Saltos de Esqui, Zakopane | Os triunfos não sorriram à casa

    A Taça do Mundo de Saltos de Esqui, rumou neste fim de semana, a um dos palcos mais icónicos de toda a temporada. Um recinto que não fosse a situação pandémica que o mundo vive, estaria certamente repleto de fervorosos espectadores, que lotariam as bancadas do Wielka Krokiewa, com cerca de 50.000 lugares.

    Como já percebeu o “circo” fez escala em terras polacas, mais em concreto em Zakopane. Numa estrutura com o seu K-point situado nos 125m e com um recorde de 147m, marca obtida por Yukiya Sato do Japão, a 25 de janeiro de 2020.

    Tudo começou na sexta feira, numa qualificação arrecadada pelo nipónico recordista do trampolim (HS 142) que assim assegurou a conquista do prémio  de 3.000 francos suíços  relativo a este feito.

    Contudo o destaque desta ronda qualificativa foi o facto de Piotr Zyla, que atuava em casa, ter visto as medidas do seu fato reprovadas, o que originou a desqualificação do atleta de 33 anos.

    Já a valer, o sábado, esteve reservado para uma prova por equipas, cada uma formada por quatro elementos. Recorde-se que na única compita do género realizada na presente temporada, também em solo polaco, mas em Wisla no Malinka Adam Malysz, o troféu havia ficado em posse do conjunto austríaco.

    Após o início da prova 15, começou a nevar de forma intensa dificultando, conjuntamente com as agrestes condições de vento, a tarefa dos saltadores. Diga-se que para os menos familiarizados, as competições por equipas/quartetos desenrolam-se a quatro mangas, com as oito nações mais pontuadas no términus das mesmas, a terem direito a competir numa ronda final, de acordo com os mesmos moldes. Isto quer dizer que os atletas pertencentes às nações que consigam acesso à ronda final, acabam por fazer dois saltos.

    Posto isto e concluída a ronda inaugural, quem liderava era a formação caseira, quarteto composto por: Kamil Stoch, David Kubacki, Andrzej Stekala e Pawel Wasek.  A segunda posição ia sendo pertença da turma austríaca, que atuava desfalcada do seu “abono de família”, refiro-me ao detentor da Taça do Mundo, o “baixinho” Stefan Kraft, rendido por Gregor Schlierzauer.

    A fechar os lugares de pódio íamos tendo a equipa norueguesa, composta por: Marius Lindvik, Robert Johanson, Halvor Egner Granerud e Johann Andre Forfang.

    Note-se que a grande surpresa da ronda inicial ia sendo, o facto da “Mannschaft” estar somente na sexta posição. Finlândia e Suíça ficaram com os restantes lugares de apuramento, com a Itália a ser a nação eliminada. O melhor salto do quarteto foi protagonizado por Alex Insam, uns escaços 120m.

    No extremo oposto, quem havia voado mais longe, era o austríaco Michael Hayboeck, que lograra realizar 142m. Por estes momentos bem se podia dizer que a competição estava a ser um passeio no parque para a equipa anfitriã.

    Numa ronda final, em que os saltos foram realizados a “conta gotas”, muito devido ao vento que cada vez ia soprando com maior intensidade e frequência (8m/s) a atrapalhar a fluidez da prova. À chegada da terceira manga da ronda derradeira, tudo se desmoronou para a turma da polónia, visto que após a fraca marca do jovem Andrzej Stekala, apenas 113m, viram a vitória escapar-lhes entre os esquis! Com a Áustria a não se fazer rogada e mesmo sem Kraft, a obter o segundo triunfo da temporada em outras tantas provas da especialidade.

    Como tal os polacos ficaram com a prata e a noruega foi bronze.

    No domingo teve finalmente lugar a competição individual, com 50 atletas, para preencherem 30 vagas, na ronda final.

    Ao cabo dos primeiros cinquenta registos, estava em perspetiva uma ronda final em que o equilíbrio seria nota dominante, isto porque o “Top Ten”, estava separado por uns ínfimos 8,5 pontos. A liderança, essa ia estando entregue ao esloveno Anze Lanisek, seguido de Marius Lindvik e Robert Johanson. Merecedores de destaque pela negativa, os maus registos de Granerud, com o líder da Taça do Mundo a cumprir o décimo registo, Marcos Eisenbichler relegado para a 11.ª posição e Stoch a ficar apenas com a 14.ª marca. De destacar ainda que de fora da ronda final, haviam ficado nomes como: Peter Prevc da Eslovénia ou o norueguês Johann Andre Forfang.

    Com o portão 18 a ser o escolhido para acolher as últimas 30 marcas, um acima do utilizado na ronda inicial, assistiu-se então a uma súbita melhoria, ainda que inflacionada pelas condições , das marcas realizadas.

    No final a vitória acabou por ficar na posse de Marius Lindvik, que assim somou a terceira subida ao degrau mais alto do pódio, numa ainda curta, mas auspiciosa carreira. Anze Lanisek , apesar de um grande esforço em obter a primeira vitória de sempre, acabou com a prata. O bronze ficou para o “bigode viking” Robert Johansson, Daniel Huber da Áustria e Andrzej Stekala, ocuparam respetivamente os outros postos do “Top Five”.

    Nas contas da Taça do Mundo, fruto dos maus desempenhos de Granerud, que não fez melhor do que um 23.º posto e de Kamil Stoch que se quedou pelo lugar número 11, teve em Marcus Eisenbichler o grande beneficiado do dia ao se posicionar no oitavo lugar.

    Agora Granerud soma 956 pontos, face aos 716 contabilizados por Eisenbichler, com Stoch mais longe, averbando 646.

    No próximo fim de semana teremos os Saltos de Esqui em Lati, na Finlândia as etapas 17 e 18 da “Champions League” de saltos de esqui. Com a qualificação para a prova individual a acontecer na sexta feira, o sábado ficará destinado para uma disputa por equipas. O domingo, será o dia para se assistir à prova individual.

    O BNR fará, como sempre um resumo dos principais momentos da jornada finlandesa de Saltos de Esqui.

    Foto de Capa: FIS-Ski Jumping

    Artigo redigido por Diogo Rodrigues

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    Diogo Rodrigues
    Diogo Rodrigueshttp://www.bolanarede.pt
    O Diogo é licenciado em Ciências da Comunicação pela Universidade Lusófona do Porto. É desde cedo que descobre a sua vocação para opinar e relatar tudo o que se relaciona com o mundo do desporto. Foram muitas horas a ouvir as emissões desportivas na rádio e serões em família a comentar os últimos acontecimentos/eventos desportivos. Sonha poder um dia realizar comentário desportivo e ser uma lufada de ar fresco no jornalismo. Proatividade, curiosidade e espírito crítico são caraterísticas que o definem pessoal e profissionalmente.