Académica/OAF 3-4 SL Benfica B: Jogaço! Nada mais a declarar

    A CRÓNICA: JOGO DE PRIMEIRA NA SEGUNDA, À SEXTA

    O SL Benfica B foi a Coimbra vencer por quatro bolas a três, num festival de grandes golos e grande futebol. A Académica/OAF continua a afundar-se na tabela, enquanto as jovens águias alimentam as suas esperanças na conquista do cetro da Segunda Liga.

    O equilíbrio foi o diapasão por que se afinaram os primeiros 35 minutos da partida. As aproximações às áreas iam sucedendo, mas sem provocar grandes calafrios aos guardiões. O minuto 36 foi diferente: comportou em si o golo inaugural, apontado por João Resende, após passe de Tiago Gouveia, que aparece na área após se imiscuir bem no corredor central.

    Foi, de resto, o único lance digno de constar do presente rescaldo no primeiro tempo. O segundo tempo surgiu decidido a não ser igual ao homólogo. Logo aos 49´, a Briosa estreia-se no marcador, fazendo o empate por João Carlos, após uma boa incursão academista pela direita do seu ataque.

    Três minutos mais tarde, incursão pela esquerda e resultado mimetizado: golo caseiro apontado por João Carlos, após várias insistências travadas por Pedro Álvaro. Reviravolta no marcador que levou o Calhabé a um ponto de ebulição que os adeptos conimbricenses já mereciam experienciar.

    Seguiram-se minutos menos frenéticos. Aos 66´, o terceiro empate da partida: após defesa de Stojkovic, Henrique Pereira aproveitou as sobras e fez o seu jantar de sexta-feira. Ganharam alento os forasteiros, que aos 74 minutos consumaram a segunda reviravolta da partida, a primeira dos encarnados. O passe foi de João Resende e a autoria do golo coube a Martim Neto.

    Aos 78´, Kokubo assina uma defesa monstruosa e mantém o resultado no 2-3. Manter-se-ia até ao grande pontapé de Caballero aos 88 minutos, que daria o quarto empate registado na partida. Seria expulso nos minutos imediatamente seguintes o “39” academista. Não seria o mais amargo para a Briosa: na reta final dos descontos, um chapéu de medidas perfeitas tirado a Stojkovic por Tiago Gouveia deu o 3-4 final ao SL Benfica B.

     

    A FIGURA

    João Resende – O golo e a assistência foram apenas os traços mais visíveis da exibição extraordinária do avançado benfiquista. Deu-se ao jogo e aos colegas de uma forma notável, esteve constantemente ligado ao jogo e a sinalizar e verbalizar aos colegas o que tinha que ser feito no decurso das jogadas, jogou bem de costas e foi letal de frente para o jogo.  

     

    O FORA DE JOGO

    Primeiros 35 minutos – Foi uma partida de grande futebol… a partir do golo inaugural, obtido aos 36 minutos de jogo. Até então, a toada de futebol morno e amarrado que se fazia notar não levava a perspetivar de todo o muito bom e emocionante futebol que se seguiria até final.

     

    ANÁLISE TÁTICA – ACADÉMICA/OAF

    A Briosa colocou-se sobre o relvado do Cidade de Coimbra num 4-2-3-1 em que Toro servia de elemento de ligação entre os médios mais recuados (Reko e Mimito) e o avançado João Carlos. Costinha e Traquina funcionavam como alas, ainda que o primeiro aparecesse muitas vezes no corredor central, ora fazendo companhia a João Carlos, ora fazendo deslocar para a esquerda o “50” da Académica/OAF.

    Na fase de construção, Mimito era o médio que mais apoio dava aos centrais, aproximando-se deles para servir de terceiro elemento de construção, perante a subida de ambos os laterais. Reko subia no terreno, para junto de Toro, para procurar espaço nas entrelinhas do adversário.

