Felicidade italiana após triunfo em Portugal | Lisboa Belém Open

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Era nos courts do tradicional e emblemático Club Internacional de Foot-Ball, CIF, na zona de Monsanto em Lisboa que decorria mais uma edição, a sétima, do ATP Challenger Tour 125 Del Monte Lisboa Belém Open. Diga-se que o evento era resultado de uma união de esforços entre a Câmara Municipal de Lisboa, o referido clube e a Federação Portuguesa de Ténis. Com nove tenistas lusos a disputar a fase de qualificação, apenas Henrique Rocha e como Lucky-louser lograria aceder à melhor grelha de participantes.

Isto, excetuando as entradas diretas no quadro de João Sousa, Gastão Elias e Pedro Sousa, todos agraciados com um convite por parte da organização, numa prova que marcava a saída de cena de um dos maiores talentos do ténis nacional. Pedro Sousa, que aos 35 anos dizia adeus à modalidade literalmente em casa! Pois fá-lo-ia diante dos seus, tanto mais que Manuel de Sousa, seu pai era o diretor do torneio, que no ano anterior havia sido conquistado pelo transalpino Marco Cecchinato.

A competição apresentava Albert Ramos- Vinolas como maior favorito a sair da capital com o troféu por todos desejado, contudo também o italiano Flavio Cobolli, o jovem espanhol Pablo Llamas Ruiz e o cazaque Timofey Skatov figuravam entre os maiores candidatos à coroa!  Jogado sob pó de tijolo e marcado pelas temperaturas altíssimas para a época do ano vivida, aqui ficam os cinco tenistas que mais me encheram as medidas ao longo desta fantástica semana.

 5- Oriol Roca Batalla

Já entrado nos trinta e possuidor de um invejável palmarés no terceiro escalão do ténis mundial, o ITF World Tour, onde conta mais de duas dezenas de títulos angariados eis que o catalão parecia mesmo perdido de amores pelo nosso país! Senhor de um percurso imaculado até alcançar a maior conquista da carreira ao emergir vitorioso do Challenger 80 Braga Open, Oriol encetaria mais um par de boas exibições até ser derrotado na antepenúltima fase do certame pelo futuro finalista vencido. Sem grande potência pura nas suas pancadas, é sobretudo a grande leitura de jogo que sobressai ao longo dos seus encontros, pois o jogador de Barcelona ao mínimo deslize dos adversários está pronto para capitalizar essas oportunidades. A atingir o ponto de rebuçado  numa idade já bem tardia, essa experiência parece  fazer com que as coisas estejam, finalmente, a resultar a este nível!  Poderá este estilo de jogo assente na regularidade, na inteligência tática e na variação constituir um desafio difícil de dobrar por parte de uma nova geração que se baseia em fortes e espetaculares acelerações?

4- Pedro Sousa

A realizar o “adeus” ao ténis no seu clube de sempre, algo que muito poucos têm a ocasião de efetuar, foi com a classe, brio e elegância que sempre demonstrou ao longo de uma carreira marcada pelas incontáveis lesões que o ex Top100 afrontou esta última “dança”. Ausente do circuito há muito para preparar condignamente esta despedida não só atuaria em singulares como em pares ao lado do seu grande amigo Gastão Elias. Eliminados à primeira seria com um verdadeiro ambiente de Davis e com as bancadas repletas em dia feriado, foi patenteando todo o talento, genialidade e classe que ultrapassaria o sexto pré-designado, o gaulês Titouan Droguet. Batido pelo compatriota João Sousa nos oitavos de final é seguro dizer que melhor despedida era difícil de ser sonhada , pois os grandes são-no até ao fim tal como o lisboeta! Por tudo o que aportou e fez pela modalidade  nunca será demais: um obrigado Pedro!

3- Albert Ramos- Vinolas

Ainda que bem distante do seu período áureo o vencedor de há duas temporadas do Millennium Estoril Open seria sempre um nome bem atrativo para um Challenger jogado, para mais, sob terra batida. Um especialista da superfície, como já não existe muitos, nem a sua veterania o impediu de alcançar triunfos sobre Gastão Elias e João Sousa, sendo que diante do vimaranense fez em alguns momentos lembrar o tenista que esteve bem perto do Top 15 mundial. Afetado pelo calor e com um adversário em verdadeiro estado de graça acabaria por não confirmar as espectativas sob ele depositadas. Poderá o combativo atleta espanhol, principalmente neste piso, voltar a alcançar desempenhos relevantes em torneios do principal circuito, ou a quebra de intensidade que lhe vimos nas meias finais reflete que Ramos já mais voltará a ser o jogador de outrora?

2 -Benjamin Hassan

Já com 28 anos e depois de o ver jogar em Braga,  na semana anterior, me tinha deixado muito bons sinais que reforçaria e confirmaria no CIF. Com a direita a ser a pancada mais vistosa de fundo do campo, seria, contudo,  o serviço , o toque de bola e o jogo de rede as qualidades mais em foco no jogo do libanês. Aliás, só com recurso a todas estas cambiantes foi possível banalizar um praticante tão relevante em terra como Ramos- Vinolas que “tombaria” de forma clara numa exibição de gala do atleta que reside em solo alemão. Incapaz de manter um nível, sequer, idêntico no derradeiro encontro, onde a ansiedade parece ter levado a melhor, ficou, contudo, uma imagem de alguém que a este nível pode ser um tormento para qualquer que seja o antagonista. Fora dos 300 melhores no começo da temporada Hassan é já presença obrigatória entre o Top 190 do ranking, sendo que parece ter nível para, pelo menos, sonhar com algo mais. Conseguirá ele manter-se estável?

1- Flavio Cobolli

Com 21 anos, antigo número oito mundial júnior, o italiano é um tenista que como tantos outros vai utilizando os Challengers para amealhar experiência, ritmo e pontos que o façam ascender na classificação. Já com encontros disputados em torneios de elite, onde defrontou  nesta temporada entre outros Carlos Alcaraz, todas essas aprendizagens parecem fazê-lo um atleta cada vez mais completo, competitivo e capaz. Com uma bola bem funda e pesada, sendo que o serviço e a direita se apresentam a um nível bem interessante não tenho quaisquer reservas em afirmar que estamos perante um futuro Top40, pelo menos! Na linhagem de Jannik Sinner, Lorenzo Musetti e Luca Nardi , este poderá ser mais um italiano a dar cartas e de que maneira no circuito a breve prazo.

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Diogo Rodrigues
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O Diogo é licenciado em Ciências da Comunicação pela Universidade Lusófona do Porto. É desde cedo que descobre a sua vocação para opinar e relatar tudo o que se relaciona com o mundo do desporto. Foram muitas horas a ouvir as emissões desportivas na rádio e serões em família a comentar os últimos acontecimentos/eventos desportivos. Sonha poder um dia realizar comentário desportivo e ser uma lufada de ar fresco no jornalismo. Proatividade, curiosidade e espírito crítico são caraterísticas que o definem pessoal e profissionalmente.

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