5. Isaías
O Profeta começou por baixo. Não veio do Flamengo ou do Vasco, chegou a Portugal vindo do Cabofriense. Ao contrário da maioria dos brasileiros que chegavam aos grandes na época, não era internacional brasileiro.
Desembarcou em Vila do Conde primeiro – depois de já ter estado á experiência no Belenenses, sem sucesso – e findo um ano, chega ao Bessa.
O espírito voluntarioso e a força que demonstrava em cada lance fizeram dele dor de cabeça para as defesas nacionais, o pontapé canhão foi outro cartão de visita que fizeram o Benfica apostar nele em 1990, na ressaca da final perdida em Viena para o Milão.
Na Luz esteve até 1995, cinco anos de muitas memórias criadas á custa desses predicados como jogador que o afastavam do protótipo craque brasileiro – geralmente elegante e cuidadoso, como Valdo – e o aproximavam do ideal do Terceiro Anel de jogador à Benfica, mais abnegado na obtenção das vitórias, que foram muitas – se calhar poucas para tanta vontade.
Em dez remates para as nuvens, um acabava no fundo das redes de forma inesquecível – como em Highbury, por exemplo. Ou nas cinco vezes que marcou ao Porto, ou as cinco que marcou ao Sporting. Ou como no golo em carrinho no temporal do Bessa.