Moreirense FC 1-1 SL Benfica: Rumo para os quartos começa em Moreira de Cónegos

    Benfica
    A CRÓNICA: BENFICA FICA A QUEIXAR-SE DE SI PRÓPRIO E PERMITE APURAMENTO DO MOREIRENSE

    Com o primeiro lugar em jogo, numa noite de outono no Estádio Comendador Joaquim de Almeida Freitas, as duas equipas fizeram várias alterações. Para o SL Benfica, só a vitória interessava para garantir o apuramento para os quartos de final, enquanto o Moreirense FC precisava apenas de não perder. Cinco longínquos anos depois do encontro que catapultou os cónegos para finalistas, o panorama era bem diferente. Ainda assim, era encontro entre líderes, da segunda e primeira liga, respetivamente.

    Tal era a necessidade ganhar, que o Benfica entrou num ritmo acutilante, com António Silva a dar o primeiro sinal de perigo com um cabeceamento por cima da baliza de Pasinato aos cinco minutos. Estes encarnados enérgicos, empurrados pela esmagadora maioria que se fazia representar nos Cónegos, quase conseguiam o primeiro golo do jogo, com uma jogada simples e com poucos toques a terminar com um remate de Gonçalo Ramos em arco a ser travado pelo guardião caseiro. Travando este ímpeto inicial, o Moreirense mostrou que tinha a lição bem estudada e ia conseguindo fugir à pressão e entrar no meio-campo encarnado.  Fase inicial atribulada, com duas equipas com vontade de jogar. Foram uns primeiros 20 minutos intensos, com um golo anulado ao líder da primeira liga e uma bola na trave por parte da formação de Paulo Alves.

    Na antevisão, o técnico verde e branco alertou para as dificuldades de jogar contra uma equipa que ainda não tinha perdido em jogos oficiais, mas aos 23 minutos a tarefa tornou-se mais fácil. Grande penalidade na área do Benfica e André Luís colocou o marcador em 1-0. Braço na bola de Florentino e maior tranquilidade para Paulo Alves. Momento que não abrandou as águias, com muita vontade de passar à próxima fase, que iam controlando a posse da bola. A equipa do segundo escalão mantinha-se arrojada e ia ganhando lances de bola parada que colocavam respeito na equipa da luz, com um remate fantástico de Frimpong na sequência de uma a colocar os cónegos perto do 2-0.

    Pasinato apresentava a sua candidatura a melhor em campo quando, aos 40 minutos, fez uma enorme defesa a negar o golo de livre a Grimaldo. Apesar dos seus esforços, nada pôde fazer para tirar o golo a Gonçalo Ramos, que de frente para a baliza só teve de encostar e levou o jogo para o intervalo com o marcador em 1-1.

    Do treinador do Moreirense partia apenas a obrigatoriedade de serem tão ou mais competentes no momento defensivo no reatar da segunda parte. Reforçava-se a ideia de bom jogo e animado jogo bom animado, com a equipa do Benfica a espalhar-se pelo campo na procura da bola certa no tempo certo. Ia havendo nota artística nas combinações em zonas interiores, mas o Moreirense ia impedindo que passasse disso. À hora de jogo, Chiquinho rematou para mais uma enorme intervenção de Pasinato, que ainda viu a bola desviar no poste.

    Na segunda parte era tudo Benfica, que deslizava em campo e viu Rafa e Draxler ficarem perto do golo, com a equipa encarnada a atravessar uma fase mais acesa, em contraste com os cónegos mais apáticos. Isto até ao minuto 75, onde um remate à meia-volta de André Luís levou a bola ao poste, com a equipa da casa a mostrar um maior conforto com bola com as entradas de Aparício e Fábio Pacheco.

    Perto do fim, manteve-se a tendência, mas o Moreirense aguentou-se bem e Pasinato tirou o golo a Diogo Gonçalves numa das vezes. O extremo encarnado, que já perto do canto do cisne teve a hipótese de ser herói, mas o seu cabeceamento passou ao lado. Um empate que soube a vitória para o Moreirense, que avança para os quartos de final.

    A FIGURA:

    Fonte: Paulo Ladeira/Bola na Rede

    Mateus PasinatoFoi visível o impacto que o guarda-redes brasileiro teve no jogo. Rápido a reagir e bem posicionado, foi fundamental a conter as investidas dos jogadores do Benfica. Somou mais de cinco defesas, com duas delas de grau acrescido, que permitiram à sua equipa passar à próxima ronda.

    O FORA DE JOGO:

    Fonte: Paulo Ladeira/Bola na Rede

    Draxler – Ainda não é o Draxler que nos habituou. O alemão vai ficando ausente do jogo, longe das zonas de finalização e com passagens com alguma qualidade, mas pouca duração, fazendo com que este esteja ainda distante da forma que lhe é reconhecida.

    ANÁLISE TÁTICA – MOREIRENSE FC

    Com a mira nos quartos de final, Paulo Alves delineou a sua estratégia assente no 4-4-3: a linha defesa composta por David, Hugo Gomes, Rafael Santos e Frimpong formava o último escudo de proteção numa linha média-baixa; Alanzinho assumia um papel importante de cobertura defensiva, com muito trabalho e abnegação no processo defensivo. Fruto desta maneira de jogar, por vezes foram-se abrindo alguns buracos no centro.