     

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Stojkovic (6)

    João Diogo (6)

    Zé Castro (6)

    Jorge Felipe (6)

    David Sualehe (7)

    Mimito (6)

    Reko (6)

    Toro (6)

    Costinha (7)

    Traquina (7)

    João Carlos (8)

    SUBS UTILIZADOS

    Fatai (5)

    Pedro Justiniano (5)

    Fábio Fortes (5)

    Mauro Caballero (6)

    Fábio Vianna (5)

    ANÁLISE TÁTICA – SL Benfica B

    A turma de António Oliveira não fugiu ao que tem padronizado e apresentou-se num 4-3-3, com Tiago Gouveia e Henrique Pereira a ladearem João Resende no ataque e Diogo Capitão a funcionar como médio mais recuado, nas costas dos dois médio interiores – Martim Neto e Cher Ndour.

    Tanto a atacar, como a defender, as jovens águias aplicavam o 4-3-3 mais clássico possível. Destaque, na vertente tática do SL Benfica B, para o papel de João Resende na oferta de apoios frontais, funcionando quase como um pivô, segurando a bola e sendo um farol na frente de ataque para os colegas que procuravam construir.

     

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Kokubo (7)

    Fabinho (5)

     Miguel Nóbrega (6)

    Pedro Álvaro (7)

    Sandro Cruz (5)

    Diogo Capitão (6)

    Martim Neto (7)

     Cher Ndour (6)

    Tiago Gouveia (5)

    Henrique Pereira (7)

    João Resende (9)

    SUBS UTILIZADOS

    Filipe Cruz (5)

    Rafa Rodrigues (5)

    Nuno Félix (5)

    Kalaica (5)

    Luís Semedo (5)

     

     

    BNR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA

     

    Académica/OAF

    Bola na Rede: A sua equipa conseguiu recuperar de duas desvantagens (0-1 e 2-3), mas acabou mesmo por sair derrotada. O que faltou para que, depois dessas recuperações, a Académica/OAF conseguisse ser dona e senhora do jogo e resolvê-lo a seu favor?

    José Gomes: É concentração. Os golos que nós sofremos desde que cheguei cá são erros nossos. Temos que trabalhar muito para os corrigir, temos que ser nós a dar a volta a esta situação. Uma equipa que faz os golos que faz não pode sofrer tanto.

     

    SL Benfica B

    Bola na Rede: Com a sua equipa em desvantagem pela primeira vez na partida, optou por substituir ambos os laterais (o Fabinho estava amarelado). Foi algum tipo de gestão ou os laterais titulares não estavam a corresponder ao que pretendia e, se for esse caso, o que não estavam a dar à sua equipa?

    António Oliveira: Aqui, a nove jornadas do fim, não há gestões, todos os jogadores que vêm para aqui têm capacidade de poder dar resposta de acordo com aquilo que são as necessidades da equipa. Eu senti uma péssima entrada da minha equipa, que possibilitou ao adversário crescer e ganhar confiança. Nós estávamos alertados para isso, de que a estes adversários com a “corda na garganta” não podemos dar vida e foi o que fizemos, com uma postura e uma atitude competitiva inadequada e as substituições foram nesse sentido, para reequilibrarmos nessa vertente.

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    Márcio Francisco Paiva
    Márcio Francisco Paivahttp://www.bolanarede.pt
    O desporto bem praticado fascina-o, o jornalismo bem feito extasia-o. É apaixonado (ou doente, se quiserem, é quase igual – um apaixonado apenas comete mais loucuras) pelo SL Benfica e por tudo o que envolve o clube: modalidades, futebol de formação, futebol sénior. Por ser fascinado por desporto bem praticado, segue com especial atenção a NBA, a Premier League, os majors de Snooker, os Grand Slams de ténis, o campeonato espanhol de futsal e diversas competições europeias e mundiais de futebol e futsal. Quando está aborrecido, vê qualquer desporto. Quando está mesmo, mesmo aborrecido, pratica desporto. Sozinho. E perde.