Nacional da Madeira 1-2 Benfica: Sofrer para aprender

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    Jogo tradicionalmente difícil para o Benfica na Choupana, em que a única palavra de ordem era ganhar para colocar pressão nos dois rivais, que só depois entrariam em campo. Com alguma surpresa, Jorge Jesus procedeu a duas alterações que modificam, e muito, a dinâmica da equipa. Se por um lado a parceria de Jonas com Lima oferece uma variedade de soluções bem diferentes daquelas de que Talisca (ainda não?) é capaz, por outro, o recuo do homem-golo para o duplo pivot com Enzo Pérez deixa a equipa bastante desequilibrada na hora de defender. E nem sequer foi preciso esperar muito para o provar. Ainda nem um minuto de jogo se havia cumprido quando Edgar Abreu aproveitou a tal descoordenação do meio-campo defensivo encarnado. Muito espaço para o jovem português poder rematar de fora da área e fazer o 1-0, apesar de ter ficado a impressão de que Júlio César poderia ter feito melhor.

    Entrada em falso do Benfica, mas que rapidamente veio a ser corrigida. Com (muita) ajuda de Rui Silva, guarda-redes dos madeirenses, a equipa de Jorge Jesus deu a volta ao marcador. Primeiro foi Salvio a responder de cabeça a uma jogada iniciada por Jonas, que desmarcou Gaitán para assistir o extremo argentino para o 1-1. Enormes responsabilidades no golo para o guardião do Nacional, que, literalmente, colocou a bola dentro da baliza. Importante para o Benfica não ter deixado o 1-0 arrastar-se no tempo e recolocar, de pronto, a igualdade aos sete minutos. Numa primeira parte que primou pelo futebol de boa qualidade de ambas as partes, o Nacional respondeu de pronto e Marco Matias obrigou Júlio César a excelente defesa para canto. Mas pouco tardou para o Benfica passar para a frente do resultado: Jonas aproveitou a passividade da defesa da equipa da casa para, à vontade e liberto de marcação na pequena área, fazer o 1-2. Ainda antes do intervalo o Benfica dispôs de soberana oportunidade para fazer o terceiro e, quiçá, evitar o sofrimento que a segunda parte trouxe. Salvio desperdiçou clamorosa oportunidade de cabeça, e não mais Benfica houve a partir daí.

    Nessa perdida de Salvio o Benfica esgotou as oportunidades de golo, e o Nacional aproveitou. Mais pressionante e a ganhar com facilidade as segundas bolas no meio-campo, o Nacional conseguiu ter o domínio do jogo contra um Benfica encostado atrás. Samaris substituiu Lima para, supostamente, reequilibrar a equipa, o que não se verificou. O Nacional ia acreditando no empate. Com o passar do tempo, o cansaço notava-se cada vez mais, e o Benfica nem três passes seguidos conseguia fazer. Até ao final da partida, a equipa de Manuel Machado tem razões de queixa da equipa de arbitragem, já que Marco Matias viu um lance mal anulado na cara de Júlio César, que permitiria o empate à equipa da casa. Sem capacidade para parar as constantes investidas dos extremos do Nacional, o Benfica recorreu inúmeras vezes a faltas perto da grande área e colocou-se a jeito para um desfecho amargo.

    Um Benfica eficaz e a jogar q.b. foi suficiente para trazer os três pontos da Choupana. O primeiro terço do campeonato está quase concluído e a liderança isolada é uma realidade, sim. Jesus e a equipa têm esse mérito. Mas é mais do que urgente começar a jogar futebol a sério: jogar q.b. não vai resultar sempre.

    A Figura

    Nacional da Madeira – perante a passividade do Benfica, o Nacional dominou por completo o segundo tempo e merecia o empate. A equipa de Manuel Machado tem mais qualidade do que a classificação mostra.

    O Fora de Jogo

    Salvio – Apesar do golo, o extremo argentino continua muito longe da sua melhor forma. Entre aquilo que Salvio está a fazer e o que pode vir a fazer está muito do que o Benfica poderá melhorar.

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    Francisco Vaz de Miranda
    Apoia o Sport Lisboa e Benfica (nunca o Benfas ou derivados) e, dos últimos 125 jogos na Luz, deve ter estado em 150. Kelvin ou Ivanovic não são suficientes para beliscar o seu fervor benfiquista.                                                                                                                                                 O Francisco não escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.