Também o FC Porto tem um histórico de sucesso nestes regressos a modalidades extintas. No final da época 2011/2012, após ver o Benfica ser campeão nacional em sua casa, de forma algo inesperada, o FC Porto anunciou que iria deixar de ter uma equipa senior de Basquetebol no principal escalão. Depois de um ano sem actividade e de dois anos a jogar em divisões inferiores, o FC Porto voltou ao campeonato nacional em 2015/2016 e venceu logo a competição no ano do seu regresso.
Dado o seu poderio financeiro face à concorrência e até o seu estatuto, com alguma facilidade, estas equipas conseguem “roubar” jogadores à concorrência e formar um plantel suficientemente forte para ser campeão num curto/médio prazo.
Foi precisamente essa a receita utilizada pelo Sporting neste regresso ao voleibol. Os leões apostaram num treinador cotado, que já foi seleccionador nacional (Hugo Silva) e conseguiram constituir um plantel formado por vários jogadores com provas dadas no voleibol nacional, contratando jogadores a equipas como Fonte do Bastardo, Castêlo da Maia e Sporting de Espinho. Só a esta última equipa, foram contratados quatro jogadores, entre eles o experiente Miguel Maia, um histórico do voleibol português, que fazia inclusivamente parte do plantel do Sporting no último campeonato dos leões.
De forma complementar, o Sporting ainda conseguiu adicionar a esta base alguns jogadores de qualidade inegável, provenientes de outros mercados, como são os casos de Robinho, Ivan Márquez, Ángel Dennis e Valdir Sequeira. A estratégia dos leões parece ser para manter, visto que para o mercado de inverno já foram assegurados mais dois reforços: o colombiando Liberman Agámez e o norte-americano Garret Muagututia.
Será arriscado dizer que o Sporting será o principal favorito a vencer o título, mas a realidade é que os leões fecham o ano 2017 na liderança do campeonato com mais um ponto que o Benfica, somando 13 vitórias em 14 jogos e, nesta fase, já ninguém deverá ser acusado de “não perceber nada disto” se apontar o Sporting como candidato ao título.
Se em relação às contas do título, as mesmas ainda estão longe de estar fechadas e ainda ser cedo para balanços, uma coisa é certa: É inegável que o regresso do Sporting à modalidade aumentou o nível da mesma, tanto pelo voleibol praticado pelos leões, como pelo impacto que este regresso tem nos rivais, que terão de se superar para fazer frente ao Sporting.
É portanto de louvar esta aposta do Sporting e, se não for pedir muito, desejar que o mesmo aconteça noutras modalidades, como poderão ser exemplos a entrada do FC Porto no futsal ou a entrada do Sporting no basquetebol.
Foto de Capa: Sporting CP