O contrário também é aplicável. Quando Pizzi está em campo, mas está longe do seu melhor, a equipa ressente-se fortemente. A criatividade do jogador e o seu pensamento do jogo são fundamentais para o rendimento do SL Benfica. No fundo, Pizzi é um número ’10’ desviado à direita.
Uma das qualidades que Pizzi mais tem demonstrado nos últimos anos é aquilo a que os americanos chamam de gene “clutch”, ou seja, a capacidade de ser decisivo nos momentos do jogo que realmente importam.
Quando parece que o médio português está a embalar para uma pálida exibição, lá aparece nos momentos fulcrais fazendo uma assistência repentina ou empurrando a bola para o fundo da baliza. Se há época em que tem sido evidente esta capacidade de assumir o jogo e ser o fator decisivo tem sido precisamente esta. Nesta temporada, Pizzi leva já 15 golos marcados (igualou o seu máximo de carreira) e 8 assistências em apenas 22 jogos, números absurdos para o médio.
Uma das críticas de que Pizzi mais é alvo é o seu “desaparecimento” em jogos decisivos. Para mim, este fenómeno é de fácil explicação. Não é difícil identificar Pizzi como o motor do jogo ofensivo das águias, logo os treinadores adversários procuram sempre impedir que Pizzi imponha o seu jogo de forma natural. Cabe a Pizzi e ao treinador do SL Benfica encontrarem forma de evitarem estes entraves. O que é certo é que, muito dificilmente, a equipa será mais produtiva sem Pizzi em campo.
A relação de Pizzi com os adeptos é um caso de estudo. Quando o Benfica tem exibições menos conseguidas passam por Pizzi a maior parte das críticas. Se, pelo contrário, Pizzi não tiver figurado do jogo e o resultado for igualmente negativo os adeptos questionam a sua não-utilização. Enfim, as clássicas contradições de um adepto de futebol.
Pizzi não merece de todo esta mentalidade de “bestial a besta”. As suas exibições e os seus números falam por si. Pizzi é neste momento absolutamente imprescindível e merece mais reconhecimento e apoio do universo encarnado.
Foto de capa: SL Benfica