No desporto – e o ténis não é exceção – o talento está longe de ser a única variável na equação. Talvez não seja por acaso que João Sousa seja conhecido como o guerreiro e Gastão Elias como o mágico. Um tem a garra e o outro o talento. A grande questão é perceber se Gastão consegue, porventura, ganhar a tal garra e intensidade de Sousa. O contrário já será mais complicado. É que a primeira variável consegue trabalhar-se, mas a segunda já é bem mais complicada de se adquirir.
Quando comparo Sousa a Elias lembro-me quase sempre de Federer e Nadal. Pode parecer ridículo (e até certo ponto é). No entanto, Federer sempre foi conhecido pelo talento natural e Nadal pela intensidade com que disputa cada ponto. É um pouco o mesmo que se passa com João Sousa e Gastão Elias.
Na minha opinião, e em síntese, o jogo de Elias tem mais armas do que o de Sousa. Desta forma, e na teoria, Gastão poderá voar ainda mais alto do que João Sousa. Todavia, o ténis não é matemática e, por isso, qualquer previsão é sempre arriscada.
No entretanto, e para os verdadeiros amantes da modalidade, é aproveitar a era de ouro do ténis português. É que Sousa, com 27, e Elias, com 25, estão para durar. E, se tudo correr dentro da normalidade, ambos ainda nos vão dar bastantes alegrias.
Rodapé – Esta semana, João Sousa atua no ATP 500 de Viena e Gastão Elias no challenger de Lima.
Foto de capa: Estoril Open