Abre os olhos, Everton | SL Benfica

A falta de liberdade do jogador português e principalmente dos membros de planteis dos “três grandes” tem sido tema de debate na última década, com o ultraconservadorismo dos principais departamentos de comunicação a contrapor-se a uma sede insaciável das publicações portuguesas, consequência eterna do boom de episódios rocambolescos ocorridos nos anos 90, como o Caso Paula ou o Apito Dourado.

No limite, saem para fora as entrevistas de fundo a jornais de confiança, com perguntas nunca pertinentes e a caírem impreterivelmente no cliché dos lugares comuns e da banalidade, sempre precavidos contra novos percalços que possam criar ondas de instabilidade. Everton rebelou-se – involuntariamente, queremos acreditar – contra essa tendência, com consequências graves ainda que pouco duradouras.

As diferenças entre o panorama brasileiro e português, aludindo claramente a contextos mais abrangentes e à dicotomia América do Sul – Europa, demonstram-se neste tipo de pormenores que constroem a distância entre os dois níveis respectivos de profissionalismo.

Rúben Amorim abordou esta contenção verbal imposta aos jogadores por parte dos clubes numa entrevista em 2017, ao podcast Maluco Beleza (ver do início até ao minuto três). Abre os olhos

A um futebol de raízes anárquicas sobrepõe-se a cultura da ginga verbal alavancada por opiniões convictas, sempre ácidas e impertinentes, onde o jogador de futebol se assume ainda como caótico interveniente ativo na estratégia comunicacional da instituição e onde a liberdade de expressão se interliga a uma zona de conforto impensável no contexto do Velho Continente. Abre os olhos

Isto é algo que difere pela transformação do jogador em bibelô protegido por redoma, entregue ao guião habitual do “levantar a cabeça”, “continuar a trabalhar” ou do intragável “foi um jogo muito bem disputado” – jogadores, treinadores, dirigentes seguem uma linha orientadora de clara subversão da realidade. Abre os olhos

Uma monotonia que generalizou a opinião futebolística e os remeteu a papel secundário no circo mediático, hoje entregue aos ex-atletas, a jornalistas e a um sem fim de personalidades com tempo de antena de sobra. Duas faces da moeda. Abre os olhos

Pedro Cantoneiro
Pedro Cantoneirohttp://www.bolanarede.pt
Adepto da discussão futebolística pós-refeição e da cultura de esplanada, de opinião que o futebol é a arte suprema.

Subscreve!

Artigos Populares

Lukebakio já está em Portugal para reforçar Benfica: «É um clube de topo»

Dodi Lukebakio já está em Portugal para completar a mudança para o Benfica. Avançado falou aos jornalistas.

Manchester United escolheu Senne Lammens: E agora, o que acontece a Emiliano Martínez?

O Manchester United escolheu Senne Lammens e caiu a hipótese Emiliano Martínez. Guarda-redes associado ao Galatasaray.

Tottenham já tem quase acordo com avançado do PSG: Eis a situação

O Tottenham já quase acertou os termos pessoais com Randal Kolo Muani. Spurs estão em negociações com o PSG pelo avançado.

Manchester United de Ruben Amorim fecha guarda-redes por 21 milhões de euros

O Manchester United já tem acordo total com o Royal Antuérpia por Senne Lammens. Operação a realizar-se por 21 milhões de euros + bónus.

PUB

Mais Artigos Populares

Al Ittihad envia proposta de 30 milhões de euros por destaque do Braga

O Al Ittihad está interessado em contratar Roger Fernandes ao Braga. Jovem extremo cobiçado neste final de mercado de verão.

Wrexham AFC muito perto de garantir ex-Benfica por empréstimo

O Manchester City está a finalizar o empréstimo de Issa Kaboré ao Wrexham AFC. Clube joga na Segunda Liga de Inglaterra.

Ruben Amorim defendido por De Ligt: «A culpa é principalmente nossa»

Matthijs de Ligt defende Ruben Amorim. Defesa-central do Manchester United diz que a culpa é principalmente dos jogadores.