Campeões sobre rodas – Entrevista a João Campelo e Miguel Vieira

entrevistas bola na rede

A selecção nacional de sub-20 de Hóquei em Patins sagrou-se tetra campeã europeia. Em prova estavam também as selecções da Alemanha, de Andorra, da França, da Itália, da Suíça, da Inglaterra e da Espanha. Quem dispensou umas horas do seu serão para ver esta geração de um desporto que tantos sorrisos tem dado a Portugal certamente não se arrependeu. Desde o primeiro ao último embate, os jovens lusos foram brilhantes e imparáveis. A final foi frente aos nuestros hermanos de Espanha, e o caneco estava e permaneceu em solo português.

João Campelo e Miguel Vieira são dois dos campeões nacionais deste ano e partilharam detalhes das suas vidas sobre rodas.

joão campelo
João Campelo fez um bis frente à Alemanha

Comecei a jogar Hóquei na equipa de Paço de Arcos, muito por influência do meu pai, que era também jogador”, relembra João Campelo. Para ele, o Hóquei, que começou por ser uma herança familiar, tornou-se rapidamente numa paixão; paixão essa que cresceu em cada clube por onde passou. “Joguei também na equipa da escola Stuart Carvalhais (em Massamá), no SL Benfica e no Sporting CP, onde estou agora”, acrescenta. Já soma um conjunto de clubes com diferentes dimensões mas garante que a sua entrega física e moral não tem cor, assegurando que dá sempre o seu melhor independentemente do símbolo que esteja a representar. “Em todos os jogos há pressão e há muita vontade de ganhar e de fazer um bom trabalho, mas, como é evidente, nos clubes maiores a camisola pode pesar mais, contudo, tento abstrair-me desses factores e concentrar-me em dar o máximo de mim mesmo”, afirma. Esteve nas formações de dois clubes rivais directos e admite que o dérbi é sempre um jogo especial, particularmente porque é o reencontro com os ex colegas, porém, realça que “as emoções ficam sempre fora de campo” e que “não haverá qualquer tipo de sentimento de vingança”.

Dois golos no jogo contra a Alemanha foram da autoria do camisola 7, mas o auge pessoal no Europeu foi a vitória na final. “Todos os momentos deste Europeu foram especiais e vão ficar na minha memória, mas foi no fim do jogo contra a Espanha que vi todo o trabalho árduo da equipa ser recompensado”, recorda, nostálgico.

miguel vieira
Miguel Vieira marcou o golo no empate na final frente à Espanha

Comecei a patinar com cinco anos por influência de um primo, e o meu primeiro clube foi o Barcelinhos”, recorda Miguel Vieira. Já vestiu diferentes camisolas, tendo passado pelo Braga e pelo Barcelos, clube actual,  mas o que nunca muda é o seu maior apoio, o pai. O Europeu teve lugar em Valongo e, para o camisola 4, jogar “duplamente” em casa é mais uma vantagem do que um desafio acrescido. “Apesar de toda a pressão que sentimos ao jogar em Portugal e em frente aos nossos adeptos, sabemos que temos o apoio incondicional deles e que acreditam em nós. Com o passar dos jogos esta pressão transforma-se em motivação”, garante.

O Europeu foi uma semana intensa com jogos todos os dias, o que exigiu uma boa gestão das vitórias de jogo para jogo, tarefa que, por vezes, pode ser complicada. Contudo, Miguel diz que a equipa portuguesa soube ganhar e soube regular a confiança que ia adquirindo. Depois de a Espanha estar a ganhar por 1-0 à equipa lusa, foi Miguel Vieira quem fez acreditar na vitória com o golo do empate, golo com “sabor especial” para o jogador, principalmente quando se tem “um pavilhão cheio a torcer por Portugal”. Quando lhe pedi que descrevesse o momento, este disse que ficou “sem palavras”.

Depois de ser campeão e de ter marcado presença em três campeonatos da Europa, olha para o futuro com a certeza de que quer evoluir no clube actual, OC Barcelos, e atingir os objectivos traçados pela equipa. Sublinha o desejo que tem em continuar a jogar com a camisola das Quinas e conclui afirmando que não gosta de pensar a longo prazo porque acredita que o seu futuro é consequência do seu trabalho.

Curiosamente, quando questionados acerca da figura que, para eles, representa actualmente o Hóquei em Portugal, ambos disseram “Hélder Nunes”. “É um jogador jovem mas com muita maturidade”, diz o primeiro. “É um exemplo para qualquer um”, remata o segundo. Em poucas palavras adjectivam, em sintonia, o enorme talento do colega e sonham, um dia, estar também nas luzes da ribalta. Saibam os meios de comunicação social e o público dar-lhes o devido valor; afinal, o Hóquei português tem qualidade, saibamos nós merecê-lo.

Maria Serrano
Maria Serranohttp://www.bolanarede.pt
A Maria é uma rapariga que nasceu numa família em que o sexo masculino está em grande maioria, por isso desde cedo começou a ver futebol profissional, a jogar Football Manager, a ler jornais desportivos e a assistir a jogos de futebol formação. Os hábitos e a paixão perduram até hoje.                                                                                                                                                 A Maria não escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.

Subscreve!

Artigos Populares

Brenner Lucas troca Alverca pelo Santa Clara e reforça açorianos

Brenner Lucas vai seguir a carreira no Santa Clara. Extremo brasileiro trocou Alverca pelo emblema açoriano.

Enzo Maresca elogia 3 nomes do Benfica: «Têm alguns jogadores muito bons»

Enzo Maresca deixou grandes elogios ao Benfica. Treinador do Chelsea lançou duelo contra as águias no Mundial de Clubes 2025.

Portugal faz história e está pela 1ª vez na final do Mundial de Andebol Sub-21

Portugal está na final do Mundial de Andebol Sub-21 de forma inédita. Triunfo dos Heróis do Mar chegou no prolongamento.

Conta oficial do Mundial de Clubes recorda passagem de Enzo Fernández pelo Benfica antes do embate contra o Chelsea

A conta oficial do Mundial de Clubes não esqueceu a passagem de Enzo Fernández pelo Benfica. Chelsea defrontará as águias.

PUB

Mais Artigos Populares

Samuel Portugal vai mesmo deixar o FC Porto este verão com 0 jogos pela equipa principal em 3 épocas

Samuel Portugal não vai continuar no FC Porto para lá deste verão. Decisão está tomada e acertada entre ambas as partes.

Eis o salário oferecido pelo Al Nassr para convencer Jorge Jesus

Jorge Jesus é o principal alvo do Al Nassr para o lugar de treinador. Sauditas chegam aos sete milhões de euros anuais.

PSG quer mais um português e está disposto a chegar aos 13 milhões de euros por defesa

O PSG está interessado em contratar mais um defesa. Diogo Leite, central do Union Berlim, é um nome do agrado de Luís Campos.