NOVEMBRO 2001
O jogo com o Maia era assim um dos mais importantes da época e tinha duas baixas importantes na defesa. Tanto Ricardo Esteves como Nélson Veiga estavam lesionados e tinha que voltar a mexer no meu sector mais fraco.
Raul Oliveira e Rui Neves, dois jogadores que iam sair do clube em Novembro, são chamados para o onze e o jogo até começa bem. Logo com meia dúzia de minutos, Tó Madeira faz o gosto ao pé e tranquiliza-me no banco de suplentes.
Continuamos a mandar no jogo, sem nunca criar grande perigo e a resposta dos visitantes foi eficaz. Kika, aos 38 minutos, fez o primeiro remate da equipa e valeu logo um golo. Ao intervalo refiro que voltámos ao vício de nos acharmos superiores e que em campo, onde realmente conta, nada nos fazia ser melhores.
De nada vale, e a segunda parte faz-me lembrar o jogo de Espinho. Aos 69 minutos faço três substituições de uma assentada e, com meros segundos em campo, Marajó faz o 2-1. A terapia de choque parece ter surtido efeito e, com o apito de Paulo Costa, respiro de alívio.
Algarve em Novembro. Uma viagem que nunca tinha feito na minha vida. Na comitiva voltava a estar Nélson Veiga e, chegados a Portimão, fui com a equipa passear pela deserta Praia da Rocha e até o Zézé Sports Café estava encerrado.
Voltamos para o hotel e a noite foi passada a ouvir a chuva, enquanto jogava Age of Empires no meu portátil.
No dia seguinte, o jogo correu de forma tranquila. Logo aos 4′, o suspeito do costume fez das suas e fez o 1-0 num livre directo. O golo de Tó Madeira acalmou a equipa mas fê-los procurar mais e, perto da meia-hora, o 2-0. O central Veiga subiu à área e respondeu da melhor forma ao livre apontado por Marajó.
O resto do jogo foi de controlo da partida, uma vez que na quarta havia jogo grande na Amadora, frente ao FC Porto.
No caminho de regresso já rabiscava num papel a forma de controlar Pena e Paulo Costa. Sentia que este FC Porto estava ao alcance do melhor Estrela e que a verdadeira força dos dragões estava na defesa. Chegados a casa, nada melhor do que olhar para a classificação.
O FC Porto chegou à Reboleira com uma mini parada de estrelas. Ricardo Carvalho, Baía, Deco e Jorge Andrade, um filho da casa que recebi de braços abertos.
Estava confiante num bom resultado e que podíamos vencer o jogo, tentei motivar a equipa mas a verdade é que – raramente – as camisolas ganham jogos.
Um remate à baliza em todo o jogo e o pior CF Estrela da temporada. O meu médio defensivo, Binho, jogou a 4 e o jogo soube-me a pouco.
O golo de Paulinho Santos, mesmo em cima do intervalo, foi um rude golpe e, de forma muito honesta, Hugo Pinheiro foi dos melhores em campo.
Caiu o pequeno sonho da Taça, mas a verdadeira lição é que há um longo caminho a percorrer para chegar e bater o pé aos grandes.
Hora de voltar a focar no nosso campeonato e manter a liderança da Segunda Liga. Mas, para isso, é preciso receber e vencer o CD Aves no José Gomes…