Como se explica a hierarquia das equipas na Arábia Saudita? | Fórmula 1

modalidades cabeçalho

No último sábado, na Arábia Saudita, vimos um pódio semelhante ao da prova anterior, no Bahrain, precisamente com os mesmos três carros. Os dois Red Bull, de Max Verstappen e Sergio Pérez, terminaram à frente de um Ferrari, desta vez o de Charles Leclerc. E a distância entre as duas equipas foi consideravelmente inferior em Jeddah do que no Bahrain.

Se Verstappen tinha batido Leclerc por 39 segundos na primeira prova, aqui a vantagem sobre o monegasco foi de ‘apenas’ 19 segundos. Isso explica-se pelo facto de Leclerc ter tido uma corrida sem qualquer problema (ao contrário do Bahrain), tal como o campeão do mundo, e pela ausência de degradação de pneus na Arábia Saudita (em contraste absoluto com o que se verificou uma semana antes. Com a degradação a não ser um fator em Jeddah, foi possível ter uma visão clara da hierarquia das equipas na corrida.

Ainda assim, Verstappen bateu o primeiro não-Red Bull por uma margem de quase 20 segundos, com isso a explicar-se pelo facto de a equipa austríaca conseguir aquecer os seus pneus de forma muito mais rápida do que a Ferrari. A distância foi quase toda criada nos primeiros instantes após o recomeço da corrida pós-safety car (após o acidente de Lance Stroll), com Leclerc a acabar inclusivamente com a volta mais rápida. A Ferrari era claramente a segunda melhor equipa na Arábia, e, em condições normais, o outro carro terminaria em quarto, mas, dadas as circunstâncias, Oliver Bearman fez um trabalho excecional ao longo do fim de semana.

O britânico, que tinha conquistado a pole position para a corrida de Fórmula 2 na quinta-feira, foi chamado na sexta para fazer a FP3 e a qualificação, que concluiu em 11.º, ficando a 36 milésimos de passar à Q3 e eliminar Lewis Hamilton. Na corrida, Bearman não teve um ritmo nada mau, igualando o ritmo de Leclerc em alguns momentos, e ainda conseguiu acabar à frente de Lando Norris e Hamilton, que vinham com pneus novos para o stint final. Notável.

Norris e Hamilton foram para uma estratégia alternativa na altura do safety car e isso não resultou como pretendiam, mas Oscar Piastri conseguiu terminar em quarto para a McLaren, que mostrou ser a terceira melhor equipa (Fernando Alonso chegou a dizer pela rádio que era inútil tentar acompanhar o australiano quando este o ultrapassou). Aquilo que condicionou muito a McLaren foi a velocidade em reta, visível quando Piastri, com pneus novos, seguia atrás de um Hamilton com pneus usados e não conseguia passar por ele. Esse tempo perdido levou Piastri a terminar a 14 segundos de Leclerc, mas, ainda assim, a Ferrari era mais rápida do que a McLaren.

Depois da prova no Bahrain, foi surpreendente ver a Aston Martin a terminar à frente da Mercedes, sendo que a escuderia britânica tinha sido de forma clara a quinta melhor equipa na primeira prova. Aqui, foram os quartos, com ritmo de qualificação melhor do que o de corrida, tal como no Bahrain, mas desta vez suficiente para Alonso manter George Russell atrás de si. A Mercedes optou por uma configuração de pouca carga aerodinâmica, com os carros rápidos em reta (novamente exemplificado por Hamilton e Piastri), mas com o monolugar a saltitar bastante, com Russell a nunca conseguir encontrar forma de se aproximar o suficiente do experiente Alonso, que foi usando todos os recursos que tinha para conseguir um bom quinto lugar.

Com o acidente de Stroll, havia um lugar disponível nos pontos (tal como no Bahrain, cinco equipas demonstraram ser claramente mais rápidas do que as outras cinco), com Nico Hulkenberg a ocupar a décima posição final, muito graças à ajuda do companheiro de equipa. Kevin Magnussen estragou a própria corrida com dois incidentes que lhe valeram penalizações, tendo depois de trabalhar para o colega, atrasando os que vinham atrás dele de tal forma que Hulkenberg (que também não tinha parado no safety car) pôde parar e sair para a pista em décimo, conquistando o primeiro ponto para a equipa norte-americana.

Bernardo Figueiredo
Bernardo Figueiredohttp://www.bolanarede.pt
O Bernardo é licenciado em Comunicação Social (jornalismo) na Universidade Católica de Lisboa e está a terminar uma pós-graduação em Comunicação no Futebol Profissional, no Porto. Acompanha futebol atentamente desde 2010, Fórmula 1 desde 2018 e também gosta de seguir ténis de vez em quando. Pretende seguir jornalismo desportivo e considera o Bola na Rede um bom projeto para aliar a escrita ao acompanhamento dos desportos que mais gosta.

Subscreve!

Artigos Populares

Viktor Gyokeres afasta reencontro com Ruben Amorim no Manchester United

O futuro de Viktor Gyokeres não deverá passar pelo Manchester United. O ponta de lança sueco prefere rumar ao Arsenal.

FC Porto com baixa de peso para a estreia no Mundial de Clubes frente ao Palmeiras

O FC Porto não vai poder contar com Diogo Costa na estreia da equipa azul e branca frente ao Palmeiras, no Mundial de Clubes.

Rui Costa desmente rumores sobre João Félix e fala sobre Álvaro Carreras: «Houve propostas que não foram do nosso agrado»

Rui Costa falou sobre as situações de João Félix e de Álvaro Carreras. O primeiro tem sido fortemente apontado ao emblema da Luz.

Rui Costa: «O Benfica é conhecido além-fronteiras pelo excelente trabalho na formação»

Rui Costa falou com a imprensa durante esta sexta-feira, depois de ter inaugurado a Benfica Residential Academy.

PUB

Mais Artigos Populares

Sporting elege sucessor de Ângelo Girão

O Sporting deverá anunciar em breve a contratação de Xano Edo, guarda-redes que pertence aos quadros da Oliveirense.

Luís Godinho eleito o melhor árbitro da Primeira Liga 2024/25

Luís Godinho foi eleito esta sexta-feira o melhor árbitro da última edição da Primeira Liga. O juiz terminou a época com nota 9,402.

Sporting comunica saída de Andrea Norheim

O Sporting anunciou a saída de Andrea Norheim. A jogadora estava no conjunto de Alvalade desde o verão de 2023.