Bandeiras vermelhas ou safety cars? O final do GP da Austrália

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O final do Grande Prémio da Austrália trouxe para cima da mesa uma discussão que tem vindo a ser cada vez mais debatida na Fórmula 1. Depois do acidente de Kevin Magnussen, a direção de corrida ativou a bandeira vermelha, levando a duas voltas finais de ação que poderiam definir o resultado final (já depois de uma primeira bandeira vermelha numa fase anterior da prova). Essa decisão, juntamente com o caos que foi a volta pós-bandeira vermelha, levou a algumas opiniões diferentes sobre este tema.

Em primeiro lugar, entendo o facto de ambos os incidentes (o de Alex Albon e o de Kevin Magnussen) terem resultado em bandeira vermelha. O primeiro incidente surge ainda numa fase relativamente precoce da corrida, e, embora se tenha devido apenas à quantidade de gravilha em pista, penso que terão concluído que, só com safety car, a corrida ia ter uma quantidade bastante grande de tempo atrás do veículo de segurança. E, no meu ponto de vista, quem toma estas decisões tem de zelar pela segurança dos pilotos, mas também pelos interesses de quem está a assistir. Uma corrida com demasiadas voltas atrás de safety car não é um espetáculo agradável de se ver, sobretudo em Grandes Prémios com horários como o da Austrália para países como o nosso.

Posto isto, e concordando eu com a bandeira vermelha, acho que seria importante que o regulamento incluísse a regra de proibir os pilotos de trocarem de pneus durante esse período. Neste caso, foram pilotos como George Russell e Carlos Sainz que saíram prejudicados, mas a corrida em si também se viu privada da componente estratégica, que é sempre uma das partes mais interessantes de cada Grande Prémio. Se, daqui para a frente, as corridas passarem a ter mais bandeiras vermelhas em incidentes deste tipo, acho que seria importante avançar com esta regra.

A segunda bandeira vermelha vai um pouco no mesmo caminho, mas com uma grande diferença: o incidente aconteceu perto do final da corrida. E com o tempo que demoraram só a retirar o Haas da pista (não contando com o pneu e os outros detritos que tinham ficado para trás), não daria tempo para voltar a haver uma volta competitiva se não fosse mostrada bandeira vermelha. Por isso, novamente na lógica de evitar o anticlímax de ter uma prova a terminar atrás do safety car, concordei com a decisão. O problema foi a confusão que foi gerada pelo recomeço da corrida.

Com os pneus mais frios, Sainz provocou o pião de Fernando Alonso, Pierre Gasly quase saiu de pista, e, quando voltou, entalou Esteban Ocon contra o muro, Logan Sargeant bateu na traseira de Nyck de Vries e outros pilotos saíram de pista mais tarde (todas estas alterações na classificação seriam anuladas mais tarde por nova bandeira vermelha, essa talvez a mais escusada das três). Mas, neste caso, coloco o ónus nos pilotos. Estes sabiam que iam arrancar com pneus mais frios e travões longe da temperatura ideal, mas, ainda assim, abordaram a volta como se tudo estivesse no ponto. Não surpreende que o resultado tenha sido o que foi.

Resumindo e concluindo, estou muitas vezes em desacordo com várias ações da FIA, mas, no domingo, não discordo da forma como lidaram com as bandeiras vermelhas. Sempre que se puder evitar terminar uma corrida atrás de safety car (ou andar atrás do veículo de segurança durante um número exagerado de voltas), acho que se deve fazê-lo. Veremos se a forma como as coisas se desenrolaram na Austrália os leva a alterar alguma coisa no futuro, mas acho que a maior parte daquilo que foi feito se deve manter nestas situações.

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Bernardo Figueiredo
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O Bernardo é licenciado em Comunicação Social (jornalismo) na Universidade Católica de Lisboa e está a terminar uma pós-graduação em Comunicação no Futebol Profissional, no Porto. Acompanha futebol atentamente desde 2010, Fórmula 1 desde 2018 e também gosta de seguir ténis de vez em quando. Pretende seguir jornalismo desportivo e considera o Bola na Rede um bom projeto para aliar a escrita ao acompanhamento dos desportos que mais gosta.

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