A sair dos postes em caso de ataque de um para zero, Edu Sousa consegue ser rápido a enfrentar o seu adversário, porém, aquilo que acho que seja a sua maior dificuldade é na «mancha». Isto porquê? É certo que este movimento técnico é de difícil execução e há erros a serem cometidos.
Aqui o que está a ser analisado é sim o facto de destapar um dos postes, normalmente aquele que o atacante acaba por rematar. Por vezes, quando está a recuperar da posição adiantada acaba por se desequilibrar e assim desproteger algum dos ângulos. Situações que aconteceram no fim de semana passado na Final-Eight da Taça de Espanha, por isso é que aqui foi destacado.
Numa liga onde raramente há situações de um para zero, Edu Sousa teve, talvez forçosamente, de desenvolver e aperfeiçoar características de defesa a remates de longa distância. É frequente ver-se na Liga Espanhola remates de meia distância e qualquer desvio pode ser fatal para o guarda-redes. Porém, quanto a desvios, o jovem português não se pode queixar, visto que tem reflexos fora do normal. Basta ver o resumo dos jogos da Taça de Espanha para ficar impressionado com cinco ou seis defesas que efetuou nos três jogos que o Vinã Albali Valdepeñas participou.
Daquilo que vi das prestações de Edu Sousa, este tem características muito semelhantes a Vítor Hugo, guarda-redes do SC Braga. A altura, a capacidade de se posicionar muito adiantado em relação à linha de baliza, a facilidade de pôr a bola com a mão no campo contrário e até os rápidos reflexos permite-me fazer esta comparação.
Não podemos deixar esta jovem promessa como uma “carta fora do baralho” no que diz respeito aos convocados para o Mundial 2020. Jorge Brás terá nesta posição “um osso duro de roer” com André Sousa, Vítor Hugo e Bebé ainda disponíveis… Edu Sousa é uma solução mais do que válida e está mais do que pronto para os maiores palcos.
Não acredito que com estas características e com a idade que tem, Edu Sousa volte a Portugal tão cedo. Certamente, terá um lugar numa das melhores equipas em Espanha com toda a sua qualidade. Aliás, já está numa grande equipa, mas pode ambicionar mais, apesar de em Espanha a competição ser feroz na sua posição. Valerá a pena acompanhar este prodígio, ao longo da época, e quem sabe não o veremos a representar as cores de Portugal já no Mundial da Lituânia.
Foto de Capa: RFEF
Artigo revisto por Inês Vieira Brandão