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A vitória que Oscar Piastri merecia | Fórmula 1

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As ‘papaya rules’ da McLaren foram muito discutidas antes do fim de semana de Baku, depois da manobra de Oscar Piastri no seu colega de equipa Lando Norris no Grande Prémio de Itália em Monza. Mas não foram precisas ordens de equipa no Azerbaijão, depois de Norris se ter qualificado muito abaixo, deixando Piastri como o melhor piloto da McLaren no Grande Prémio. E, no dia da corrida, o australiano conseguiu a segunda vitória da época fruto de uma excelente performance.

Piastri não se deve ter importado muito por ver Norris a ser eliminado na Q1. A McLaren tinha dito na quinta-feira que iria favorecer Norris em ordens de equipa em certas situações, e, embora Piastri diga publicamente que não se importa de trabalhar para a equipa, ter Lando fora da luta na frente abriu caminho para que Piastri fosse o principal foco da equipa na parte final da qualificação e no Grande Prémio.

E acabou mesmo por ser Norris a ajudar Piastri na sua vitória, abrandando Sergio Pérez antes da paragem do australiano. Este momento foi crucial, uma vez que a McLaren estava prestes a voltar a meter os pés pelas mãos em termos estratégicos ao não parar Oscar na volta anterior, sujeitando-se ao undercut de Checo, que só não funcionou devido à ajuda de Norris.

Mas, a partir daí, toda a corrida se baseou no talento de Piastri. Depois de ter feito provavelmente a manobra da época no seu colega de equipa em Monza, outro belíssimo mergulho valeu-lhe a liderança em Baku, defendendo depois de forma perfeita para se manter na frente, naquilo que deve ter sido para ele a sua tarde mais longa num carro de corridas.

Antes disso, pode falar-se de uma corrida perdida por Charles Leclerc, que tinha o pacote mais rápido em Baku e construiu uma confortável vantagem de seis segundos na primeira parte da corrida. Isto devia ter sido suficiente para que o piloto da Ferrari pudesse controlar a partir daí, mas demasiada cautela em momentos decisivos, para além da rapidez de Piastri, fizeram com que isso mudasse. Leclerc hesitou muito na travagem ao sair do pitlane com pneus duros. Isto fez com que Piastri reduzisse a desvantagem curva após curva e que a vantagem de seis segundos passasse a ser de um segundo e meio no final da volta de saída de Charles. Em Monza, tinha resultado bem para Leclerc, mas aqui deixou-o à mercê do adversário.

Leclerc foi cauteloso na travagem, pensando obviamente a longo prazo, em vez de fazer o que pudesse para manter a posição em pista. Piastri apanhou-o de surpresa com um mergulho perfeito por dentro, executado perfeitamente, sem queimar a travagem

Mas mais impressionante do que a manobra foi a sua capacidade de manter a liderança durante mais 30 voltas. Charles era o piloto mais rápido na corrida e qualquer erro seria punido num circuito em que se pode ultrapassar, mas Oscar não cometeu nenhum e isso é de assinalar num circuito como o de Baku. Absorver essa pressão durante tanto tempo é de assinalar, especialmente num circuito difícil com o sol a baixar.

Quando teve de se defender do Ferrari, fez isso de forma perfeita, sempre com as melhores trajetórias e sempre a deixar o espaço de um carro para o seu rival, numa defesa absolutamente impecável, que qualquer jovem piloto devia seguir para se inspirar. E depois de a sua primeira vitória ter sido ensombrada pela confusão das ordens de equipa da McLaren em Budapeste, esta era a vitória que Oscar merecia este ano – passou com nota máxima a um teste bastante exigente.

Agora vai ser interessante ver o que acontece. Ele é o piloto em melhor forma neste momento, com mais pontos conseguidos nas últimas corridas, mas, infelizmente para Oscar, perdeu muito terreno no início da época. A McLaren conseguiu finalmente chegar à liderança do campeonato de construtores e o melhor cenário para o australiano seria que ele pudesse lutar por mais vitórias nas últimas sete corridas.

Mas, com Norris a conseguir também uma excelente recuperação para terminar em quarto (ultrapassando o rival pelo título Max Verstappen pelo caminho), ainda faz sentido que Piastri tenha um papel de apoio enquanto o campeonato de pilotos é possível para o seu colega de equipa. Seja como for, Baku mostrou que vale a pena ele surgir com mentalidade vencedora, porque as oportunidades podem surgir.

Bernardo Figueiredo
Bernardo Figueiredohttp://www.bolanarede.pt
O Bernardo é licenciado em Comunicação Social (jornalismo) na Universidade Católica de Lisboa e está a terminar uma pós-graduação em Comunicação no Futebol Profissional, no Porto. Acompanha futebol atentamente desde 2010, Fórmula 1 desde 2018 e também gosta de seguir ténis de vez em quando. Pretende seguir jornalismo desportivo e considera o Bola na Rede um bom projeto para aliar a escrita ao acompanhamento dos desportos que mais gosta.

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