítico rali sai-se do seu calendário.

O ÁFRICA ECO RACE: UM CAPÍTULO DE SUCESSO

Desde então a piloto opta por concentrar as suas atenções na preparação anual para competir na recém criada prova: o África Eco Race. Num percurso que compreendeu 11 participações com oito pódios. O ponto máximo chegaria em 2018 com a  conquista da geral, englobando carros e camiões, feito  já mais  esquecido pelos aficionados!

ELISABETE E O MUNDO DA ESCRITA

A piloto de 58 anos conta com três livros editados: “Irina no Masters Rali” em parceria com a Plátano Editora, onde conta as  aventuras vividas ao longo da carreira. Segundo a mesma a obra premiada como melhor Cartoon em 2007, na cidade do Porto, é uma BD que tem como objetivo mostrar aos jovens que é possível viver emoções muito para além de um ecrã de computador. Fazem ainda parte do seu currículo o livro: “Os tugas no Dakar”, uma BD que conta as histórias da natural do Montijo, bem como dos primeiros pilotos lusos a pisar as areias mais temidas do mundo. O último  em parceria com o fotojornalista  Mário Cunha conta em imagens as principais conquistas e desilusões desportivas da sua carreira.

Audaz, batalhadora e inspiradora, assim é uma mulher com M grande, que não se atemorizou com a presença em alguns dos mais duros ralis do mundo e que desafiou um meio ainda dominado pelo sexo masculino. Uma referência intemporal do desporto nacional.

Diogo Rodrigues
Diogo Rodrigueshttp://www.bolanarede.pt
O Diogo é licenciado em Ciências da Comunicação pela Universidade Lusófona do Porto. É desde cedo que descobre a sua vocação para opinar e relatar tudo o que se relaciona com o mundo do desporto. Foram muitas horas a ouvir as emissões desportivas na rádio e serões em família a comentar os últimos acontecimentos/eventos desportivos. Sonha poder um dia realizar comentário desportivo e ser uma lufada de ar fresco no jornalismo. Proatividade, curiosidade e espírito crítico são caraterísticas que o definem pessoal e profissionalmente.

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