Não foi decisivo para o desfecho do encontro em questão, mas o golo de André Almeida acabou por ser um dos marcos curiosos da então eliminatória da Taça. A equipa celebrou de forma efusiva o primeiro tento do português. Não sendo um acontecimento, é bastante revelador daquilo que significa André Almeida no balneário benfiquista. Um elemento querido, e que esta época, numa função que lhe era estranha, foi importante para…tapar um buraco. Um bombeiro táctico de serviço para Rui Vitória e que compensa na cabeça, aquilo que, por vezes, lhe falta nos pés.
André Almeida chegou ao Benfica como médio. Mas, Jorge Jesus, habituado a colocar alas nas laterais defensivas, tinha outros planos para o jogador. André Almeida trocou o protagonismo de Leiria pelo desafio do Benfica. André, depois de alguns meses no “laboratório JJ”, começou a ser opção consistente na primeira equipa do Benfica. O jovem português compensava alguma falta de pujança técnica com uma solidez e uma fiabilidade táctica sempre importantes. Sem nunca descurar a polivalência – elemento decisivo para a confiança de Jorge Jesus.

Fonte: Facebook Oficial de André Almeida
André ia trocando da esquerda para o meio. Do banco para a direita. Jorge Jesus não abdicava dele, mesmo quando as horas de aperto competitivo chegavam – titular na final europeia de Amesterdão e suplente utilizado em Turim. Se no meio-campo André mostrava pouca imaginação com bola, na defesa, as qualidades do português eram mais reconhecíveis. Não encantava o terceiro anel mas, quer Jesus, quer Rui Vitória nunca se importaram muito com isso. Haverá um poder no jogador popular?
Não sabemos se os eternos patinhos-feios terão um lugar especial nos corações dos técnicos. Sabemos porém que há um especial no Benfica. Sem grandes malabarismos técnicos, mas com juízo (táctico). Eternos craques do futebol (e, sem me permite, caro leitor): percebam, por este exemplo mais ou menos competente, que a cabeça ocupa um lugar importante, e não estranho, no futebol.