Futebol Olímpico: a imprevisibilidade dos medalhados

    Grupo C: República da Coreia, México, Alemanha e Fiji

    O México é o atual campeão olímpico Fonte; futbol-com.ucoz.ru
    O México é o atual campeão olímpico
    Fonte; futbol-com.ucoz.ru

    A República da Coreia é uma seleção à imagem do Japão ou o que é uma seleção do continente asiático: apaixonada pelo fenómeno que é o futebol, é uma equipa extremamente técnica e disciplinada em termos do que são os princípios organizacionais do seu jogo. Está inserida num grupo com adversários de peso, mas não é de excluír a excelente campanha (medalha de bronze) nos JO de Londres em 2012.

    A Coreia vai ao Rio de Janeiro com um elenco apenas com jogadores com mais de 21 anos de idade. Não traz nenhum “miúdo” para revelar. A maior parte tem mesmo 22 e 23 anos. Os jogadores que melhor conhecemos são o “nacional” Suk (25, do FC Porto), aquele que é para mim o melhor jogador da Coreia, Son Heung-min (24, do Tottenham), o já rotinado internacional “A” Jang Hyun-Soo (24, do Guangzhou R&F), o interino Kwon Chang-Hoon (22, Bluewings) e ainda o jovem atacante do Bayer Leverkusen Ryu Seung-woo (22).

    O desconhecido poderá ser um fator chave para esta seleção, e será que conseguirão surpreender novamente nos JO?

    O México é à imagem da Colômbia, Argentina e Uruguai uma seleção de futuro no que concerne à revelação de jogadores com particularidades de jogo américo-latinas mas de fácil adaptação ao futebol europeu. Campeões na última edição dos JO, abraçam esta competição com a intenção certa de voltar a discutir uma presença na final. Contudo, tenho dúvidas sobre se conseguirão atingir tal feito.

    Campeões em 2015 da CONCACAF Sub20, demonstram que independentemente dos anos que passam e da competição que disputa o México lidera esta confederação da América Central e da América do Norte. Da final disputada frente ao Panamá os três jogadores do Pachuca Erick Aguirre (19), Erik Gutiérrez (21) e Hirving Lozano (21) estarão presentes nestes JO. O elenco Mexicano conta exclusivamente com jogadores que competem na Liga Mexicana, sendo que apenas Érik Torres (23, do Houston Dynamo) joga nos EUA. A escolhas pós-23 anos contam com Alfredo Talavera (33, Toluca), Jorge Nilo (28, Tigres) e o inevitável e protagonista da final de Londres 2012 Oribe Peralta (32, América).

    Relativamente à Alemanha, potência Mundial do Futebol, é incrível pensarmos que desde a virada do Milénio esta é a primeira presença nos JO. Em cinco edições desde 2000 a Alemanha participa em apenas uma agora. Independentemente do valor e do respeito que qualquer seleção alemã imponha, teremos de ser reservados no que toca ao prognóstico do seu desempenho.

    Conta com o contributo dos irmãos gémeos de 27 anos Sven Bender (Dortmund) e Lars Bender (Leverkusen) e ainda com o avançado também de 27 anos Nils Petersen (Freiburg) para oferecer toda a sua experiência em grandes palcos. Apenas Matthias Ginter (22, Dortmund), Sèrge Gnabry (21, Arsenal) e Max Meyer (20, Schalke 04) vieram diretamente da seleção que perdeu 5-0 contra Portugal nas meias-finais do último Europeu Sub21. Ainda farão parte as duas jovens estrelas do campeonato alemão Julian Brandt (20, Leverkusen) e Goretzka (21, Schalke 04). Embora talentosos jogadores como Joshua Kimmich (21, Bayern) e Emre Can (22, Liverpool) pudessem fazer parte desta seleção, não foram convocados ou libertados pelos respetivos clubes. Acredito que não será por falta de qualidade que a Alemanha chega longe e o nível de experiência nos JO não é superior àquele exigido na Bundesliga. Do que serão capazes? Vingarão a imagem de derrotados nos últimos dois Europeus?

    Em relação às Ilhas Fiji, se eu já sou muito reservado sobre falar sem conhecimento de causa de seleções menos reputadas, ainda por cima com jogadores novos e que ainda são desconhecidos perante o universo futebolístico mundial, o que dizer das Fiji?

    Com todo o respeito que me reserva esta seleção e este país de maravilhosas ilhas no ocenano pacífico, creio que se há equipa que veio para passear e desfrutar da experiência que é o espírito olímpico é esta mesmo. Será uma equipa que servirá de desempate no critério de golos entre os seus adversários! É só lembrar o duelo na fase de grupos, no Mundial Sub20 de 2015, entre as Fiji e a Alemanha, que terminou com uns claros 8-1 a favor dos bávaros.

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    Paulo Sousa
    Paulo Sousahttp://www.bolanarede.pt
    Um português residente no Brasil. Vive com intensidade e aprendeu a não ter medo de escolher. Ama e trabalha com o Futebol, que colide com alguns dos seus valores morais. Futebolísticamente interessa-se por assuntos polémicos e desmistificar ideias não sustentadas em fatos. Inconformado, contagia-se pelos porquês que o levam a amadurecer.                                                                                                                                                 O Paulo escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.