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Pizzi | Cada vez mais (in)substituível no SL Benfica

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É facto consumado a perda de imprescindibilidade das qualidades de Pizzi no meio-campo do SL Benfica, culminar de dois caminhos distintos: a deslocação para o centro do terreno – onde fisicamente não cumpre com todas as exigências de um ‘8’, ou no apoio ao ponta -de-lança, onde as exigências posicionais não se adequam ao seu perfil – e a chegada de novos valores substanciais como Waldschmidt e Everton, que alavancaram os índices de qualidade individual em relação a plantéis de outras temporadas.

Com 39 participações contabilizadas até ao momento, tem 26 titularidades, mas a sua condição de insubstituível é acentuada a partir de fevereiro, onde só começa de início nas eliminatórias frente a Arsenal FC e GD Estoril Praia. Na Primeira Liga, nos últimos sete jogos efetuados conta uma titularidade, no Jamor frente ao Belenenses SAD, quando Jorge Jesus decidiu poupar Adel Taarabt, o novo companheiro de Julian Weigl na parelha central.

A estatística diz, aliás, que foi ao deslocar-se para ala que beneficiou mais consistentemente do seu talento. Exemplos como na época 2015-16, com Rui Vitória, quando Renato Sanches o empurrou para a direita, ou com Bruno Lage, que via no duplo-pivot zona para homens de outro perfil tático. Pizzi beneficiou principalmente dessa mudança, marcando 15 e 30 golos, respetivamente, nas duas épocas (2018-19 e 2019-20) com influência do técnico setubalense.

Mais: na primeira, assiste 22 vezes. Na época transata, faz 19, números que perfazem 50,5% das finalizações e 46% dos passes para golo no conjunto das sete épocas de águia ao peito. Seria sempre difícil manter a tendência. É à direita que adquire estatuto superior no seio da equipa e atinge o poder de fogo que a sua inteligência, aliada à técnica, necessitava materializar.

Já em 2015-16, é quando deriva para essa extrema por força do ciclone Renato, a partir dos finais de novembro, que a equipa começa a funcionar em pleno. Até ao final da Primeira Liga, só mais um empate (0-0 na Madeira, com o CF União da Madeira) e a derrota em casa frente ao FC Porto de Peseiro. O resto contou-se por vitórias, com uma média assombrosa de golos marcados (88) e número igual de pontos, recorde nacional.

Pizzi apenas começou um jogo a titular em mês e meio de Primeira Liga
Em ação frente ao Belenenses SAD, no único jogo a titular no último mês e meio de Primeira Liga
Fonte: Carlos Silva/ Bola na Rede

Pizzi, que até 25 de novembro (2-2 em Astana, estreia a titular de Renato Sanches) contava zero golos e uma única assistência, frente ao SC Vianense para a Taça de Portugal, o último jogo a titular desde agosto, vivia momentos de menor fulgor – tinha perdido a titularidade para André Almeida, que assume nessa fase anterior o papel de box-to-box ao lado de Samaris – é nesse formato que acontece a vitória no Vicente Calderón, por 1-2. Com a entrada de Renato e a deslocação de André para a lateral – por força da lesão de Nélson Semedo – disparou nas tabelas com oito golos e mais 12 assistências até final da temporada.

Voltando a 2021, o decréscimo acentuado da importância de Pizzi é traduzido pela menor participação em golos desde 2014-15, época em que assume a titularidade a ‘8’ depois da saída de Enzo Pérez em janeiro – a última da primeira passagem de Jorge Jesus pela Luz. Por outro lado, e por força do posicionamento e do menor risco que enfrenta nas suas ações, de assinalar a melhor percentagem de passes completos de sempre – 87% – aproveitando (ou ajudando a construir) a superioridade benfiquista na Primeira Liga quanto à posse de bola, com uns notáveis 61,86% – remetendo os 57% do líder Sporting CP para terceiro neste índice.

Outro dado transmissor da situação precária de Pizzi é a desvalorização do seu valor de mercado – decréscimo de 6 milhões de euros segundo a última atualização do site Transfermarkt -, valendo agora 12 milhões de euros. Na temporada passada chegou aos 27 milhões, sendo a queda mais acentuada nesta lista, seguido por Everton e Darwin, que caíram cinco milhões. Estes dois, porém, continuam a fazer parte do grupo de jogadores a ter valor igual ou superior a 20 milhões. Weigl juntou-se agora a eles, constituindo o quinteto onde também entram Rafa e Grimaldo. Pizzi é agora nono nesta lista, ao lado de Seferovic.

Com a subida de forma da equipa e a sequência de vitórias, Pizzi, juntamente com Vlachodimos, tornou-se rosto de uma temporada muito abaixo das expectativas, com consecutivos fracassos em todas as competições. As notícias de uma eventual saída sucedem-se e os rumores da insatisfação do português acumulam-se, sustentados por reações mais quentes dentro do retângulo de jogo. Será 2020-21 a última época de águia ao peito?

 

Pedro Cantoneiro
Pedro Cantoneirohttp://www.bolanarede.pt
Adepto da discussão futebolística pós-refeição e da cultura de esplanada, de opinião que o futebol é a arte suprema.

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