    Nos primeiros 45, a tendência do Moreirense FC aparentava ser o ataque em transição de forma a causar estragos ao Benfica, com as águias acantonadas com vários homens no seu meio-campo. O meio-campo esteve ausente e só excecionalmente é que conseguiu vedar o caminho aos médios que se lhes opunham, em inferioridade em terrenos médios.  A defesa esteve algo inconstante, mas quase sempre executou com qualidade com bola, pecando apenas na defesa dos espaços.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Matheus Pasinato (8)

    David Bruno (6)

    Rafael Santos (7)

    Hugo Gomes (7)

    Godfried Frimpong (7)

    Soriano Mané (6)

    Lawrence Ofori (6)

    Gonçalo Franco (7)

    Camacho (7)

    André Luís (6)

    Alanzinho (6)

    SUBS UTILIZADOS

    Pacheco (6)

    Walterson (7)

    Pedro Aparício (7)

    Platiny (6)

    Pedro Amador (6)

     

    ANÁLISE TÁTICA – SL BENFICA

    Roger Schmidt recuperou Bah, Ramos e António Silva do Mundial e estes mostraram a importância e lealdade tática que têm ao sistema do alemão. Na teoria, taticamente a equipa encarnada apresentava-se em 4-2-3-1,  mas Rafa era eterno companheiro de Ramos e jogava muito próximo deste, aproveitando os espaços que o algarvio dava. Rafa nunca se sujeitava à marcação e era o maior elemento desequilibrador dos visitantes. Movimentos de rutura e de ataque à profundidade era uma constante, muitas vezes em excesso de velocidade. Como já é apanágio, o lado esquerdo foi procurado constantemente e as combinações de Draxler com Grimaldo eram sempre uma garantia de posse com segurança em zonas altas

    Na principal fase de aproximação à área do Moreirense, Rafa delimitava a circulação por zonas interiores, de forma estreita e com propensão para o arrojo individual de frente para a baliza. O quarteto defensivo estava numa linha alta, consciente do perigo que isso acarretava, com Morato a ser uma presença mais próxima do ataque do que Otamendi costuma ser.

    O pressing  habitual  das águias fazia-se sentir: o Moreirense FC com o decorrer do jogo ia sendo cada vez mais enviado ao seu meio-campo, já que os comandados de Roger Schmidt recuperavam rapidamente a bola em zonas médias do campo. As águias monopolizavam a bola e encontravam com até alguma facilidade o homem livre. Conserva-se a indefinição no derradeiro terço e os alas, praticamente extremos, tinham permissão para aparecer perto da zona de finalização. A dependência do indispensável Enzo fazia com o meio-campo tivesse algumas dificuldades nos duelos, mas sem afetar em demasia. Chiquinho demonstrava muita presença em campo.

     

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Odysseas Vlachodimos (6)

    Bah (6)

    António Silva (7)

    Morato (6)

    Grimaldo (6)

    Florentino (7)

    Chiquinho (7)

    Frederik Aursnes (6)

    Draxler (5)

    Rafa (7)

    Ramos (7)

    SUBS UTILIZADOS

    Gonçalves (6)

    Musa (5)

    Henrique Araujo (5)

    Gilberto (6)

     

    BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA

    Moreirense FC

    BnR Em algumas frações da segunda parte, o Moreirense mostrou-se acomodado com o jogo do Benfica, sem possuir muitas aproximações à baliza encarnada. As substituições que fez, com a entrada do Fábio Pacheco e do Pedro Aparício, passaram também um pouco por aí? Para dar mais arrojo e conforto à equipa com bola ou foi mais por uma questão de refrescar?

    Paulo Alves: Refrescar e ter mais rasgo, ajustar o jogo às características dos jogadores que iam entrando. Foi mais pela questão dos cartões. Com 11 já era difícil, com menos um ainda era mais. Todos se bateram, uns com mais inspiração, outros com menos, do outro lado foi exatamente o mesmo. Quero ressalvar a atitude de todos e o compromisso de todos, jogando mais ou menos, que tem com a equipa e isso acaba por se expressar em campo, o que tornou de facto possível este resultado.

     

    SL Benfica

    BnR: O SL Benfica tem uma equipa que faz da sua matriz subjugar o adversário e evitar que o adversário jogue.  Sente que faltou hoje um pouco dessa identidade sem bola ao Benfica e alguma capacidade de criar desequilíbrios individuais nas alas, que fizeram com que o resultado fosse desfavorável?

    Roger Schmidt: O David Neres, o João Mário e o Otamendi claro que são muito bons jogadores, mas acho que tínhamos uma equipa muito boa em campo. Acho que estivemos bem, sobretudo na primeira parte a entrar no último terço. Se o adversário tem os 11 jogadores atrás da linha da bola, claro que precisas de jogadores que criem uma cadeia de reação, que são bons no ultimo passe e a finalizar, é claro que os jogadores que mencionaste tem essas características, mas não queremos dar nenhuma desculpa para hoje. Tínhamos tudo que precisávamos para ganhar, no fim aceitamos o empate.

     

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    Fernando Coelho
    Fernando Coelho
    Jogador de futsal amador, treinador de bancada profissional. A aprender diariamente, acredita que o desporto pode ser diferente. Escreve com acordo ortográfico.