O fim da hegemonia espanhola pela mão de Fabio Quartararo | MotoGP

    FABIO QUARTARARO: UMA HISTÓRIA DE SUPERAÇÃO E TALENTO

    Mas vamos puxar a cacete atrás e começar do início. Quatro anos, foi a idade com que Quartararo se estreou no motociclismo (agora questionamo-nos como é que é possível nesta idade estar em cima de uma mota a competir).

    Mudando-se para Espanha para iniciar a sua carreira, desde cedo demonstrou ter o carisma e o potencial para ser campeão e os seus primeiros passos no campeonato espanhol demonstraram-no. Sagrou-se campeão nacional em três categorias (70, 80 e 125).

    A sua performance brilhante ganhou ainda mais dimensão quando em 2013 ganhou o campeonato júnior de Moto3, tornando-se o piloto mais jovem de sempre a ganhá-lo. No ano seguinte conseguiu a mesma proeza, defendendo o título que havia conquistado no ano anterior.

    Estas performances permitiram a Quartararo subir à categoria de Moto3 mais cedo do que era permitido, tendo o seu percurso nessa categoria começado muito bem alcançando o pódio em quatro corridas.

    O início fazia levantar o véu sobre aquilo que o francês poderia conseguir fazer, no entanto uma lesão no tornozelo fez com que este falha-se várias corridas. No ano de 2017 subiu à categoria de Moto2 tendo um ano algo complicado que resultou numa mudança de equipa.

    E foi na Speed Up que o francês voltou a mostrar todo o seu potencial, fazendo uma corrida incrível no circuito de Barcelona, conseguindo não só a sua primeira vitória nesse ano como a volta mais rápida da corrida.

    Exibições como esta, despertaram interesse por parte do Chefe da Yamaha, Lin Jarvis que o levou para a categoria rainha do motociclismo no ano de 2019. Quartararo começou logo a demonstrar o porquê de o terem chamado e, no ano de estreia, conseguiu sete pódios, foi quinto classificado no campeonato e ainda foi considerado Rookie of the year, com uns impressionantes 192 pontos.

    No seu segundo ano começou de maneira implacável ao conquistar os dois primeiros GP’s do ano. Contudo, a temporada viria a ser um insucesso tendo ele só ganho uma das doze seguintes corridas, sendo que a única vitória culminou com o único pódio também.

    A presente temporada não começou da melhor maneira com o piloto da Yamaha a não conseguir chegar ao pódio no primeiro GP realizado no Catar. Mas, a partir desse momento, Quartararo “deu um murro na mesa” e na semana seguinte estava a conquistar a primeira das cinco vitórias que o levaram ao título. “El Diablo” não só foi o piloto com mais poles e triunfos em 2021, como também foi o único que pontuou em todos as corridas. Foi justamente esta consistência e capacidade de superação que fizeram de Fabio, o campeão.

    Este é o ponto e a razão pelo sucesso tanto do piloto como da sua equipa. Segundo a marca japonesa, o piloto trouxe “uma grande dose de positividade” à equipa, estando sempre disponível para melhorar a forma da Yamaha, depois de um ano difícil.

    Pessoalmente, acho fascinante como uma pessoa consegue revolucionar todo um espaço em seu redor através da sua maneira de ser, e estas duas citações de pessoas que trabalharem de perto com ele demonstram grande parte do seu sucesso este ano.

    A primeira de Lin Jarvis (diretor-executivo da Yamaha) numa declaração simples, mas tão impactante dizendo que Quartararo não tem inimigos, apenas rivais que o fazem dar o melhor de si. A outra de Diego Gubellini (crew chief da Yamaha) que disse que é fácil trabalhar com o piloto francês porque ele assume as suas responsabilidades, é bem-educado e não é uma estrela.

    Muitas vezes, saudamos campeões por aquilo que fazem dentro de pista, campo, ou qualquer outro recinto em que pratiquem a sua modalidade, mas, por vezes, esquecemo-nos de ir mais além e procurar informações de como estes chegaram a tal patamar. Acho que a História de Fabio Quartararo, ainda sendo curta, demonstra um exemplo de desportivismo e superação que deve estar presente no dia-a-dia de qualquer modalidade.

    Foto de Capa: MotoGP

    Artigo redigido por Duarte Amaro

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    Duas são as paixões que definem o Duarte: A Comunicação e o Desporto. Desde muito novo aprendeu a amar o desporto, muito por culpa dos intervenientes que o compõem. Cresceu a apreciar a mestria de Guardiola, a valentia de Rossi e a habilidade de Hamilton, poder escrever sobre estes é algo com que sempre sonhou.