Fomos todos incompetentes

    Tudo será mais fácil com as peças certas, nos lugares certos Fonte: SL Benfica
    Tudo será mais fácil com as peças certas, nos lugares certos
    Fonte: SL Benfica

    A experiência ensina-nos que isto não é como começa, mas sim como acaba. Que há tempo para efectuar as correcções necessárias. Porém, não se deve desvalorizar aquilo que aconteceu no passado domingo, até porque, em parte, as razões que explicam a perda de pontos ultrapassam as questões técnicas e tácticas. Faltou-nos dinâmica e inspiração, é verdade, mas também ressurgiu, neste jogo, algo que já não é novo, embora, para mim, como benfiquista, seja algo sempre estranho e impossível de aceitar. Já havia alertado, semanas atrás, noutro texto por aqui, das desvantagens de uma boa pré-época, bem planeada, com boas contratações para o “onze” e para o plantel. Pode parecer a quem lê, assim, de uma assentada, meio ridículo, do plano do fortuito ou, pior ainda, do imaginário. No entanto, baseio-me em factos, num passado que recordo perfeitamente, para afirmar: o Benfica tem um problema congénito, difícil de compreender e muito mais de explicar, que o torna passivo, sonolento e previsível quando as coisas correm demasiado bem; pelo contrário, perante as dificuldades, todos andamos tensos, vigilantes e atentos, em condições de irmos à luta com disposição, união e garra. No domingo, faltou-nos, de facto, isso. Alguns chamam-no deslumbramento; outros, excesso de confiança. Na prática, faltou-nos capacidade para nos transcendermos, para dar um pouco mais, o que é sempre exigível e indispensável a quem veste esta camisola.

    Aconteceu em 2011; e em 2013 também. A aparência de invencibilidade, por si só, não a garante verdadeiramente. É preciso competência, encarar cada jogo e competição com sobriedade e seriedade. Não se julgue que o problema reside, apenas e só, na prestação dos nossos briosos jogadores – todos temos um papel por cumprir! Tudo se tornará mais fácil quando as compras se derem por concluídas; tal como as vendas e os empréstimos. Quando Jardel e Jonas sararem. Quando Pizzi regressar à ala. E, por fim, quando os adeptos do Benfica, que enchem todos os estádios (o nosso e os dos outros), apoiarem do principio ao fim, nos bons e nos maus momentos, quando estivermos a ganhar ou perder (ainda se lembram daquele minuto 70?)

    Se o resultado terá consequências – e Rui Vitória garante que não terá – dependerá, a meu ver, das ilações que todos retirarmos deste primeiro contratempo. Ou seja, da disponibilidade, de cada um de nós (do topo à base), para fazer por cumprir a sua parte em defesa do Sport Lisboa e Benfica.

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    João Amaral Santos
    João Amaral Santoshttp://www.bolanarede.pt
    O João já nasceu apaixonado por desporto. Depois, veio a escrita – onde encontra o seu lugar feliz. Embora apaixonado por futebol, a natureza tosca dos seus pés cedo o convenceu a jogar ao teclado. Ex-jogador de andebol, é jornalista desde 2002 (de jornal e rádio) e adora (tentar) contar uma boa história envolvendo os verdadeiros protagonistas. Adora viajar, literatura e cinema. E anseia pelo regresso da Académica à 1.ª divisão..                                                                                                                                                 O João não escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.