Nemanja Radonjic | De “party animal” a ídolo

    Adem, pelo estatuto, conseguiu manter-se na capital até agosto de 2015, quando foi emprestado ao Inter – já Radonjic apenas teve a paciência dos diretores até… julho de 2014, ou seja, sete meses. Seria “emprestado” (num negócio com muitos ‘ses’) ao Empoli FC, onde também apenas fez um par de jogos pelos Primaveras, e seguidamente ao Cuckaricki, primodivisionários no país natal.

    Foi aí que começou a encarrilar, a demonstrar o porquê de tanto dinheiro investido em si e tanto falatório à sua volta. Uma época (27 jogos e quatro golos) chegariam para o FK Crvena Zvezda avançar para a compra do seu passe. É aqui que a teoria da sua recusa aos 16 anos bate certo – foi com a camisola vermelha e branca que o voluntarioso extremo ‘explodiu’, acumulando exibições vistosas e preponderantes no sucesso da equipa, ganhando consistência no rendimento individual.

    É campeão nacional na primeira temporada, sendo nomeado para o onze da Liga. Na época seguinte, ajudaria o mítico campeão europeu de 1991 a voltar à ribalta continental, ao levar a equipa a ultrapassar quatro pré-eliminatórias até à fase de grupos – feito notável tendo em conta que os sérvios não participavam na competição desde a grande conquista.

    Um interregno de 27 anos terminado pelo talento de Nemanja Radonjic, que com quatro golos nos oito jogos obrigou o Olympique de Marselha a perder a cabeça , despendendo os supracitados 11 milhões de euros, a única quantia que justificou a saída do ídolo para nova aventura fora-de-portas.

    Radonjic teve uma passagem não muito feliz pelo AS Roma
    Foi com esta «selfie» que o sérvio decidiu anunciar a sua transferência para a AS Roma, em 2014. Não fica difícil perceber a alcunha de “bico-de-pato” imposta por alguns adeptos do clube
    Fonte: Nemanja Radonjic

    Se é verdade que nem a estatística nem as avaliações técnicas corroboram qualquer tipo de rendimento superlativo em três anos de França, é também óbvio a constatação de uma quase crónica falta de estabilidade do clube nestas últimas temporadas – a que mais próxima teve do sucesso foi a comandada por André Villas-Boas, que levou os marselheses a um segundo lugar na Ligue 1.

    Meta inatingível na preparação daquela temporada e que se viu depois o porquê, com a complicada prestação na Champions League consequente (seis derrotas em seis jogos, que perfizeram um recorde de 13 derrotas consecutivas na competição) e a saída conturbada do técnico português entre muita contestação e instabilidade dos órgãos diretivos.

    Na Luz, Radonjic encontrará outra tranquilidade, não só aquela proporcionada pela capacidade de trabalho de Jorge Jesus, como a provocada pela qualificação para a prova milionária, feito que reconciliou, em parte, a massa adepta com a equipa.

    É num contexto pacífico em termos desportivos – paradoxalmente, tendo em conta a desastrosa época de 2020-21 – que o extremo sérvio chega ao SL Benfica, com reais hipóteses de lutar pela titularidade já que Everton Cebolinha teima em não explanar o potencial demonstrada na etapa sul-americana.

    Artigo revisto por Gonçalo Tristão Santos

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    Pedro Cantoneiro
    Pedro Cantoneirohttp://www.bolanarede.pt
    Adepto da discussão futebolística pós-refeição e da cultura de esplanada, o Benfica como pano de fundo e a opinião de que o futebol é a arte suprema.