O GP foi retomado pela terceira vez e, finalmente, pela última vez. Verstappen aproveitou novamente e subiu a segundo, deixando Rosberg numa posição mais desconfortável para Abu Dhabi. Mas foi sol de pouca dura: entre safety-cars e uma ida às boxes, o jovem holandês caiu para o décimo segundo lugar.
A partir daqui, foi a prova daquilo que já sabemos: Max Verstappen é um prodígio, é um talento em bruto. Algo que há muito tempo já não víamos na F1. Verstappen está a dar nas vistas na Red Bull, não precisou de subir à Mercedes ou à Ferrari para ser o melhor piloto, o mais técnico, o mais cerebral. A escalada que fez hoje, a maratona que o levou ao pódio, foi um dos momentos mais brilhantes que vimos esta temporada. Max é o futuro; não é Senna, não é Prost, não é Schumacher. É Verstappen.
Lewis Hamilton conservou o primeiro lugar e acabou por confessar que foi fácil manter o controlo da prova. Rosberg conquistou a segunda posição e vai confortável para Abu Dhabi. Verstappen fechou o pódio e garantiu mais um pódio para a Red Bull. A Ferrari volta a ver os três primeiros das boxes – Vettel foi quase medíocre e Raikkonen abandonou.
Nota positiva para Max Verstappen, por motivos que já enunciei. Desdobro-me em elogios para com o holandês. Max foi o piloto do dia mas, para mim, é o piloto do ano.
Nota negativa para a organização do GP e para a própria Fórmula 1. A etapa decorreu, durante muito tempo, sob condições extremas e de grande perigo. Ficam na memória os arrepiantes acidentes de Kimi Raikkonen e Marcus Ericsson. Nestas alturas, é necessário ter pulso firme e saber quando parar.
De realçar, também, o facto de este ter sido o último GP do Brasil para Felipe Massa. O piloto da Williams já anunciou que vai terminar a carreira no final deste Mundial e despediu-se hoje do circuito a que chama casa. Não conseguiu fazê-lo da melhor maneira, ainda assim: Massa desistiu depois de se despistar. Mas foi compensado com a ovação que os milhares de pessoas no Autódromo José Carlos Pace lhe deram. As lágrimas foram a única reacção que o brasileiro conseguiu ter.
Hamilton concretizou um sonho e venceu pela primeira vez em São Paulo. Rosberg só precisa de um lugar no pódio em Abu Dhabi para ser campeão, mas a luta pelo título vai mesmo até ao fim. A F1 está de volta; pelo menos, é o que parece. O último Grande Prémio da temporada acontece no fim-de-semana de 25 a 27 de Novembro, em Abu Dhabi.
Foto de capa: Mercedes
Artigo revisto por: Francisca Carvalho