GP de Espanha: 18 anos, sete meses e 16 dias

Cabeçalho modalidadesO mais jovem de sempre a subir ao pódio. O mais jovem de sempre a liderar um Grande Prémio. O mais jovem de sempre a ganhar um Grande Prémio. Max Verstappen dilacerou todos os recordes. A partir de hoje, a história tem de ser reescrita.

Na semana em que deixou a Toro Rosso e ascendeu à Red Bull, por troca directa com Daniil Kvyat, Verstappen mostrou que o salto não foi demasiado grande. O piloto holandês deixou o mundo da Fórmula 1 de boca aberta ao vencer o GP de Espanha, este domingo. Apesar de ser uma confessa admiradora de Verstappen, de lhe ter atribuído, por diversas vezes, rasgados elogios, não adivinhava uma consagração tão imediata. O que aconteceu hoje é histórico, digno de nota, de recorde. No mesmo dia em que o Sporting não conseguiu dar-me uma alegria, Max fez-me festejar uma vitória num GP como já não acontecia desde os tempos de Schumacher.

Lewis Hamilton voltou às pole-positions, numa qualificação pautada por algumas surpresas. A Ferrari desiludiu e não conseguiu melhor do que a terceira linha da grelha. Por outro lado, a Red Bull colocou os dois mono-veículos logo atrás dos Mercedes e deu o mote para o resto da prova. Destaque ainda para o décimo lugar de Fernando Alonso; foi a primeira vez que um McLaren chegou à Q3 desde que a Honda voltou à F1.

E, como já vem a ser hábito neste Campeonato do Mundo, uma colisão logo na primeira volta ditou o tom da corrida. Rosberg arrancou bem mas Hamilton não desistiu da liderança do pelotão; um “chega para lá” de Rosberg atirou o colega de equipa para a relva, que acabou por abalroar o alemão enquanto se despistava. Os dois Mercedes anularam-se mutuamente e destruíram a corrida das “flechas de prata”. Numa análise posterior, é quase óbvia a responsabilidade de Lewis Hamilton. Rosberg defendeu-se como se fosse a última volta, mas a manobra agressiva do inglês não tem justificação numa fase tão embrionária do GP. Choque inaceitável; eliminação evitável.

Com os dois Mercedes fora das contas, os Red Bull assumiram o controlo da corrida, com Ricciardo no leme. Atrás deles, só os Ferrari se intrometiam. E, a partir daqui, a estratégia foi providencial. A Red Bull e a Ferrari optaram por separar estratégias, permitindo assim lançar pelo menos um dos seus pilotos para a vitória. A decisão parecia simples: duas ou três paragens para pit-stop? A Red Bull empregou a táctica mais agressiva – três paragens – com Ricciardo, enquanto que a Ferrari o fez com Vettel.

O mais jovem vencedor de sempre! Fonte: Red Bull
O mais jovem vencedor de sempre!
Fonte: Red Bull

A opção das duas paragens nas boxes provou ser a mais eficiente. Verstappen e Raikkonen lutaram pelo triunfo até ao último fôlego, mas o jovem holandês estava no seu dia de sorte. A disputa entre o mais novo e o mais velho do grid deixa patente que a Fórmula 1 está viva e de boa saúde. Mais atrás, Vettel beneficiou de um furo de Ricciardo para garantir o último lugar do pódio.

Nota positiva, como não podia deixar de ser, para Max Verstappen. Arrisco-me a dizer que temos um novo Ayrton Senna a passear pelas garagens. A maturidade do holandês deixa qualquer um boquiaberto, as manobras que põe em prática são dignas de repetição e é dono de uma condução exemplar – “what a time to be alive”!

Nota negativa para a Mercedes: foi a primeira vez que a equipa viu os seus dois carros fora de um GP logo na primeira volta. Desilusão, também, para Fernando Alonso. Depois do motivador décimo lugar na grelha de partida, o espanhol acabou por abandonar. A factor “casa” não surtiu o efeito esperado.

Este Campeonato do Mundo 2016 está a trazer inesperadas reviravoltas. Verstappen está aí para fazer estragos. A hegemonia dos Mercedes já não é o que era. A Ferrari não quer perder pontos para a Red Bull. Adivinha-se um grande ano. A Fórmula 1 está de volta no fim-de-semana de 26 a 29 de Maio, com o espectacular Grande Prémio do Mónaco.

Foto de Capa: Red Bull

Artigo revisto por: Manuela Baptista Coelho

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