Os principais ingredientes para o título de Verstappen | Fórmula 1

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Max Verstappen é matematicamente campeão do mundo de Fórmula 1 pela quarta vez consecutiva. Com a época a começar com a sensação de que o neerlandês seria tão dominante como foi em 2023, a história acabou por ser bastante diferente, com Verstappen a recorrer a algumas qualidades que fizeram toda a diferença.

O que mais se destaca é obviamente a sua pilotagem no Brasil. Nessa corrida, a pressão estava altíssima e o campeonato podia ficar altamente em aberto para Lando Norris, que saía da pole position, com Max a sair de 17.º, fruto de uma penalização e de azar na qualificação. Pensava-se que seria apenas uma corrida de limitação de danos para Verstappen, mas ele executou provavelmente a sua melhor corrida na Fórmula 1 para vencer, mostrando uma incrível capacidade para perceber o limite da aderência, o que o ajudou a ultrapassar vários pilotos em São Paulo.

Outra qualidade foi a capacidade de tomar boas decisões em contextos difíceis. Lembremo-nos de Silverstone, onde se percebeu que a Red Bull não tinha ritmo para lutar pela vitória. Mas as condições foram ficando mais traiçoeiras e Verstappen aumentar a sua vantagem sobre Norris, fruto de boas decisões. Com a McLaren a complicar estrategicamente, a Red Bull e Verstappen acertaram em cheio e nem ficaram nada longe do vencedor, num dia em que o ritmo de corrida apontava para algo completamente diferente.

Voltando aos momentos em que o piloto fez a diferença no volante, recuemos até ao Grande Prémio de Espanha. Lando Norris tinha conseguido a pole position e Verstappen saía em segundo, mas Max socorreu-se dos seus habituais bons arranques para ultrapassar logo Norris na primeira curva. George Russell tinha aproveitado o duplo slipstream para passar pelos dois, mas, encorajado pelo seu engenheiro, que tinha dito que os instantes iniciais seriam aqueles onde teria mais hipóteses, Verstappen ultrapassou Russell rapidamente, algo que Norris não conseguiu fazer durante todo o primeiro stint. Tudo isso teve reflexos no resultado da corrida.

Houve outras corridas em que o agora tetracampeão foi obrigado a aguentar a pressão do seu principal rival, como aconteceu por exemplo em Imola. Vindo de uma derrota em Miami, depois de vencer quatro das primeiras cinco corridas do ano, Max controlou a maior parte da corrida na Emilia-Romagna, mas estava a ser rapidamente apanhado no último stint. Num momento de pressão, Verstappen geriu tudo de forma fantástica, usando linhas de corrida pouco ortodoxas para impedir que Norris tivesse DRS, sempre sem cometer erros. Para além de que o facto de ter começado na pole position se tenha devido a um momento de inteligência, obtendo um cone de aspiração do Haas de Nico Hulkenberg antes de começar a sua volta de qualificação.

Por fim, houve corridas em que Verstappen não tinha a mínima hipótese de ganhar, e, nesse cenário, foi capaz de assegurar o mal menor, que era o segundo lugar. Em corridas como Zandvoort e Singapura, Verstappen nada podia fazer perante o McLaren número 4, mas foi capaz de se qualificar na primeira linha da grelha em ambas essas corridas e manter-se nessa posição ao longo da corrida. Um piloto menos capaz poderia perder mais posições e perder mais pontos no campeonato, mas Max fez praticamente tudo bem ao longo do ano e revalidou o título com toda a justiça.

Bernardo Figueiredo
Bernardo Figueiredohttp://www.bolanarede.pt
O Bernardo é licenciado em Comunicação Social (jornalismo) na Universidade Católica de Lisboa e está a terminar uma pós-graduação em Comunicação no Futebol Profissional, no Porto. Acompanha futebol atentamente desde 2010, Fórmula 1 desde 2018 e também gosta de seguir ténis de vez em quando. Pretende seguir jornalismo desportivo e considera o Bola na Rede um bom projeto para aliar a escrita ao acompanhamento dos desportos que mais gosta.

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