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A Caminhada até Paris 2024 #4: Hipismo

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A relação entre o Homem e o cavalo é uma já com mais de cinco mil anos de existência e que acompanhou muitos dos momentos fulcrais do desenvolvimento da nossa sociedade. Por isso, é sem surpresa que tenhamos trazido este nosso amigo de quatro patas também para os nossos momentos recreativos e, assim, temos indicações de que já na Grécia Antiga se realizavam provas de Hipismo. A vertente mais moderna deste desporto desenvolveu-se bastante na Europa e nos Estados Unidos da América durante os séculos XVIII e XIX, tendo sido no século XX que se estabeleceram as três vertentes competitivas (Adestramento, Saltos e Concurso Completo) como as conhecemos agora. Nos anos mais recentes, Alemanha e Reino Unido têm sido as nações mais bem sucedidas na modalidade.

A primeira inclusão do Hipismo nas Olimpíadas modernas deu-se na mesma cidade que agora acolherá os Jogos. Em Paris 1900, França, Bélgica e Itália dominaram o medalheiro, mas não se pode dizer que a oposição fosse muito, uma vez que apenas oito nações estiveram representadas. A curiosidade maior dessa edição é que a contabilidade final da mesma já foi alvo de revisão histórica. Isto porque, aquando da sua realização, os eventos não foram considerados olímpicos, mas sim como um evento isolado parte da Exposição Universal. Posteriormente, numa primeira correção, apenas os três eventos de salto foram considerados como olímpicos, enquanto as duas provas de condução ficaram de fora. Mais recentemente, o Comité Olímpico Internacional já confere a todas as cinco provas esse estatuto.

Na ilustre história que se seguiu em Jogos seguintes, muitos momentos se poderiam destacar, mas um que ficará para sempre registado na história da modalidade ocorreu em 1956, em Estocolmo, nos Jogos de Melbourne. Confuso? Há uma explicação. Ora, nessa época, a Austrália tinha regras de quarentena extremamente restritas para a entrada de cavalos no país, que incluíam uma quarentena de seis meses, e recusou-se a relaxá-las para os animais de competição. A solução encontrada foi, então, criativa, com as provas de Hipismo a disputarem-se na Suécia e vários meses antes das restantes, no verão europeu, enquanto o evento principal decorreu no verão australiano.

Campeão do mundo em 1954 e 1955, o alemão Hans Günter Winkler, montando Halla, partia para essa edição como o grande favorito a conquistar o ouro no salto individual e a auxiliar os seus compatriotas no coletivo. Contudo, no penúltimo obstáculo da primeira ronda, Winkler sofreu uma lesão muscular. Cheio de dores, ponderou desistir, mas isso implicaria também a eliminação alemã da prova por equipas.

O desconforto era demasiado, mas Winkler decidiu competir apesar das dores. É aqui que a realidade se mistura com a lenda. Halla, sentindo a incapacidade do seu cavaleiro, percorre o percurso quase a solo, com meras direções de Winkler. O resultado é suficiente para a Alemanha ser campeã olímpica do salto por equipas. Mas, não só. A saída de Winkler e Halla é tão rápida que o alemão leva mesmo para casa o tão desejado ouro individual. Winkler haveria de participar em mais cinco Olimpíadas (duas delas com Halla), sendo em todas medalhado na classificação por equipas.

Portugal tem também uma longa história na Modalidade, sendo presença habitual entre os participantes e já tendo obtido várias subidas ao podium. De facto, a primeira medalha olímpica da história da Nação Valente foi alcançada a cavalo. No ano de 1924, em Paris, as prestações de António Borges D’Almeida, Hélder de Souza, José Mouzinho e Luís Menezes colocaram pela primeira vez Portugal na tabela das medalhas com um honroso terceiro posto no Prémio das Nações.

E seria nessa mesma classificação coletiva que os lusitanos voltariam a marcar presença entre os três melhores por mais duas ocasiões, em Berlim 1936 (Domingos Coutinho, José Beltrão e Luís Mena e Silva) e em Londres 1948 (Fernando Silva Paes, Francisco Valadas Júnior e Luís Mena e Silva). Apesar destes sucessos já estarem distantes no tempo, Portugal continua a honrar a sua tradição cavaleira e nos últimos Jogos, Tóquio 2020, arrecadou um diploma olímpico pelo oitavo lugar de Maria Caetano, João Miguel Torrão e Rodrigo Torres no ensino por Equipas.

José Baptista
José Baptistahttp://www.bolanarede.pt
O José tem 24 anos e é de Direito. Adora escrever e, para ele, o desporto deve ser em quantidade e em variedade. O Ciclismo é a sua grande paixão e em 2015 redescobriu o Wrestling.                                                                                                                                                 O José escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.

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