Boccia: Uma modalidade para conhecer

    QUEM, ONDE E COMO SE JOGA

    Disputado num recinto de dimensões consideráveis, por norma um pavilhão, o campo de Boccia possui uma área bem larga para facilitar a movimentação das cadeiras de rodas normalmente utilizadas por grande parte dos atletas, embora e contrariamente ao que se julga possa ser praticado por pessoas sem quaisquer limitações. A salientar o facto de não existir uma restrição quanto ao sexo do/a atleta, ou seja: competem nas mesmas categorias homens e mulheres. Quanto ao objetivo do jogo é simples: tentar colocar as doze bolas (seis azuis contra seis vermelhas) o mais perto possível da bola branca, bola “alvo”, de  preferência tocando-lhe, esta terá sido previamente arremessada  por um dos atleta. De realçar que uma partida  pode ser jogada a nível individual, em pares ou em equipas de três elementos, sendo que podem ser todos, ou não, do mesmo sexo. Coordenação, estratégia, cooperação e controlo muscular são também fundamentais para a prática de um desporto que se divide em classes consoante o grau de dependência/incapacidade dos atletas.

    CLASSIFICAÇÃO

    O Boccia enquanto modalidade desportiva, sendo que enquanto atividade de pura recreação/lazer não tem de obedecer aos referidos condicionalismos, foi criada com a finalidade de ser praticada por atletas portadores de deficiência motora grave  (P.C .  ou outras ). Por forma a todos estarem em pé de igualdade e  circunstâncias foram criadas várias classes , mediante o grau  destas patologias:

    BC1– Atletas tetraplégicos, com pouca amplitude de movimento funcional e com escassa força funcional em todas as extremidades e tronco. Necessitam de alguém que os auxilie , tanto no ajuste e estabilização da cadeira de rodas como para lhes dar a bola.

    BC2- Tetraplégicos com pouca força funcional em todas as extremidades e tronco, mas que possuem capacidade para propulsionar a cadeira de rodas.

    BC3– Classe onde se compreendem pessoas com diferentes tipos de deficiências/incapacidades, tendo em comum o facto de não possuírem força funcional que lhes permita executar um lançamento para dentro de campo. Também revelam extremas dificuldades na preensão da bola, motivo pelo qual são utilizadas calhas na referida classe.

    BC4-Praticantes portadores de deficiência motora e cujo limite funcional seja superior ou idêntico aos BC2.

    Como já destaquei Portugal tem um amplo histórico de medalhas nesta modalidade em Paraolimpíadas e nos principais palcos, exemplo disso é a constante presença de atletas de terras de Cabral nos postos cimeiros das classificações mundiais. Expoente máximo desta tradição de fazer muito com pouco é António Marques, um fantástico atleta que representa a APPC- Associação Portuguesa de Paralisia Cerebral de Coimbra, que ao longo da carreira colecionou 21 medalhas , sendo oito conquistadas em Paraolimpíadas: um record mundial no Boccia. Um verdadeiro mago destas lides!

    Muito mais havia a dizer e a destacar acerca de um desporto: fantástico, excitante  onde se prova que não existem barreiras que possam derrubar os nossos sonhos!  Espero ter-vos aguçado  o apetite e a curiosidade para que  procurem saber mais sobre o Boccia. Serão certamente bem-vindos caso queiram assistir, praticar ou simplesmente experimentar.

    Foto de Capa: IPDJ

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    Diogo Rodrigues
    Diogo Rodrigueshttp://www.bolanarede.pt
    O Diogo é licenciado em Ciências da Comunicação pela Universidade Lusófona do Porto. É desde cedo que descobre a sua vocação para opinar e relatar tudo o que se relaciona com o mundo do desporto. Foram muitas horas a ouvir as emissões desportivas na rádio e serões em família a comentar os últimos acontecimentos/eventos desportivos. Sonha poder um dia realizar comentário desportivo e ser uma lufada de ar fresco no jornalismo. Proatividade, curiosidade e espírito crítico são caraterísticas que o definem pessoal e profissionalmente.