No derradeiro dia, Trissino e Valongo entraram em campo para disputarem a primeira final da Liga Europeia da sua História. E se olharmos à história, esta foi a terceira final entre portugueses e italianos, com Portugal a sorrir em ambas – em 1986 o FC Porto derrotou o ASDH Novara e em 1991 o OC Barcelos venceu o SHR Monza. Curiosamente, essas duas finais ditaram o primeiro título europeu para as duas equipas portugueses. E se todas as estatísticas jogavam, antes do jogo, a favor do Valongo, o facto de jogar praticamente em casa enfatizou ainda mais esse vaticínio. Os seus adeptos fizeram mais de 230 quilómetros e encheram toda a bancada que lhes era reservada, proporcionando um grande ambiente do início ao fim do jogo.
O jogo em si foi bastante disputado e rodeado sempre de muita espetacularidade e emoção para os presentes. À semelhança do dia anterior, o Valongo voltou a entrar bem na partida e, com 47 segundos jogados, Facundo Bridge abriu o marcador. A reação italiana foi imediata e, Davide Gavioli repôs o empate. Depois de dois Livres Diretos desperdiçados, Andrea Malagoli completou a reviravolta, três minutos depois. Logo a seguir foi a vez de Diogo Abreu desperdiçar um penálti, mas, aos 21’, Diogo Barato fez o 2-2. No último minuto do primeiro tempo, Facundo Navarro teve a chance de colocar a sua equipa novamente a vencer e, através de um Livre Direto, não desperdiçou.
Na segunda parte o nível exibicional manteve-se elevado e, logo no início, Malagoli voltou a empatar a partida. Três minutos depois, a equipa do distrito do Porto voltou a responder, com Facundo Bridge a fazer o 3-4. Depois, Facundo Navarro teve duas oportunidades para voltar a fazer o golo, mas Zampoli defendeu os dois Livre Diretos. A cinco minutos do fim, Giulio Cocco voltou a marcar nesta Final-Four e levou a partida para prolongamento. Na etapa complementar, os dois conjuntos anularam-se e, pela primeira vez na longa história da Liga Europeia, a Final iria ser resolvida nos penáltis. No desempate, Zampoli voltou a aparecer, defendeu dois remates e o Trissino venceu por 3-1.
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Pela primeira vez na História, o GSH Trissino sagrou-se Campeão Europeu de Hóquei em Patins, naquele que é o segundo título de sempre para a Itália. Em 2006, o Follonica Hockey 1952 conquistou o troféu, numa competição realizada em Torres Novas. Curiosamente, uma das principais figuras dessa equipa foi Alex Bertolucci, atual técnico do Trissino. À 56.ª edição, a equipa do norte de Itália tornou-se no 12.º conjunto a vencer a competição, juntando-se a FC Barcelona (22), Reus Deportiu (8), Igualada HC (6), HC Liceo (6), Sporting CP (3), CP Voltregà (3), FC Porto (2), SL Benfica (2), OC Barcelos, CE Noia e Follonica.
Il GSH Trissino ufficializza il primo nuovo arrivo per la prossima stagione: si tratta del giovane portiere Stefano Zampoli.
Benvenuto a Trissino, Stefano 💙#GSHockeyTrissino #NuovaStagione #HPSerieA1 #StefanoZampoli pic.twitter.com/EgLqrSQW4p— Hockey Trissino (@HockeyTrissino) June 15, 2021
Olhando para os principais nomes da edição 2021/22 da Liga Europeia, Jordi Méndez sagrou-se o melhor marcador da competição. Apesar de não ter estado presente na etapa decisiva, o jogador de 24 anos do AW Lodi apontou 10 golos em seis jogos. Todavia, a Final-Four e o título inédito do Trissino ficam incontornavelmente marcados por um nome: Stefano Zampoli. Pode não ter saltado à vista na meia-final, embora não tenha sofrido golos, mas na Final mostrou toda a sua qualidade, salvando a sua equipa quando esteve a perder e evidenciando-se nos penáltis. Tem apenas 22 anos e foi o guarda-redes menos batido nesta edição da competição. Um nome a ter em conta para o futuro e para a baliza da seleção italiana.
Foto de Capa: WS Europe
Artigo redigido por Tiago Alexandre