O melhor Djokovic está mesmo de volta

Foi por volta das 00h30 (hora portuguesa) que Novak Djokovic se sagrou tri-campeão da mais importante prova tenística disputada sob solo americano. Foi a jogar em “modo parede” durante mais de três horas frente a Juan Martin Del Potro que o sérvio de 31 anos garantiu o troféu em Flushing Meadows dando um fim de sonho a uma quinzena praticamente perfeita – que começou com vitórias relativamente simples sobre Martin Fucsovics (3-1), Tennys Sandgren (3-1) e Richard Gasquet (3-0). Nos oitavos-de-final, o mundo viu João Sousa fazer um excelente encontro frente a Djokovic, obrigando o sérvio a suar (e muito, ainda mais devido à extrema humidade que se fez sentir durante toda a quinzena) mas, ainda assim, o vimaranense não foi capaz de vencer mais do que 4 jogos no segundo set, sendo derrotado pelos parciais – ainda que um pouco enganadores – de 6-3, 6-4 e 6-3.

‌No mesmo dia, em plena sessão noturna no Arthur Ashe Stadium, o mundo ficou boquiaberto perante a exibição de mestre de John Millman frente ao “maestro” suíço Roger Federer. O que parecia, à partida, serem favas contadas para o veterano de 37 anos, virou um pesadelo como poucas vezes se viu na sua carreira. A somar aos erros não-forçados que surgiram em maior quantidade do que é habitual, Federer viu John Millman fazer “o jogo da sua vida” e negar-lhe o encontro com Djokovic nos quartos-de-final do US Open (Millman d. Federer 3-6, 7-5, 7-6, 7-6). Na parte superior do quadro por essa altura apuravam-se com relativa tranquilidade Rafael Nadal, Dominic Thiem, Juan Martin Del Potro e John Isner.

‌E foi nesta metade mesmo que se deu o melhor encontro do ano 2018. Dominic Thiem e Rafael Nadal deram um espetáculo épico de ser gravado e editado em DVD para a posteridade, e degladiaram-se durante cinco longas e intensas horas, para gaudio de todos aqueles que se mantiveram acordados noite fora para acompanhar o desfecho do encontro. A máxima “por um ponto se ganha, por um ponto se perde” nunca fez tanto sentido, que o digam os intervenientes de um jogo que não merecia um perdedor, mas que, por detalhes, foi Thiem – que saiu de cena com a certeza que um dia chegará o seu dia, e vencerá provas do Grand Slam (Nadal d. Thiem 0-6, 6-4, 7-5, 6-7, 7-6).

Nadal e Thiem protgonizaram um dos encontros do ano
Fonte: US Open Tennis Championships

‌Também Nishikori protagonizou um encontro de luxo eliminando o croata Marin Cilic pelos parciais de 2-6, 6-4, 7-6, 4-6 e 6-4 marcando encontro com Novak Djokovic na meia-final. Na antecâmara da final, Nadal teria de eliminar do seu caminho o gigante de Tandil Del Potro sendo que o maiorquino vinha de uma série de encontros desgastantes a nivel mental mas principalmente físico. Muitos temiam pelo físico do espanhol, que teria de estar na melhor forma para derrubar o ténis magnífico de Delpo, e com razão – ao fim de um primeiro set renhido apenas decidido em tie-break para o lado do argentino, Nadal começou a fraquejar e a deixar cair o nível do seu ténis de forma abrupta até ao momento em que não pôde mais suportar a dor no joelho direito e se retirou, apurando o argentino para a Final, nove anos depois de ter vencido este mesmo US Open. Na derradeira ronda, o argentino iria defrontar Novak Djokovic que passeou em court frente a um irreconhecível Kei Nishikori que levou de vencido por três sets sem resposta.

Aí, ao contrário da Final das Senhoras da noite anterior marcada pelo comportamento inaceitável de Serena Williams, a qualidade do ténis foi muito elevada – a espaços – num encontro que podia ter tombado para qualquer lado, não fossem pormenores em jogos de serviço decisivos no segundo set. Mas o ténis é mesmo assim e foi o sonho de Del Potro de bisar em Nova Iorque que caiu por terra, deixando o argentino inconsolável e em lágrimas compreensivelmente amarguradas. Justo será dizer que, pelo calvário que superou durante os últimos 8 anos a nível de lesões nos pulsos (o argentino passou por quatro intervenções cirúrgicas a ambos os pulsos neste período), haverá poucos fãs da modalidade que não gostassem de ver o gigante de Tandil levantar de novo um troféu do Grand Slam. Porém, não foi desta que o astro argentino foi bem-sucedido e foi mesmo Djokovic quem venceu em três sets apenas por 6-3, 7-6 e 6-3 e conquistou pela terceira vez o troféu em Nova Iorque.

O argentino mostrou que voltou ao circuito com capacidade para vencer qualquer jogador
Fonte: US Open Tennis Championships

Fica para a história um regresso imperial ao melhor nível de Djokovic, que faz falta ao circuito masculino, e um dado adquirido: mantendo-se bem físicamente, teremos certamente o prazer de ver estes dois exímios tenistas em mais finais nos próximos anos.

Foto de Capa: US Open Tennis Championships

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Henrique Carrilho
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Estudante de Economia em Aarhus, Dinamarca e apaixonado pelo desporto de competição, é fervoroso adepto da Académica de Coimbra mas foi a jogar ténis que teve mais sucesso enquanto jogador.                                                                                                                                                 O Henrique escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.

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