Académica de Coimbra 1-1 FC Arouca: A Casa Assombrada

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Já estava cumprido o tempo regulamentar e sobrava, para os adeptos da Académica, a esperança de que os descontos retribuíssem, em forma de felicidade, as desilusões acumuladas pela Briosa desde há vários jogos a esta parte (os dois pontos perdidos, diante do Moreirense, ainda não tinham sido bem digeridos). O público academista agarrava-se aos 3 minutos de descontos com as garras e dentes que a esperança dá sempre a quem acredita, e quando Gonçalo Paciência disferiu um pontapé à entrada da área, sob o minuto 92, julgou-se que aquele seria o momento em que a crueldade se evaporaria, de vez, da casa assombrada em que se tornara o Estádio Cidade Coimbra. A bola entrou, depois de bater em  Leandro Silva. 2-1 para a Académica, acreditou-se. Festejou-se o fim da agonia. Durante muito tempo… até o fiscal de linha ter anulado o golo. O golo que faria com que, finalmente, não se perdessem pontos, em casa, frente a um rival directo. Mas foi anulado, juntamente com as ambições de se fugir aos lugares de despromoção (frustrados, os adeptos protestaram com o arremesso de cadeiras para o campo, e Marinho foi expulso). O Arouca sorriu…

… porque soube que fez menos que o adversário para merecer o prémio do “pontinho”. Não que tivesse feito pouco, pelo contrário. A Académica é que fez muito. Pressionando, desde o apito inicial a zona de construção arouquense, obrigando a turma da Serra da Freita a privilegiar o jogo directo, relegando para segundo plano o recurso ao talento que possui desde o meio-campo para a frente. Assim, a primeira parte teve praticamente um sentido, com a presença de Nuno Piloto no meio campo (de regresso) a fazer-se sentir, bem como a crença da zona ofensiva na recuperação de bola. Isso ficou bem evidente no golo inaugural, em que Nii Plange ganha a bola no flanco esquerdo e assiste Gonçalo Paciência para a estreia do avançado a marcar com a camisola da Académica, para a Liga.

O Arouca tentou reagir, mas apenas o conseguia fazer através de bolas paradas (como sublinhou Gouveia em conferência de imprensa), e foi por essa via que chegou ao golo da igualdade, com Maurides a corresponder da melhor maneira a um livre batido por Artur.

"Tenho a certeza que vamos atingir os objectivos propostos " vincou Gouveia, treinador da Académica, em Conferência de Imprensa
“Tenho a certeza que vamos atingir os objectivos propostos ” vincou Gouveia, treinador da Académica, em Conferência de Imprensa

Na segunda parte, o Arouca veio apostado em contrariar a tendência da primeira parte, tentando construir mais, no meio-campo da Académica. Não o conseguiu primeiro, com os mesmos homens, mas reforçou essa zona, passando Nuno Valente para a zona ofensiva, em perfeita harmonia com Artur, Maurides e Ivo Rodrigues. Porém, nem assim a defesa da Académica foi quebrando, mesmo depois da saída de Obiora (Leandro Silva soube substitui-lo), por lesão… contudo, o jogo ficou mais partido, e a bola passou a rondar as duas balizas, mas, mesmo nessa fase, o meio-campo do Arouca foi mais invadido que o da Académica.

O jogo foi caminhando para o final do costume, em que a desilusão invade quem habita a casa assombrada. A Académica segue neste campeonato com apenas uma vitória e muitos pontos perdidos em casa, o Arouca continua sem vencer desde as duas primeiras jornadas.

 

A Figura:

Rui Pedro – Voltou o craque que brilhou ao serviço do Cluj. Foi um autêntico terror para a defensiva do Arouca, criando desequilíbrios entre a linha defensiva e o meio-campo arouquense. Conseguiu ganhar muitas bolas em jogadas de insistência, e reclama a maior fatia de mérito na boa exibição da Académica.

O Fora de Jogo:  

Nuno Coelho  – Parece ter retribuído o favor à casa onde foi tão feliz, ao fazer uma exibição apagada. Foi demasiado permissivo no miolo, deixando que a Académica fosse ganhando supermacia na sua zona de jurisdição e, consequentemente, no jogo.

 

Pedro Machado
Pedro Machado
Enquanto a França se sagrava campeã do mundo de futebol em casa, o pequeno Pedro já devorava as letras dos jornais desportivos nacionais, começando a nascer dentro dele duas paixões, o futebol e a escrita, que ainda não cessaram de crescer.                                                                                                                                                 O Pedro não escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.

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