Flavia Pennetta sagrou-se pela primeira vez na sua carreira vencedora de um torneio do Grand Slam, mas, e se esta notícia não fosse surpreendente o suficiente, há muito mais para contar sobre o que se passou nas duas últimas semanas em Flushing Meadows: o sonho de Serena, que ficou pelo caminho, a renascida Vinci e muito mais.
Como neste mesmo espaço já tive oportunidade de escrever, era daqueles que pensavam que Serena não iria dar quaisquer hipóteses fosse a quem fosse, mas a derrota com Roberta Vinci foi algo que me deixou perplexo, sendo que Serena nunca havia sequer perdido um único set com a italiana nos 5 encontros que disputaram. No entanto, não quero “perder” o meu tempo a falar sobre Serena. A campeã norte-americana, que considero ser uma atleta extraordinária, apesar do seu ar arrogante, caiu, e bem, perante uma encantadora Roberta Vinci, e é dela que quero falar-vos agora.
Roberta, como é chamada pelas amigos mais próximos, tem uma história inspiradora. Após a sua vitória nas meias-finais, e em entrevista em pleno Arthur Ash (vale a pena rever), a italiana confessou que não acreditava que fosse capaz de bater a mais velha das irmãs Williams (1/350 eram as probabilidades nas casas de apostas). Na final, frente à sua grande amiga Flavia Penneta, que havia derrotado Simona Halep, e após um primeiro set bastante penalizador apenas decidido num tie-break, acabou por ser derrotada. Contudo, aquilo que quero destacar é o comportamento das duas italianas.
Flavia Penneta, que após o encontro anunciou que se irá retirar no final do ano, fez um torneio simplesmente brilhante, batendo no seu caminho até à final jogadoras como Samantha Stosur, ex-campeã do US Open, Petra Kvitova, detentora de 2 títulos do Grand Slam, e ainda Simona Halep, atual número 2 da hierarquia mundial. Na final, frente a Vinci, Penetta pareceu sempre mais forte. O desgaste físico que Vinci apresentou, fruto dos encontros dos quartos-de-final frente a Kristina Mladenovic e das meias-finais diante de Serena Williams, desempenhou um papel fulcral na final de ontem.
Termino dizendo que, sem margem para dúvidas, e independentemente do resultado do jogo de ontem, quem ganhou foi o ténis. Penetta e Vinci mostraram ao circuito que, por mais difícil que pareça, nada é impossível.
Obrigado, Flavia e Roberta.
Foto de capa: Facebook US Open