É de todo oportuno escrever sobre um dos homens fortes da equipa do SL Benfica: Gabriel. E, de forma a percebermos o que está em análise neste texto, é necessário perceber que Gabriel chegou ao Benfica na era de Rui Vitória e que a imediata adaptação ao futebol nacional não foi de todo um “mar de rosas”.
Gabriel chegou ao Benfica com um rótulo de “craque”. O valor pago em questão e os vídeos que iam promovendo o médio brasileiro faziam perceber que estávamos a contratar um meio-campista dotado de uma forte visão de jogo e rápido a subir e descer no terreno consoante a fase do jogo.
Com Rui Vitória, o processo de aprendizagem e o futebol praticado não foram atraentes e Gabriel nunca conseguiu praticar um jogo fluido. Há quem diga que se devia ao facto de o meio-campo encarnado ser constituído por três médios e isso tirava espaço e protagonismo a um box-to-box como Gabriel é.
Há quem diga que o brasileiro simplesmente estava com dificuldades em adaptar-se ao futebol português devido às diferenças do estilo de futebol. Há quem… muitas foram as opiniões dadas acerca de Gabriel, mas a verdade é que hoje percebemos a qualidade de jogar que o Benfica tem no balneário e a influência que o mesmo tem num esquema tático como este que o Benfica utiliza.

Fonte: SL Benfica
Com Gabriel, o jogo flui com muito mais tranquilidade do que com qualquer outro médio encarnado.
Salta imediatamente ao pensamento o nome Pizzi para jogar à frente do trinco, mas a verdade é que Gabriel é um médio muito diferente e muito mais seguro do que Pizzi nas tarefas ofensivas. O seu pé esquerdo serve de controlo teleguiado a bolas longas para as alas ou até a remates de grande potência aos guarda-redes adversários.
O seu porte físico torna o meio-campo encarnado mais seguro defensivamente, seja na procura de bola em ressaltos, ou cortes e encostos de ombro. Claro que o porte físico, utilizado sem justificação, pode provocar cartões amarelos desnecessários e até expulsões.
É sobre uma específica expulsão de Gabriel que temos de perceber o impacto de jogar com ou sem Gabriel. É que, a partir do momento que todas as jogadas ofensivas e tarefas defensivas acabam por ter o jogador brasileiro como um dos homens de destaque, a ausência do mesmo deixa o Benfica sem o seu homem forte do meio-campo. Notou-se esse impacto negativo logo no jogo a seguir ao clássico no Estádio do Dragão.
O empate em casa com o Belenenses SAD mostrou um Benfica que procurou, com insistência, o futebol de alas e sem grandes soluções, pois a forma, a estratégia habitual, era um Benfica interior onde o médio ligava a zona mais recuada do terreno aos homens da frente.
Visto assim, é importante ter Gabriel até ao final da temporada, continuando as suas boas exibições, dando assistências, construindo jogo e fazendo a diferença perante os adversários das próximas jornadas.
Texto revisto por: Mariana Coelho
Foto de Capa: SL Benfica