A Caminhada até Paris #3: Andebol

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    Para chegarmos ao Andebol praticado nos dias de hoje temos de percorrer um caminho bastante longo! A primeira vez que se escreve sobre um jogo praticado com uma bola, cujo desígnio era realizá-lo com as mãos, data ainda da Grécia antiga com a civilização egípcia a continuar o exercício de tais atividades. Entretanto e com o passar do tempo, com o progresso, foi ganhando mais notoriedade um tal jogo em que o objetivo seria introduzir a bola numa baliza, mas numa fase inicial e ainda muito distante do que acabaria por ser o Andebol  como o conhecemos . O jogo era praticado em pares tal como se convencionou  em solo germânico no final do século XIX  e tudo porque um professor de educação física assim o  decidiu. Refira-se ainda que na Checoslováquia  a partir do começo do século vindouro  começou a dinamizar-se e a praticar uma modalidade em tudo semelhante ao Andebol, o “azena”, nome pelo qual os habitantes desse já extinto país o designavam nos territórios que dele faziam parte.

    De salientar ainda que foi durante uma aula de educação física, em solo bávaro que e com vista ao desenvolvimento físico-motor de duas das suas alunas, um professor decidiu ministrar um jogo bastante parecido ao que então seriam as sementes do que mais tarde viria a ser a modalidade. Isto ao mesmo tempo que na cidade invicta o professor Porfírio Malheiro trazia para a berlinda um jogo então apelidado de “malheiral”, em sua honra, e que foi um primeiro contacto dos locais com algo idêntico a este desporto.

    A primeira e a original variante do jogo

    Não obstante em 1917 se ter praticado a modalidade nas ruas da capital Berlim, a verdade é que o Andebol como um desporto verdadeiramente codificado e com regras próprias apenas surgiu depois do términus da I Guerra Mundial, sendo que a sua criação e teorização são atribuídas aos germânicos Hirschmen e Karl Schelenz, embora o Uruguai reclame a “paternidade” do desporto. Os sul-americanos advogam que o criador  foi o professor de educação física, António Valeta ,  um dos principais impulsionadores do fenómeno desportivo deste país e que alegadamente para o tentar assemelhar ao futebol lhe deu o nome de “Balon”. Ainda segundo o que se afirma por terras uruguaias  foi através de marinheiros presos nos campos de fixação germânicos durante a I Guerra Mundial . O entusiasmo que nutriam  pela prática da atividade física,  levou  estes prisioneiros detidos no Porto de Montevideu a  apresentar ao Sr. Karl Schelenz  o jogo que este acabaria por reuniu e compilar os princípios originais e que serviram de base ao então Andebol de onze.

    Porque não vingou esta variante?

    O Andebol de onze disfrutou de um grande reconhecimento durante as décadas de 20, 30 e inícios de 40 até que e fruto dos rigorosos invernos nos países do norte da Europa, nomeadamente Suécia e Dinamarca ,se chegou à conclusão que seria necessário, imperioso e urgente passar não só a disputar as partidas  em recintos fechados, sendo que até então se jogava ao ar livre, como se convencionou reduzir o número de atletas por equipa passando assim  cada conjunto a possuir sete elementos em campo. Sendo por este motivo o incremento do Andebol de sete atribuído a suecos e dinamarqueses. Para além destes: noruegueses, alemães, húngaros e islandeses são algumas das maiores potências atuais deste incrível e bem emocionante desporto. Isto sem esquecer os nossos vizinhos espanhóis e os franceses, sendo a formação gaulesa a atual campeã olímpica masculina da modalidade. Fora do “velho continente” vemos países como Egito, Tunísia e Cabo Verde em África , bem como Japão e Bahrein em solo asiático na vanguarda  andebolística.

    A estreia como modalidade olímpica

    A estreia da modalidade como integrante do programa dos Jogos ocorre em 1936 em Berlim, mas apenas com o torneio masculino e com a equipa da casa a conquistar o caneco, sendo que entrou e saiu por mais duas vezes do programa das olimpíadas. A vez seguinte em que teve lugar foi apenas em 1948, ainda só com a vertente masculina  numa edição que teve como palco a cidade de Londres. O Andebol e após nova ausência das lides olímpicas regressaria e para ficar na edição de 1972 em Munique, sendo que as senhoras fariam a sua primeira  aparição quatro anos mais tarde em Montreal no Canadá, tendo desde então  lugar cativo!

     De salientar que a França com três títulos nas últimas quatro olimpíadas é o país mais laureado na vertente masculina e que as dinamarquesas são as que mais ouros levaram para casa na vertente feminina, sendo talvez duas das maiores favoritas a repetir em Paris tal desiderato!

    Após bater a todo-poderosa fez-se ainda mais história em Tóquio

    Após batermos a França  por 28/26 garantindo em território contrário a presença em Tóquio,  os “heróis do mar” órfãos do imortal Alfredo Quintana, acabaram mesmo por conseguir um triunfo na estreia em modalidades olímpicas coletivas de pavilhão, isto tendo em conta que em Barcelona 1992 havia-mos participado no Hóquei em Patins, no ano em que foi modalidade de demonstração. A obtenção do triunfo sobre o Bahrein por 25/26 foi mesmo um marco para a modalidade no nosso país, isto num certame no qual também encaramos olhos nos olhos seleções de topo mundial como a Suécia com quem discutimos até perto do fim o resultado, a vice-campeã olímpica Dinamarca sobre quem vencia-mos à saída para as cabinas e o Egito, a nação mais forte de África e já uma potência no contexto do Andebol atual a nível mundial.  Infelizmente e não obstante todo o esforço, uma derrota bastante amarga diante da Hungria, numa partida marcada pela desinspiração fez com que falhasse-mos a segunda presença consecutiva do Andebol luso numa olimpíada!

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    O Diogo é licenciado em Ciências da Comunicação pela Universidade Lusófona do Porto. É desde cedo que descobre a sua vocação para opinar e relatar tudo o que se relaciona com o mundo do desporto. Foram muitas horas a ouvir as emissões desportivas na rádio e serões em família a comentar os últimos acontecimentos/eventos desportivos. Sonha poder um dia realizar comentário desportivo e ser uma lufada de ar fresco no jornalismo. Proatividade, curiosidade e espírito crítico são caraterísticas que o definem pessoal e profissionalmente.

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