Naquela que foi uma reedição do encontro da jornada inaugural do grupo B da fase de grupos, o Braga voltou a levar a melhor diante do Catania, tendo vencido por 7-6 e conquistado o Mundialito de Clubes. Tornando-se na primeira equipa portuguesa a vencer a prova.
Numa partida que já se esperava bastante animada, o Braga foi a primeira equipa a criar perigo e, após um aviso, Léo Martins fez o 1-0 através de um pontapé de bicicleta. Momentos depois, o Catania beneficiou de um livre em zona frontal, mas Lucão acabou por rematar ligeiramente ao lado da baliza de Rafael Padilha. Contudo, passados mais uns segundos, Sydorenko teve espaço e com um grande remate restabeleceu a igualdade.
O novo empate no marcador não durou muito e na sequência de um livre, devido a uma falta de Lucão, Jordan voltou a colocar o Braga na frente. Volvidos alguns instantes, reposição rápida de Padilha e Bernardo Martins, que quase era traído por um ressalto na areia e a meias com Gentilin, aumentou a vantagem bracarense para 3-1.
Por cima do encontro, o Braga ia sendo o conjunto mais perigoso. No entanto, no seguimento de um canto a favor do bicampeão europeu, quase que o Catania reduzia. Todavia, Padilha, com uma grande intervenção, negou o golo a Ihar Bryshtel. Passados alguns segundos, Ihar Bryshtel dispôs de um livre em excelente posição, mas o guardião minhoto voltou a levar a melhor.
Após uma fase onde o Braga tinha estado superior, o Catania parecia estar a crescer, mas apenas estava a conseguir criar perigo através de livres diretos. Porém, faltava afinar a pontaria. Não conseguiu reduzir o conjunto italiano, aumentou a equipa portuguesa. Padilha coloca a bola em Jordan, o número cinco avança uns metros no terreno, vê a posição de Léo Martins e o espaço que tem para fazer o passe, coloca a bola em Léo e o número onze do Braga desvia de calcanhar para o 4-1.
Já dentro do último minuto, o Catania usufruiu de uma grande penalidade em virtude de uma falta de Bruno Xavier sobre Ihar Bryshtel. O próprio, com uma enorme oportunidade para reduzir a desvantagem da sua equipa, acabou por permitir a defesa a Rafael Padilha.
Concluído o primeiro período, o Braga vencia por 4-1. Um resultado que demonstrava o melhor desempenho do conjunto minhoto, mas que, também, poderia ter números completamente diferentes. Isto porque os bracarenses desperdiçaram várias chances para finalizar, como Rafael Padilha já tinha sido “obrigado” a brilhar várias ocasiões.
Os segundos doze minutos não começaram de forma tão intensa como os primeiros mas, após algumas situações de perigo, acabou por ser através de um lance caricato que o Catania reduziu. Ihar Bryshtel fez um roubo de bola a Jordan ainda perto da sua baliza, mas o esférico levou tanta força que, em conjunto com um ressalto na areia, acabou por fazer um chapéu a Padilha. Um verdadeiro golo “à futebol de praia”.
Apesar do estranho golo sofrido, o Braga não temeu e passou a jogar de forma mais pausada, controlando melhor o ritmo da final. Todavia, quem tem Lucão está sempre mais perto de marcar. Assim, a meio do segundo tempo, após um pontapé de bicicleta que Padilha defendeu para canto, o internacional brasileiro, ao segundo poste, reduziu a desvantagem do Catania para a margem mínima. Passado um minuto, os minhotos beneficiaram de um livre em zona perigosíssima, devido a uma falta de Bokach sobre Bokinha. O número sete bracarense não deu qualquer hipótese e com um remate bem colocado fez o 5-3.
