Abre os olhos e vê o que te rodeia, moleque…
Foi de forma caricata que Everton revolucionou a sua estadia na Europa. Depois de ser multado por incumprir com o regulamento interno dos encarnados, assinou ao jogo 68 de águia ao peito a sua melhor exibição. Abre os olhos
Poucos entenderam a chamada de Jorge Jesus ao jogo e sobretudo ao onze, sendo que ninguém teria imaginado tão surpreendente volte-face numa situação que parecia augurar o definitivo declínio do jogador na Luz.
Ganha nova vida, uma lufada de ar fresco ironicamente conquistada pela irresponsabilidade. Tendo ou não consequência direta, fica a impressão de que o tempo limará – Everton só começou a fazer render os 20 milhões gastos na sua contratação quando levou um abanão dos responsáveis diretivos por mau comportamento.
Ao microfone do podcast Tudo em Off, o brasileiro demonstrou uma certa ingenuidade que denunciou um desleixo pelas normas europeias. Abriu o jogo, confessou que precisou de tradutor nos primeiros tempos de SL Benfica por “se falar muito rápido em Portugal” ou que ficava até às três da manhã a ver o seu Grémio de Porto Alegre. Abre os olhos
Contou ainda o cómico caso da mensagem ao engano no Whatsapp do plantel, no qual chamou “maluco” ao técnico Jorge Jesus – sinceridade fora dos limites impostos pela etiqueta europeia mas que, paradoxalmente, poderia aproximar jogador e adepto, permitindo um contacto mais aproximado entre a vida pessoal de atleta e a curiosidade dos fãs. Abre os olhos
Se não entrou em picardias ou aproveitou o momento para deixar mensagens tóxicas para fora, pecou pela desfaçatez em vangloriar-se da própria indisciplina e em encarar a oportunidade como conversa de café – obviamente caindo mal no seio da massa adepta.
Pedia-se ao craque brasileiro, jogador feito e internacional, uma maior contenção nas palavras e um filtro muito mais restrito (não vamos optar por observações de mau gosto como aquelas que abordaram a sua inteligência), além de uma postura muito mais defensiva. Abre os olhos
Deveria estar avisado Everton, até porque não é norma qualquer jogador encarnado entrar em aventuras do género, sobretudo com a evolução exponencial das redes sociais do clube e da plataforma BPlay a monopolizarem todo o conteúdo gerado pelos seus ativos.