Paris 2024, Ciclismo #3: Ferrand-Prévot triunfa em casa e Pidcock faz remontada histórica

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Pauline Ferrand-Prévot e Thomas Pidcock são campeões olímpicos de BTT. Para a francesa, é uma vitória particularmente doce, ao ganhar em casa o grande título que faltava à sua carreira. Já Thomas Pidcock fez uma remontada histórica, depois de um furo, recuperando de uma desvantagem de 37 segundos para se sagrar bicampeão olímpico, ao repetir o triunfo em Tóquio 2020.

Á QUARTA É DE VEZ PARA FERRAND-PRÉVOT

Pauline Ferrand-Prévot não demorou a mostrar ao que vinha. A veterana francesa distanciou-se logo na primeira volta com a neerlandesa Puck Pieterse e com a compatriota, Loana Lecomte. Na segunda, distanciou-se das rivais e não mais foi alcançada. A história da corrida passaria a ser sobre a prata e o bronze.

Quando a vantagem de Ferrand-Prévot já era de cerca de 30 segundos, Pieterse distanciou-se de Lecomte ainda antes da 3ª volta. A francesa de 24 anos estava em quebra e foi alcançada por um grupo perseguidor, antes de ficar envolvida numa queda que a deixou inconsciente, mas que felizmente não foi assim tão grave, deixando Lecomte “apenas” com uma concussão e pontos no queixo.

Com isto, a luta pela medalha de bronze ficava completamente em aberto e a prata seguiu o mesmo caminho, graças a um furo de Puck Pieterse. Na penúltima volta, Haley Batten, dos Estados Unidos, deixava Jenny Rissveds, da Suécia, para trás e confirmava a sua medalha de prata, com Rissveds a ficar com o bronze. Já Pauline Ferrand-Prévot ganhou um título histórico em casa, com 3 minutos e 57 segundos de vantagem para a segunda, e deixou o Presidente da UCI, David Lappartient em lágrimas pela compatriota.

A EPOPEIA DE PIDCOCK

No arranque, Charlie Aldridge e Riley Amos foram quem saiu melhor, com este último a assumir a liderança. Enquanto o norte-americano alternava na liderança com Alan Hatherly, da África do Sul, o grande favorito Tom Pidcock tinha um mau arranque, o que dificultava a sua vida depois de ter começado na 2ª fila.

Charlie Aldridge assumiu a liderança e conseguiu ganhar uma pequena vantagem antes da zona de assistência. Hatherly encabeçava a perseguição, mas acabaria por voltar ao 1º lugar, depois do britânico sentir problemas físicos. Começavam a existir cortes, com ciclistas como Pidcock. Nino Schurter, Alan Hatherly, Mathias Flueckiger e Victor Koretzky.

Na 2ª volta, Flueckiger aumentava o ritmo, deixando Schurter e Hatherly em dificuldades. Apenas Pidcock e Koretzky seguiam a roda do corredor helvético, mas nunca quebrou completamente o grupo principal. E depois, quando 13 ciclistas estavam juntos e Fluckiger passava a maior parte do tempo na frente, Tom Pidcock lançava um grande ataque, apenas seguido por Victor Koretzky. Na perseguição direta, seguiam Fluckiger, Hatherly e Aldridge que recuperara depois do percalço físico.

E então, Pidcock furou! O ciclista britânico parou e perdeu vários segundos, deixando o francês isolado na frente, com Alan Hatherly em 2º lugar, a 9 segundos. Já Pidcock ficava a 37 segundos de Koretzky, acabando a 4ª volta a 34 segundos. O campeão de Tóquio não tardou a apanhar o grupo que discutia a medalha de bronze, com Charlie Aldridge, Nino Schurter, entre outros.

Pidcock não parava quieto e não tardou a meter um ritmo diabólico na frente do grupo, primeiramente seguido por Samuel Gaze e depois por Mathias Fluckiger. Desta forma, os dois primeiros de Tóquio 2021 estavam na luta pelo bronze em Paris. Victor Koretzky continuava na frente, deixando o público francês ao rubro e Alan Hatherly começava a quebrar, perdendo já 15 segundos para o francês, com o grupo de Pidcock a 25. O campeão do Mundo apanhava o rival sul-africano antes do fim da 6ª volta e já só estava a 17 segundos do rival gaulês que alcançou a meio da penúltima volta, juntamente com o sul-africano.

Pidcock não estava para grandes descansos e atacou, levando apenas Koretzky consigo.Voltou a fazê-lo várias vezes, com Hatherly a fazer uma homenagem a João Almeida, recolando e descolando do grupo. Até que na última volta antes da zona técnica, foi Victor Koretzky a atacar, abrindo um espaço para o britânico que conseguiu fechar e lançar um contra-ataque, o que Koretzky também tentou de seguida.

E já nos metros finais, as rodas dos dois ciclistas tocaram-se quando Pidcock fez a ultrapassagem que lhe garantiu o 2º título olímpico consecutivo. Victor Koretzky ficou no 2º lugar e Alan Hatherly completou o pódio. Thomas Pidcock é o 1º bicampeão olímpico desde Julian Absalon.

Filipe Pereira
Filipe Pereira
Licenciado em Ciências da Comunicação na Faculdade de Letras da Universidade do Porto, o Filipe é apaixonado por política e desporto. Completamente cativado por ciclismo e wrestling, não perde a hipótese de acompanhar outras modalidades e de conhecer as histórias menos convencionais. Escreve com acordo ortográfico.

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