A Final começou muito cinzenta, literalmente. As nuvens que pairavam sob a “Pista Rafa Nadal” do Real Tenis Club de Barcelona preocuparam os presentes e fizeram abrir muitos guarda-chuvas nas bancadas tendo o jogo mesmo sido interrompido por duas breves vezes no início do encontro. Dissipadas as nuvens, veio o sol e com ele as condições climatéricas que melhor encaixam no ténis de Nadal: o tempo seco torna a terra batida mais rápida, e o top-spin do maiorquino faz muito mais moça no adversário. Por isso, foi com toda a naturalidade que o líder do ranking ATP foi somando pontos atrás de pontos, breaks e, ao fim de pouco mais de uma hora, quebrou de forma derradeira o serviço do jovem grego consumando mais um título com os parciais de 6/2 e 6/1.
De Barcelona, e no que a Nadal diz respeito, fica (mais do que a vitória da prova) um apontamento importante: o espanhol recuperou aquela “aura” que possuiu durante tantos anos, e que se vinha a desvanecer com o tempo. Alturas houve em que, vendo o “touro ferido”, qualquer adversário ansiava entrar para dentro do campo de terra batida frente a Nadal, na busca de ficar registado no reduzido leque de atletas que lograram derrotar o maiorquino. E essa condição alimentava as esperanças dos adversários de Nadal ao mesmo tempo que causava mais problemas ainda a Rafa.
Agora que a tormenta (aparentemente) passou, o espanhol quebrou esse ciclo menos positivo e desde o ano passado que vem reconstruindo a condição de imbatível em terreno argiloso. Fruto disso, Rafa quase que já entra em campo com um set (ou mesmo dois) de avanço. E essa aura que gira em torno de Nadal é quase impossível de quebrar. Que o diga Federer que é, porventura, o jogador que mais frustração terá sentido frente ao maiorquino, na última década.
Foto de Capa: ATP