Académica 1-0 Marítimo: Excesso de Paixão, mas vitória merecida

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Os sorrisos deixaram de ser de cortesia, as felicitações deixaram de ser para o adversário e o orgulho voltou a instalar-se, confortavelmente, em Coimbra. Como um clique, a chicotada psicológica funcionou em pleno e, cinco meses depois, a Académica voltou a vencer um jogo para o campeonato nacional, batendo o Marítimo por 1-0. Voltou o orgulho e a “paixão”, conforme disse Ivo Vieira em conferência de imprensa.

A Briosa dispôs de superioridade numérica numa fase precoce do encontro (18 minutos), é certo, mas seria injusto falar apenas na expulsão de Dirceu (dois amarelos em sete minutos) como factor de decisão no resultado final, pois a Académica teve bons momentos no encontro e justificou a vitória, praticando um futebol organizado (sublinhou Filipe Gouveia, em conferência de imprensa) e assente na confiança das próprias capacidades, que desde o início da época têm sido apregoadas mas que nunca passaram das páginas dos jornais ou das vozes de técnicos, jogadores e crítica para o campo.

A equipa soube estender-se no campo, invadindo o terreno contrário de forma consistente, sobretudo na fase posterior à expulsão dos insulares. Fernando Alexandre e Obiora afinaram a cumplicidade e deixaram bem quentes as costas do 3×1 ocupado por Ivanildo, Rui Pedro e Nii Plange e Rabiola. Um quarteto que não esteve sempre em sintonia mas que foi suficiente para abrir espaços na defesa maritimista e deixar os adeptos com esperanças num desfecho diferente daquele que vinham a ter desde há quase meio ano a esta parte.

Ao segundo jogo Filipe Gouveia conseguiu a primeira vitória da Briosa
Filipe Gouveia conseguiu a primeira vitória da Briosa logo ao segundo jogo

Para o segundo tempo, Filipe Gouveia fez entrar Gonçalo Paciência para o lugar de Rabiola; pouco depois Ivanildo lesionou-se e cedeu o lugar a Hugo Seco. A partir daqui, a equipa revelou maior acerto na hora de atacar. O Marítimo não tinha outra opção senão recuar linhas e diminuir o espaço entre elas, e foi conseguindo, assim, atenuar o crescimento da Académica. Este, porém, parecia uma inevitabilidade e começou a cheirar a golo depois de um livre bem batido por Emídio Rafael, defendido por Salin, de forma incompleta, o que deu azo a mais duas recargas, às quais o guardião francês soube dar corpo.

Uma ameaça, que se viria a concretizar, mais tarde, via grande penalidade. Depois de Nii Plange ganhar espaço no flanco esquerdo do ataque dos estudantes e cruzar para a área, onde o braço de Rúben Ferreira interceptou a bola, dando origem a uma explosão de alegria nas bancadas e que se prolongou pelo resto do encontro.

Até ao final, a Briosa ainda sofreu (Marega e Dyego Souza assustaram, Trigueira respondeu à altura). Era-lhe estranha a vitória (há muito tempo desaparecida do Cidade de Coimbra) e a “esmola” que o jogo tinha dado a uma equipa pobre em vitórias era demasiado grande para não se desconfiar… mas o apito final (dado com um minuto e dez de antecedência dos cinco supostamente dados por Bruno Paixão) acabou com as dúvidas.

Depois de ter interrompido uma série de quase um ano sem vencer no Cidade de Coimbra com a vitória sobre o Nacional, volta a ser uma equipa madeirense o “bombo” da festa dos estudantes, que não venciam em casa há 8 jogos seguidos e que não deixavam a baliza inviolada desde há 5 meses a esta parte (questionado pelo Bola na Rede sobre a influência da alteração da dupla de centrais neste feito, Gouveia sublinhou que a equipa soube manter-se organizada e relativizou a importância das mudanças no eixo dizendo que só lhe importava aquilo que se passara desde o jogo com o Rio Ave).

Igor Vieira afirmou que existiu Paixão a mais em campo
Ivo Vieira afirmou que existiu Paixão a mais em campo

Voltaram os sorrisos genuínos, os gritos de apoio são cada vez mais sentidos e o ar é, agora, mais respirável em Coimbra.

Figura do jogo:

Nii Plange (Académica de Coimbra) – Quando a equipa parecia duvidar de si, eis que surgia o internacional pelo Burkina Faso a insistir para que isso não acontecesse. Foi através de uma iniciativa sua que surgiu o penalti que deu o golo da vitória e, por vezes, pareceu ter mais do que dois pulmões, tal a forma como disputou os lances, sem acusar o desgaste do tempo.

Fora-de-jogo:

Bruno Paixão – Foi demasiado benevolente quando devia ser rígido, e vice-versa. Tomou atitudes pedagógicas quando se pedia que o jogo corresse mais depressa e ainda pareceu deixar sem esclarecimento dúvidas legítimas de jogadores sobre lances em que estiveram envolvidos. A isto, soma um erro enorme de ter terminado o jogo com 1 minuto e 50 segundos de antecedência e uma expulsão extremamente duvidosa de Dirceu, que condicionou o resto do encontro.

Pedro Machado
Pedro Machado
Enquanto a França se sagrava campeã do mundo de futebol em casa, o pequeno Pedro já devorava as letras dos jornais desportivos nacionais, começando a nascer dentro dele duas paixões, o futebol e a escrita, que ainda não cessaram de crescer.                                                                                                                                                 O Pedro não escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.

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