📲 Segue o Bola na Rede nos canais oficiais:

O simulador onde Nathan Aké é melhor que Franco Baresi | eSports

- Advertisement -

Se há jogo cuja receção da sua comunidade tem sido atribulada nos últimos anos é o jogo FIFA da Electronic Arts. De streamers do jogo a competidores em torneios oficiais há sempre críticas e desejos de melhorias que nunca se verificam.

Desde o FIFA 19 que a comunidade do FUT (FIFA Ultimate Team) acusa alguns mecanismos do jogo terem demasiado poder. No entanto, é importante lembrar que, acima de tudo, este jogo é uma simulação de futebol e é algo que os programadores do jogo parecem esquecer-se. Ano após ano, jogo após jogo.

No FIFA 19, os jogadores abusavam da habilidade elástico em cadeia e do cruzamento El Tornado, duas habilidades que apenas cartas com cinco estrelas de habilidades técnicas eram capazes de fazer.

No ano seguinte, como tentativa de contrariar este tipo de situações, a EA optou por fazer um jogo focado na defesa. Um jogo onde qualquer habilidade técnica que fosse experimentada acabava nos pés do defesa. Todas as fintas menos uma: o drag back, uma habilidade tão simples que só era necessário ter duas estrelas de habilidade técnica para fazer. Esta finta era pura e simplesmente puxar a bola atrás e depois mudar para outra direção, o avatar podia fazer o movimento para cima do defesa, que mesmo assim ficava com a bola.

Outra situação que foi muito criticada nesta edição do jogo foram os auto-blocks. Nove em cada dez remates que não fossem completamente isolados na cara do guarda-redes eram intercetados pelo defesa de forma automática, ou seja, o jogador não precisava de controlar o avatar que mesmo assim o defesa fazia-se ao lance e conseguia impedir a bola de chegar à baliza.

No fundo, todos os jogos de FIFA 20 pareciam ser jogados num relvado curto e apertado. O que ficou bem notado quando Fnatic Tekkz após perder a final de uma FUT Champions Cup afirmou com todas as palavras que, neste jogo, não interessava quem era o melhor jogador de FIFA e que havia uma dependência de sorte neste jogo.

Por fim, temos o FIFA 21. As primeiras semanas de jogo foram muito bem recebidas. Parecia um jogo mais equilibrado com foco repartido tanto na defesa como no ataque, a IA defensiva era forte, mas não completamente impossível de bater. Os defesas eram capazes de desarmar os atacantes se a finta fosse feita com o timing certo, contudo, se o atacante executasse no momento certo o defesa era bem batido.

Não só havia equilíbrio entre defesa e o ataque, parecia um FIFA onde as qualidades da pessoa que pegava no comando fazia a diferença, e não era a sorte ou a vontade do jogo que definiam o vencedor do jogo.

Mal chegou a primeira atualização, os irrealismos chegaram e o fator sorte voltou a ser diferenciador. Num primeiro momento, foram os step overs. Jogos onde um jogador pegava na bola, e se marcasse primeiro, ficava os restantes minutos a fazer step overs de uma ponta do campo a outra sem perder a bola. A aceleração no seguimento da finta era tanta que não havia hipótese do defesa apanhar.

Ainda esta habilidade não tinha sido corrigida, já outra começava a ser explorada. The Bridge, um movimento técnico introduzido nesta edição do jogo bastante simples. O avatar dava um toque mais forte na bola e acelerava, tal como nos step overs, o aumento de velocidade era tanto que não havia forma dos defesas impedirem.

Os programadores, em vez de equilibrarem esta habilidade, tornaram-na completamente inconsequente, não só o step over tirava velocidade ao avatar, como o arranque a seguir à finta era lento demais para passar o defesa. Justiça seja feita, a correção no The Bridge foi bem feita, quando feita na altura certa batia o defesa, mas, caso contrário, e se o defesa estivesse bem posicionado ele recuperava a bola.

Foi nesta altura que apareceu a pior coisa possível desta edição do FIFA: os passes a desmarcar longos.

