O segundo tempo, teve início com a Argentina em superioridade numérica, que acabou por não conseguir aproveitar. Restabelecido o cinco para cinco, o encontro continuava a ser disputado a um ritmo alto e desta feita, com várias oportunidades para os dois lados. Logo aos quatro minutos, surgiu a 10ª falta de Portugal. Nicolia voltou a ter pela frente Pedro Henrique, que substituiu Nelson Filipe ao intervalo, tendo feito o 3-2. Durante os festejos, Nicolia e Luís Sénica acabaram por ver um cartão azul, devido a alguns problemas e pista por algum gesto ofensivo do jogador argentino para com o guarda-redes português. No mesmo minuto, nova grande penalidade para Portugal, que João Rodrigues voltou a concretizar, tudo empatado. De seguida, a seleção lusitana teve uma grande chance de passar, pela primeira vez, para a frente, devido a um cartão azul visto por Mathias Platero. Hélder Nunes permitiu a defesa de Grimalt e em superioridade numérica, Portugal também não conseguiu marcar.
A partida permanecia equilibrada, alto ritmo e os lances de bola parada sucediam-se. Desta forma, aos trinta e cinco minutos de jogo, foi a vez da Argentina cometer a sua 10ª falta. No respetivo livre-direto, Gonçalo Alves atirou rasteiro, não tendo conseguido marcar.
Os minutos iam passando e o quarto golo não surgia, a tensão ia subido e a ânsia era cada vez maior, pelo menos em mim e nos adeptos presente em Montreux, porque em pista isso parecia não existir. Cada seleção ia fazendo o seu jogo, esperando pelo momento certo para atacar ou aproveitar um erro do adversário e esse erro surgiu, quando Portugal cometeu a sua 15ª falta. Felizmente, Nicolia não acertou com a baliza e atirou ao lado. Contudo, por mais uma vez, foi mesmo a Argentina a passar para a frente do marcador. Transição rápida do conjunto albiceleste e com uma grande seticada, Matias Pascual fez o 4-3. Não muito depois, novo penalti para Portugal, novo golo de João Rodrigues e por sua vez, novo empate.
A final estava cada vez mais próxima do seu términus e a faltarem três minutos para os cinquenta, Henrique Magalhães viu um cartão azul por falta sobre Franco Platero. Através de uma “picadinha”, Lucas Ordoñez fez o 5-4 e o tempo de resposta para Portugal era cada vez menor. Só que no mesmo minuto, a seleção portuguesa beneficiou de uma nova grande penalidade e apesar de João Rodrigues ter falhado, empatou na recarga.
Quando tudo indicava que o jogo iria seguir para prolongamento, Nicolia tirou um coelho da cartola e serviu Reinaldo Garcia no interior da área portuguesa, este rodopiou e colocou a bola junto ao angulo superior direito, Pedro Henriques nada pode fazer. Assim, restavam quarenta e quatro segundos para Portugal chegar, por mais uma vez, ao empate. Não o conseguiu. Quem ainda teve oportunidade para marcar foi a Argentina, em virtude da 20ª falta lusa, mas Ordoñez não concretizou.
Vitória da Argentina, que desta forma conquista o seu terceiro título no Torneio de Montreux, depois das vitórias em 1989 e 1993. Num jogo onde a vitória poderia ter calhado para qualquer lado, ficaram bons indicadores das duas seleções, mais de Portugal que não foi com a sua melhor seleção, não retirando mérito aos dez convocados, assim como, uma previsão do que pode ser a final do Mundial da China.
Para além do segundo lugar no torneio, Portugal venceu dois prémios individuais. João Rodrigues foi considerado o melhor jogador e Pedro Henriques o melhor guarda-redes.
Nos restantes jogos que definiam a classificação geral da 67ª edição do Torneio de Montreux, ocorreram os seguintes resultados:
Definição do 7º e 8º lugar
Montreux HC 4-5 Chile (Golo de Ouro)
Definição do 5º e 6º lugar
Angola 9-4 Itália
Definição do 3º e 4º lugar
Espanha 5-3 França
Foto de capa: Carlos Martin