Carta Aberta a Luís Filipe Vieira

    Fazendo uma retrospetiva dos últimos 6 anos, em que o Benfica perde, sistematicamente, os seus melhores jogadores e, mesmo assim, podemos ver um Benfica entre os melhores clubes da Europa, com duas finais e uma meia-final da Liga Europa, com dois quartos-de-final da Liga dos Campeões e várias competições ganhas em território nacional, até onde poderíamos chegar?

    Se, nestes últimos anos, conseguimos vencer duelos de clubes com equipas como o Atlético de Madrid, o Dortmund, a Juventus, o PSG e disputamos nos olhos o Chelsea por duas vezes, uma em que venceram a Liga dos Campeões e outra em que venceram a Liga Europa, conseguimos apresentarmo-nos, consecutivamente no pote 1 da principal prova da principal competição europeia de clubes, até onde pode chegar o Benfica?

    Sem transparência, não há confiança e, sem confiança, o trabalho da nossa SAD será sempre julgado. Afinal de contas, quais são as comissões ganhas por empresários ou por terceiros? Quais são as verdadeiras relações que o clube tem com clubes como o Atlético de Madrid, Mónaco ou Valência? Se o Domingo Soares de Oliveira diz, menos de um mês antes da venda do Gonçalo Guedes, num momento crucial da época, que o Benfica não precisa de vender, como pode o nosso Presidente ir vender mais uma das nossas pérolas a Paris?

    Estas perguntas colocam-se e espero que possam ser dissipadas, a verdade é que, se estou radiante com o regresso do nosso Benfica, também acredito que podemos chegar mais longe. Não será legítimo pedirmos mais? Será sensato vender as nossas estrelas para contratar jogadores na ordem dos 15, 20 e 25 milhões quando temos necessidades de vender outros tantos?

    Caso guardássemos as nossas pérolas dos últimos anos, teríamos uma equipa para ser top5 na Europa. Pode parecer exagerado mas não o é, já que teríamos pelo menos 3 jogadores de grande qualidade para cada posição e mesmo deixando muitos craques de fora, teríamos terceiras opções que nem os melhores clubes do Mundo têm hipótese de as ter, reparem.

    Na baliza, teríamos três guarda-redes de renome internacional, Oblak, Ederson e Júlio César. Na direita teríamos dois laterais de seleção, João Cancelo e Nelson Semedo e ainda, um jogador internacional português que já conta com várias épocas de bom nível no Sport Lisboa e Benfica, o André Almeida. Na ala esquerda a qualidade será igual ou maior, com Grimaldo, Siqueira e Fábio Coentrão, três jogadores que já representaram os três melhores clubes de Espanha, Barcelona, Atlético de Madrid e Real Madrid, sucessivamente.

    Para o eixo da defesa, o leque de jogadores é elevado, onde quer David Luiz e Garay têm mostrado o seu valor pelo Mundo fora, o Benfica conta ainda com centrais de grande nível, quer a lenda Luisão, quer a jovem promessa Lindelof, quer o internacional argentino Lisandro Lopez, quer ainda Jardel, mais um grande central que apresentou grande nível, sobretudo nas últimas duas épocas.

    Se a defesa era de elite, o meio campo dispensa apresentações. Com Matic, Fejsa e Javi Garcia que são trincos que qualquer clube gostaria de ter, na posição de 8, o Benfica contaria ainda com jogadores como Renato Sanches, Witsel ou André Gomes. Quer Di Maria, quer Bernardo Silva, quer Ramires, quer Gaitán ou Salvio, todos seriam opções de luxo, merecedores de um clube que lutasse por uma competição com a qualidade das Liga dos Campeões.

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    Júnior Barroso
    Júnior Barrosohttp://www.bolanarede.pt
    Depois de 11 anos como federado, a tática, a estrutura, e tudo aquilo que envolve o futebol fizeram com que Júnior visse o futebol de uma maneira diferente. Adepto assíduo da Premier League desde os seus seis anos, acredita ainda que a essência do futebol de rua perdurará sempre em detrimento da tática. Considera-se um estudioso do futebol.                                                                                                                                                 O Júnior escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.