De forma resumida, como toda a criatividade ofensiva saiu do jogo, os jogadores começaram a jogar como no FIFA 20: muito recuados atrás, e a jogar no contra-ataque. No entanto, ao contrário do ano anterior, neste ano assim que se pegava a bola na defesa, bastava deixar o dedo no passe em profundidade que o atacante começava a desmarcar nas costas.

E o passe não precisava de ser apontado pelo jogador que o esférico ia lá parar, e apesar de todas as melhorias feitas a IA dos defesas do jogo, nestas situações eles faziam algo muito estranho. Caso se jogasse com dois centrais, os dois abriam, o que dava uma auto-estrada gigante para o avançado correr, o que facilitava o golo aparecer.

A solução que a comunidade FUT encontrou para impedir isto de continuar foi jogar com cinco defesas, sendo que por haver um terceiro central esta linha de passe tornava-se menos clara, mas não desaparecia por completo.

Atenção! Estes passes de 50 a 60 metros rasteiros não eram feitos pelos avatares de Pirlo, Beckham, De Bruyne ou qualquer outro jogador conhecido na vida real pela sua capacidade de passe. Esta questão dos passes leva-me ao maior irrealismo, e o meu maior problema com o jogo. A importância de determinados atributos em relação aos outros e como isso transforma literais lendas do desporto, completamente injogáveis nesta simulação de futebol.

Com jogadores como Varane e Joe Gomez a fazer passes de 60 metros a rasgar a defesa, apesar dos seus atributos de passe serem fracos, uma pessoa poderá pensar que se tentar fazer o mesmo com um jogador que tenha atributos de passe altos. Esse mesmo passe vai ser ainda melhor, mas isso não se verifica, quase que acontece o oposto.

Jogar com Andrea Pirlo, David Beckham e, acima de tudo, Paul Scholes no meio-campo é muito difícil. O mesmo pode ser dito de jogar com Jorginho ou Toni Kroos, com estes dois é virtualmente impossível.

Foto de capa: FIFA 21
Pedro Gonçalves de Andrade
Pedro Gonçalves de Andradehttp://www.bolanarede.pt
O Pedro é um amante do desporto sem o talento para o praticar. Além de seguir apaixonadamente o desporto Rei, é um confesso adepto de NHL e dos New York Rangers.                                                                                                                                                 O Pedro escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.

Subscreve!

Artigos Populares

Eis a nova estimativa para o regresso de Luuk de Jong aos relvados pelo FC Porto

Luuk de Jong pode regressar aos relvados na próxima semana. Objetivo do FC Porto é contar com o jogador para o duelo contra o Nice.

Presidente do Barcelona garante uma redução dos preços dos bilhetes para Camp Nou e justifica valores exorbitados na estreia: «Estão um pouco acima da...

Joan Laporta admite que os valores do bilhetes foram elevados no regresso ao Camp Nou, mas promete ajustes à medida que a capacidade aumentar.

Kylian Mbappé e PSG em tribunal: ambas as partes exigem mais de 200 milhões de euros

Está em curso uma disputa judicial entre o PSG e Kylian Mbappé, com o jogador a exigir 263 milhões de euros ao clube e o clube a exigir 240 milhões de euros ao jogador.

Venceu a Bola de Ouro e sai em defesa de Vinícius Júnior: «Não se esqueçam do que ele fez pelo Real Madrid»

Karim Benzema comentou o comportamento do Vinícius Júnior e a pressão que os adeptos colocam no jogador brasileiro, do Real Madrid.

PUB

Mais Artigos Populares

Fábio Fortes acusa Anadia de «despedimento ilícito»

Fábio Fortes, avançado de 33 anos denuncia falta de justificação pelo seu despedimento e promete levar caso até às últimas instâncias.

Avançado do Bolonha hesitou antes de recusar os milhões da Arábia Saudita: «Não nego que considerei a oferta»

Riccardo Orsolini, jogador do Bolonha, preferiu manter-se na Serie A e rejeitou proposta milionária de um clube saudita.

«É preciso que se consiga assumir e aceitar que o árbitro é um ser humano como qualquer outro e que erra como qualquer outro»...

Ao Bola na Rede, Catarina Campos apresenta-se como uma decisora e fala nos meandros da arbitragem num país que aparenta gostar tanto dela como as horas envoltas na sua discussão sugerem.