Ultrapassada uma fase mais movimentada, o jogo voltou a acalmar, mas as oportunidades de golo continuaram a surgir. O Catania mantinha uma maior aposta nos remates de meia distância, em virtude da dificuldade em chegar perto da baliza de Rafael Padilha. O Braga, por seu lado, de modo mais pausado e através do coletivo continuava a ser mais perigoso. Obrigando os italianos a defenderem-se como pudessem. Bokach que o diga, pois, chegou mesmo a ter que, a meias com Lucão, fazer de Sydorenko.
A cerca de trinta e três segundos da pausa, Gentilin, na sequência de um livre, rematou rasteiro e a areia tratou do resto, traindo Padilha e reduzindo o marcador para 5-4. Contudo, logo na jogada de saída, Bruno Xavier, com um remate algo enrolado, voltou a colocar o Braga com dois golos de vantagem. De seguida, Lucão travou mais dois duelos com Padilha, mas o guardião bracarense, com reflexos espetaculares, segurou a vantagem minhota.
Finalizado o segundo período o Braga continuava na frente, mas desta feita por 6-4. Mais doze minutos repletos de golos e onde, apesar do conjunto minhoto continuar a demonstrar ser melhor, Padilha voltou a fazer a diferença.
A última e derradeira parte arrancou a um ritmo morno, com o Catania a dispor das melhores chances para concretizar. No entanto, Padilha, com maior ou menor dificuldade, foi mantendo a diferença no marcador.
Após seis minutos sem grandes oportunidades para finalizar, Bokach, na sequência de um canto no lado direito do ataque do Catania, reduziu para 6-5 com uma belíssima bicicleta junto ao primeiro poste.
A mesmo de três minutos e meio do fim e no seguimento de uma rotação do quarteto de campo do Braga, uma jogada entre Bernardo Botelho e Filipe Silva terminou em golo. Excelente trabalho na retenção do esférico por parte de Bernardo Botelho e depois Filipe Silva fez o resto, assinando o 7-5. Porém, na respetiva jogada de saída, Zurlo, com um remate extremamente potente, voltou a colocar a diferença no marcador em apenas um golo.
Já dentro do último minuto, Zurlo arriscou um pontapé de bicicleta, mas Rafael Padilha, com o punho direito, segurou a vantagem minhota. A pouquíssimos segundos do toque da buzina, o Catania voltou a ter uma nova oportunidade para levar a final para o prolongamento, mas o esférico acabou por passar ao lado da baliza bracarense.
Finalizado o encontro, o Braga venceu o Catania por 7-6, tornando-se na primeira equipa portuguesa a vencer o Mundialito de Clubes. Num terceiro período que apenas começou, mais a sério, nos últimos seis minutos, os arsenalistas conseguiram ser ligeiramente superiores e a enorme exibição de Rafael Padilha foi determinante para vitória na final. Não é por acaso que a primeira pessoa que José Marques, o técnico do Braga, abraçou depois do fim da partida foi o guardião brasileiro. Sem golos não é possível ganhar, mas a verdade é que um bom guarda-redes é mais de 50% de qualquer equipa.
Desta forma, o Braga mantem-se na senda vitoriosa, acrescentando ao bicampeonato nacional e europeu a vitória no Mundialito de Clubes. Reforçando o estatuto de melhor equipa do mundo.
No que diz respeito aos prémios individuais, o Braga não fez o pleno, mas esteve quase. Rafael Padilha foi considerado o melhor guarda-redes, Lucão foi o melhor marcador com doze golos e Bê Martins foi o MVP da competição.
EQUIPAS
Catania BS: 22-Vitalii Sydorenko (GR), 2-Bokach, 9-Emmanuele Zurlo, 18-Gentilin Junior e 19-Lucão; Jogaram ainda: 8-Francesco Corosiniti, 10-Ihar Bryshtel, 11-Paolo Palmacci e 20-Fred Costa (CAP.)
SC Braga: 12-Rafael Padilha (GR), 4-Bruno Torres (CAP.), 5-Jordan Santos, 10-Bê Martins e 11-Léo Martins; Jogaram ainda: 2-Filipe Silva, 7-Bokinha, 8-Bruno Xavier e 13-Bernardo Botelho