Já podemos acabar com isto da F1 Sprint? | Fórmula 1

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No último fim de semana, durante o Grande Prémio dos Estados Unidos, tivemos mais um fim de semana de sprint, formato que a Fórmula 1 pretende vir a implementar cada vez mais ao longo das épocas. Já eu, depois de três anos de experiências com sprints, não vejo o porquê de se continuar a fazer corridas sprint.

Já vimos algumas versões diferentes desta experiência. No início, o resultado da corrida sprint definia a grelha para a prova principal, mesmo que já houvesse uma qualificação no dia anterior. Posteriormente, decidiram que o sprint não deveria definir a grelha para a corrida de domingo, dando apenas pontos aos primeiros classificados (oito primeiros no formato atual, sendo que já só houve pontos para os três primeiros). Hoje em dia, o sprint é quase tratado como um evento distinto, havendo inclusive uma qualificação para essa corrida mais pequena.

Todas estas experiências levam-me a chegar à conclusão de que prefiro o formato com três treinos livres. Se pensarmos bem, o que é que o formato sprint acrescenta? Nas várias amostras que já tivemos, poucas foram aquelas que nos trouxeram algo diferente daquilo que vimos na corrida principal. Lembro-me por exemplo do sprint deste ano na Áustria, em que choveu, e vimos um espetáculo distinto do de domingo por isso mesmo. De resto, hoje o sprint só serve para dar um spoiler daquilo que vai ver na prova principal, não havendo necessariamente maior risco por parte dos pilotos pelo facto de a prova ter uma duração mais curta (por outras palavras, ninguém vai arriscar problemas só para ganhar cinco pontos).

Depois, há a questão do sprint shootout. Introduzido este ano, trata-se de uma qualificação em moldes praticamente iguais aos da qualificação tradicional, mas com menos tempo em cada um dos segmentos e com obrigatoriedade de utilização de pneus médios no primeiro e no segundo segmento. Isto, como se viu no fim de semana dos Estados Unidos, é praticamente como ver a qualificação tradicional em diferido. Uma qualificação com os mesmos moldes, mas mais pequena, não vai trazer resultados revolucionariamente diferentes. Quem foi mais rápido no dia anterior vai continuar a ser, e quem teve dificuldades na véspera continuará a tê-las.

A outra questão que se pode colocar é: o formato de três treinos livres é absolutamente ideal? Claro que não, também pode ser perfeitamente melhorado. A minha sugestão seria um treino livre na sexta-feira, uma qualificação no sábado e uma corrida no domingo (ou qualquer coisa semelhante com isso, desde que não haja mais do que UMA qualificação e UMA corrida). Outra coisa que é importante referir é que não é o formato que vai aumentar o entusiasmo da Fórmula 1. Em 2021, não foram as corridas sprint que tornaram a época espetacular, tal como em 2023 não vão ser essas provas que tornam isto mais interessante. Se há uma equipa com um carro muito melhor do que os outros, e se essa equipa tem um piloto muito melhor do que o outro, não é o formato que vai alterar as coisas.

Posto isto, li há dias uma notícia que dizia que as corridas sprint seriam para continuar, sendo que os pontos contariam apenas para um campeonato independente de sprints, sem contar para o Mundial de Fórmula 1, e iria proceder-se à aplicação de grelha invertida, que é algo que ouço muitos adeptos de Fórmula 1 a desejarem, mas que é uma ideia que eu abomino completamente. Infelizmente para mim, o formato sprint deverá ser para continuar, mas uma coisa é certa: não é isto que vai trazer entusiasmo acrescido à Fórmula 1.

Bernardo Figueiredo
Bernardo Figueiredohttp://www.bolanarede.pt
O Bernardo é licenciado em Comunicação Social (jornalismo) na Universidade Católica de Lisboa e está a terminar uma pós-graduação em Comunicação no Futebol Profissional, no Porto. Acompanha futebol atentamente desde 2010, Fórmula 1 desde 2018 e também gosta de seguir ténis de vez em quando. Pretende seguir jornalismo desportivo e considera o Bola na Rede um bom projeto para aliar a escrita ao acompanhamento dos desportos que mais gosta.

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