Roland Garros #1: Semana repleta de grandes encontros

REPRESENTAÇÃO NACIONAL DE ACORDO COM AS ESPECTATIVAS

O quadro individual masculino contava com dupla representação lusitana: o vimaranense João Sousa, chegado a Paris na sequência de uma derrota bastante amarga na final de Genebra, diante do 8º ATP Casper Ruud, que tentaria alcançar pela primeira vez na carreira a terceira ronda: e o maiato Nuno Borges, que havia passado incólume pela fase de qualificação e chegava com essa confiança extra, ele que se estreava nos principais palcos da modalidade.

Borges, que não contou com a maior das sortes no sorteio, teve pela frente o russo e medalha de prata olímpico, Karen Khachanov, 25º da hierarquia. Contrariamente ao que se poderia, porventura, esperar, o nortenho, número dois nacional e 135º mundial, ofereceria grande luta a Khachanov, que colecionou o primeiro de dois sets perdidos no decurso da semana inicial do evento, com Borges a arrecadar a segunda partida por claros e expressivos 2-6. No entanto, e após 2h30m de uma excelente réplica, o ex campeão universitário dos EUA acabaria por “cair”, mas de cabeça bem erguida e com a certeza de que irá, seguramente, regressar a estes palcos, provavelmente num futuro bem próximo. Os parciais da derrota seriam fixados nos 6-4, 2-6, 6-4 e 6-3.

Já o vimaranense e número um nacional, João Sousa, teve como primeiro obstáculo a dura oposição de Chun Hsin Tseng, um taiwanês de 20 anos. Refira-se que o asiático, 109º do ranking ATP, revelar-se-ia um verdadeiro tormento para o nosso “conquistador”, sendo que o 63º do ranking ATP necessitou de cerca de 4h30m para quebrar a oposição. Sousa carimbaria a passagem à segunda ronda em cinco exigentes partidas. Só que, talvez fruto do desgaste aí despendido, acabaria por ser presa fácil para o italiano Lorenzo Sonego, com o transalpino a “tombar” somente perante Kasper Ruud na 3ª ronda, em cinco partidas e depois de ter liderado por 2-1. Representação bastante condigna dos dois patrícios neste quadro principal.

PERCURSO DOS FAVORITOS ATÉ AO MOMENTO

Com todos a colocarem Nadal, multivencedor do torneio, Alcaraz, o tenista do momento, Djokovic, líder incontestado do ranking mundial, e Stefanos Tsitsipas, vencedor em Monte Carlo, numa primeira linha de candidatos a levantar o “caneco”, os mais experientes viram o percurso bem mais simples que os restantes  até ao momento.

O sérvio teve como parcial mais equilibrado um set ganho no tie-break diante do eslovaco Alex Molcan, na segunda ronda e, tal como Nadal, permanecem ambos sem partidas concedidas no torneio. O mesmo não se pode dizer dos outros dois maiores aspirantes à coroa. Carlitos teve, inclusive, de recorrer a um incrível espírito lutador, quando teve de anular pontos de encontro diante do compatriota Albert Ramos Vinolas, na segunda eliminatória. Fora isso, o menino bonito do ténis mundial teve um caminho bastante acessível, batendo, na terceira fase, o norte-americano Sebastian Korda, último adversário a superá-lo em pleno torneio de Monte Carlo.

Já “El Greco” foi, de todos, o que se sentiu menos à vontade, visto ter invertido uma desvantagem de 2-0 diante do italiano Lorenzo Musetti na ronda inaugural, sendo que na eliminatória seguinte seria forçado a quatro desgastantes sets frente ao checo Zdenek Kolar. A terceira ronda diante do sueco Mikael Ymer foi o único duelo onde realmente esteve à altura do que se lhe exige. Também Zverev enfrentou um enorme susto, quando reverteu um resultado desfavorável de 2-0 diante de Seba Baez, com o detentor em título do nosso Millennium Estoril Open a ter disposto de ponto para afastar o germânico, de origem russa, e terceiro da classificação mundial.

Salientar ainda que o dinamarquês Holger Rune e o russo Danil Medvedev‎ foram outros com o percurso imaculado até aqui.

REVELAÇÕES E DESILUSÕES

Destaco o espanhol Bernabe Zapata Miralles, que teve como maior feito  suplantar o norte-americano e vencedor de Indian Wells, Taylor Fritz. Com um Ténis bem típico da escola espanhola, assente numa gigantesca consistência de fundo do court, tem impressionado, ele que traz o embalo de ter ultrapassado a fase de qualificação, onde, entre outros, derrotou o nosso Gastão Elias.

O austríaco Dominic Thiem continuou a fase negra não vencendo qualquer encontro desde agosto passado, tendo sido afastado à primeira pelo boliviano Hugo Dellien.

Já nas senhoras, e ao contrário do panorama vivido nos senhores, as surpresas foram constantes. Basta referir que, do top 10, apenas a líder do ranking, a polaca Iga Swiatek, segue ilesa, sendo a grande favorita para conseguir ser feliz e dançar o “tango em Paris”. Não obstante os grandes nomes já desaparecidos da grelha, pode sempre haver uma jogadora “desconhecida” que me surpreenda e faça uma gracinha.

Com uma semana já transcorrida, façamos figas para que a segunda seja, se possível, ainda mais emocionante, excitante e repleta de momentos inesquecíveis.

O BNR cá estará para lhe dar todos os pormenores da competição, com especial destaque para os encontros decisivos. Até lá, fique bem, sempre em boa companhia.

Artigo revisto por Gonçalo Tristão Santos

Diogo Rodrigues
Diogo Rodrigueshttp://www.bolanarede.pt
O Diogo é licenciado em Ciências da Comunicação pela Universidade Lusófona do Porto. É desde cedo que descobre a sua vocação para opinar e relatar tudo o que se relaciona com o mundo do desporto. Foram muitas horas a ouvir as emissões desportivas na rádio e serões em família a comentar os últimos acontecimentos/eventos desportivos. Sonha poder um dia realizar comentário desportivo e ser uma lufada de ar fresco no jornalismo. Proatividade, curiosidade e espírito crítico são caraterísticas que o definem pessoal e profissionalmente.

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