A Next Gen tem três grandes problemas: Roger Federer, Rafael Nadal e Novak Djokovic

A Next Gen tem sido um dos principais temas em debate entre os amantes do ténis. O surgimento de jovens jogadores como Alexander Zverev, Daniil Medvedev ou Stefanos Tsitsipas parecia indicar que num futuro muito próximo o domínio dos BIG 4 (Roger Federer, Rafael Nadal, Novak Djokovic e Andy Murray) estaria perto do fim. No entanto, até ao dia de hoje, tal não aconteceu.

Gosto de fazer este tipo de análises baseadas em factos e não em meras opiniões. Se olharmos então para os últimos 12 Grand Slams (Australian Open 2017 até ao US Open de 2019), podemos concluir que a Next Gen não está a ser bem-sucedida pelo menos no que diz respeito a prestação em majors. Nestes três anos, o único jogador que conseguiu alcançar a final de um Grand Slam foi mesmo Daniil Medvedev. Mesmo olhando para as meias-finais, só em três ocasiões (cinco jogadores) é que tivemos jovens jogadores nas meias-finais: Australian Open 2018 – Kyle Edmund (23 anos na altura) e Hyeon Chung (21 anos na altura); Australian Open 2019 – Stefanos Tsitsipas (20 anos na altura) e US Open 2019 – Daniil Medvedev (23 anos) e Matteo Berrettini (23 anos).

Mesmo alargando a análise para os últimos dez anos, não houve nenhum jovem jogador a conquistar qualquer título do Grand Slam. Para além dos BIG 4, apenas Juan Martín Del Potro (US Open 2009), Marin Cilic (US Open 2014) e Stan Wawrinka (Rolland Garros 2015, US Open 2016) foram capazes de contrariar o domínio de Federer, Nadal, Djokovic e Murray. Estes dados significam que nos últimos 44 majors, apenas por quatros vezes é que a hegemonia dos BIG 4 foi quebrada.

O US Open é o Grand Slam onde o domínio dos Big4 tem sido quebrado por mais vezes
Fonte: ATP Tour

Por outro lado, e olhando para o ranking, vemos que existem 16 jogadores com 23 anos ou menos dentro do top 50, ou seja, uma percentagem de 32%. São eles Daniil Medvedev (4º), Alexander Zverev (6º), Stefanos Tsitsipas (7º), Karen Kachanov (9º), Matteo Berrettini (13º), Borna Coric (15º), Felix Auger-Aliassim (21º), Taylor Fritz (30º), Alex de Minaur (31º), Denis Shapovalov (33º), Cristian Garin (34º), Hubert Hurkacz (36º), Andrey Rublev (38º), Frances Tiafoe (43º), Reilly Opelka (46º) e Miomir kecmanovic (47º).

Destes 16, quatro estão no top 10 (40%). Medvedev, Zverev e Kachanov já conseguiram conquistar títulos importantes, nomeadamente Masters 1000. No caso do alemão, já soma três títulos dessa categoria (Masters 1000 de Roma e do Canada, em 2017 e o título no Mutua Madrid Open 2018) e ainda o ATP Finals de 2018.

São “apenas” estatísticas e devem ser relativizadas, mas não deixam de nos dizer alguma coisa. A verdade é que a vida não é nada fácil para os jogadores da Next Gen. Na minha opinião, e os dados ajudam a comprovar isso mesmo, Federer, Nadal e Djokovic são os três melhores jogadores da história do ténis. Só entre eles, têm um total de 55 títulos do Grand Slam. Nunca saberemos quais seriam os resultados que Medvedev e companhia conseguiriam alcançar se estes três monstros do ténis por cá não andassem, mas certamente que teriam a vida mais facilitada.

Rogerer Federer, Novak Djokovic e Rafael Nadal têm dominado o circuito nos últimos anos a seu belo prazer
Fonte: ATP Tour
Duarte Pereira da Silva
Duarte Pereira da Silva
Do ciclismo ao futebol, passando pelo futsal ou o andebol, quase todos os desportos apaixonam o Duarte. Mas a sua especialidade é o ténis, modalidade que praticou durante 9 anos.                                                                                                                                                 O Duarte escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.

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